O Terror nos Quadrinhos é um gênero que mescla suas origens no folclore com contos atuais, sendo capazes de manter o leitor envolvido da primeira à última página, com narrativas de tirar o fôlego, trazendo grandes clássicos aos quadrinhos com tensão e suspense, focando em tradições religiosas, na morte, na ideia de vida após a morte, no mal, em demônios e no princípio de algo incorporado à pessoa.
Esse gênero tem a intenção de atemorizar e assustar os leitores, através da inclusão de sentimentos, com suas diversas manifestações, em uma existência natural e assustadora de poder sobrenatural ou não. Como disse o quadrinista Kikomics das influências no gênero – “Algumas vezes a ideia para uma história pode nascer de uma imagem forte que imaginei, ou de algum diálogo interessante, ou de rodas de conversas. Noutras, pode nascer de algo que estava gritando dentro de mim e precisava sair, como por exemplo, o álbum Terra Roxa, através do qual pude expurgar muita coisa”.
O terror na literatura pode ser interpretado como uma metáfora para os grandes medos da sociedade, desde os antigos, sendo reformulado no século XVIII como terror gótico, tendo uma publicação de O Castelo de Otranto (1764) de Horace Walpole. Mas foi no século XX, que o gênero se popularizou no que é hoje em dia com o autor H.P Lovecraft, com seu duradouro Cthulhu Mythos, foi pioneiro no gênero de horror cósmico, e M. R. James é creditado por redefinir as estórias do sobrenatural daquele tempo.
A literatura inspirou outras mídias como o cinema, tendo uma forte tradição de filmes de horror e subgênero, baseados em ficção de terror que segue até os dias atuais, isso se deu início a uma forte demasiada quantidade de sangue na tela. “Acho que o terror na ficção é um gênero imortal… pois sempre teremos o que temer. Quadrinhos é uma das possíveis mídias para contarmos essas histórias, mas não precisamos nos limitar a nenhum formato. Eu particularmente me vejo fazendo quadrinhos de terror (mas também de outros gêneros) até morrer…” diz Marcel Bartholo sobre o futuro do terror nos quadrinhos.
Grandes séries como Tales From The Crypt na década de 1950 e Warren Publishing nas década de 1960 e 1970, foram alvo de críticas do psiquiatra Fredric Wertham em seu livro Seduction of the Innocent (1954), levando os leitores satisfizeram-se em suas buscas por imagens de horror que a prateada tela de cinema não podia proporcionar, graças a estes quadrinhos.
No Brasil as primeiras HQs foram criadas no começo da década de 1950, A Garra Cinzenta, originalmente publicado entre 1937 e 1939 no suplemento de quadrinhos Gazetinha, do famoso jornal paulista A Gazeta, pode ser considerada a precursora do gênero no país. A obra conseguiu reconhecimento mundial na época, sendo publicada no México, França e Bélgica. O personagem principal é um vilão, perseguido pelos inspetores de polícia Higgins e Miller.
Mas ainda Edgar Allan Poe é um dos mais influentes no gênero por ser o primeiro autor a tentar a ganhar a vida através desse gênero, sendo considerado o criador da ficção policial, e também por ter contribuição ao gênero de ficção científica, Poe consegue envolver em suas histórias, o mistério e o macabro, influenciando a literatura ao redor do mundo.
Porém atualmente poucos escritores querem seguir para esse gênero, já que a grande maioria vai para meio do cotidiano, heróis e outros gêneros, então o número de artistas e roteiristas que fazem terror é bem menos. Atualmente um dos grandes nomes do gênero é o mangaká japonês Junji Ito, ele é especialista em histórias de terror, com trabalhos notáveis como Tomie, uma série narrando uma garota imortal que leva seus admiradores à loucura; Uzumaki, uma série de três volumes sobre uma cidade assombrada pela entidade sobrenatural da espiral.
Mas como disse o roteirista brasileiro Airton Marinho, que vê muito pouco autores criando histórias de terror e fazendo obras do gênero – “…somos teimosos e não vamos sumir. Seremos baratas após a bomba atômica.”









