A Cultura Punk é um dos estilos dentro da contracultura que possuem certas características comuns, como por exemplo o princípio de autonomia do faça-você-mesmo, tendo com uma aparência agressiva, a simplicidade, o sarcasmo e a subversão da cultura. Um movimento que começou nos anos de 1970, com um público que fazia ao contrário dos estilos da época, mas com muita diversão e claro rebeldia.
Embora a origem punk seja norte-americana, foi na Inglaterra que princípio do punk-rock começou, em um espirito renovador que se mesclam a uma situação de tédio cultural e decadência social, ganhando um teor político devido à realidade de desemprego e decadência econômica da sociedade na época, desencadeando o punk. A banda Sex Pistols, foi uma das pioneiras, se tornando um projeto ambicioso sob a tutela de Malcom McLaren. A banda começou usando suásticas e outros símbolos nazi-fascistas, além de símbolos comunistas e indumentária sadomasoquista num agressivo deboche dos valores políticos, morais e culturais.
Com uma postura que se tornou um fenômeno impactante, a cultura punk-rock começou se expandir pelo mundo a fora, se transformando e ramificando subgêneros, chegando aos Estados Unidos, se enquadrando mais nos grandes centros como Nova York. Na América o rock and roll já era bastante tradicional, com diversas estrelas que distanciavam o público do músico, mas o punk-rock rompeu este distanciamento, trazendo o princípio da música simplificada, sendo facilmente tocada por qualquer pessoa sem formação na música. Assim influenciando adolescentes a criarem suas próprias bandas.
Mark Perry, dos Ramones, se aderiu ao movimento punk, abandonando seu emprego e produzindo o primeiro fanzine punk, o Sniffin’ Glue (“cheirando cola”), com a intenção de promover esta nova agitação cultural. O fanzine foi o símbolo marco para o “Do it yourself” (faça-você-mesmo) punk, não tinha quase nenhum recurso financeiro e era marcado pelo estilo visual deliberadamente grosseiro e com senso de humor ácido.
Já no Brasil o movimento se estabeleu em diversas regiões do país, entre o final dos anos de 1970 e ao decorrer de 1980, mas foi na capital paulista em São Paulo, que começou o movimento, influenciada por bandas norte-americanas e inglesas. Que assim como no exterior, o punk-rock brasileiro também era contra o regime ditatorial militar da época, baseado na opressão e o autoritarismo, que foram de encontro os ideais de liberdade.
A primeira banda brasileira criada em 1978, foi a Restos de Nada, criada pelo guitarrista Douglas Viscaino como uma forma de protestar contra a repressão do governo militar e, mostrar que a juventude lutava por uma sociedade melhor. Conscientizar a população através das músicas com letras libertárias a lutarem contra a forma de sistema imposta pela ditadura. Inspiradas nesse ideal, muitas outras bandas se formaram para também criticar o regime, tais quais como: AI-5, Detrito Federal, Condutores de Cadáver, Cólera, Aborto Elétrico.
Com isso surgiram diversos festivais punks, que serviram para espalhar os ideias da cultura pelo país, trazendo do exterior álbuns das bandas que estavam nas paradas inglesas da época. No ABC Paulista é um dos lugares atualmente que mais se encontra punks pelo estado de São Paulo, mantendo as tradições desde da década de 1970, o Grande ABC, a região operária, cheia de contradições entre o capital e o trabalho viu o punk rapidamente se alastrar nas periferias das sete cidades de tal forma que hoje, quase 50 anos depois, o movimento faz parte da história da região.
Para resgatar as memórias do movimento punk, Jairo Costa e Izabel Bueno, criaram um documentário intitulado de “Punks do ABC”, que aborda as diversas facetas e singularidade do movimento de 1976 até os dias de hoje, contando a história dos mais sujos, furiosos, periféricos e esquecidos Punks do ABC. O projeto resgata a história da única ópera punk feita no Brasil, a “Ópera Punk – Existe alguém + Punk do que eu?”, que ficou conhecida por contar a história real e foi articulada por Antônio Pádua, o famoso Capitão Gancho, com dramaturgia de Antônio Bivar, direção cênica de Edu Silva, a ópera foi produzida pela Prefeitura de Santo André no ano de 1998.
Além do documentário, foi lançado um livro com o mesmo nome, que traz entrevistas com mais de 30 expoentes do movimento e tem previsão de lançamento ainda para este ano de 2023, pela Editora Estranhos Atratores, um selo independente, que nasceu com a missão de publicar obras de cunho alternativo. O documentário em vídeo pode ser conferido pelo Youtube da produtora e conferir as entrevistas de diversos icônes que fazem parte do movimento punk do ABC, contando seus relatos e histórias desse estilo musical que vai muito além de rebeldia e agressividade, mas sim um movimento oponente aos costumes elitistas e burgueses.
Valorizar o Punk não só pelo estilo músicas e comportamento mas falar da coragem garra e determinação de um público que não se acorvardou naquela época de querer e ser livre de falar de gritar e explodir através da sua personalidade fazer o outro enxergar que somos seres humanos mas nao somos iguais e temos opiniões diferentes e que a liberdade de amar beijar transar e ser livre com seu amor homem ou mulher Sra a vontade e o desejo de cada um. Não admitir e deixar a política nos agredir nós roubar e nos prender. Sou punk e é isso.
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Sei lá vcs podiam entrevistar mais os Punk velho eu vi algum comentário ai que tá faltando muito coisa principalmente a respeito das bandas pôr exemplo na cidade dê diadema existiam uma banda bem mais antes do que ó resto de nada mais ninguém sabe disso
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