Começou nesta quarta-feira (30) e vai até 3 agosto, mais uma edição da maior festa literária ao ar livre da América Latina, a Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), que acontece na cidade histórica de Paraty, no Rio de Janeiro. A festa tem curadoria desde 2024 pela editora Ana Lima Cecílio, que já trabalha a mais de 20 anos neste meio editorial.

Com uma programação extensa a Flip reúne grandes parcerias, ampliando as abordagens da festa ao articular novas vozes, linguagens e canais de diálogos, em um processo de curadoria compartilhada com o Programa Flip+, tendo atividades que, além de debates e mesas literárias, podem incluir exposições, apresentações musicais, oficinas, residências e sessões de cinema.

O grande homeneageado da 23ª edição, é o autor curitibano Paulo Leminski, que os curadores buscaram sua tão importância na litertura, para não só regartar a obra, mas iluminar seu vínculo com as visões e sensiblidades do mundo contemporâneo. Leminski foi um revolucionarário a prosa brasileira do século 20, sendo um artista de múltiplas facetas: tradutor criativo, biógrafo habilidoso que retratou figuras tão diversas quanto Trotski e Bashô, judoca faixa preta, publicitário e músico.

Um bom entendendor de arte carregada de humor, ironia e crítica social, sua poesia revela um olhar atento às contradições do mundo e uma busca constante por novas formas de dizer, de provocar e de sentir. Por isso que sua obra reafirma a importância de ser o homenageado na Flip 2025, como uma das vozes mais singulares da literatura brasileira contemporânea, cuja sua ousadia e inventividade continuam a ecoar entre leitores de todas as gerações.

A festa recebe bancas de editoras independentes, coletivos editoriais e espaços para autores que desejam expor seus trabalhos, aumentando a bibliodiversidade e a diversificação do evento, as margens do Rio Perequê-Açú, sendo um local de manifestações de diversas comunidades, apresentando seus produtos, artesanato e gastronomia.

O Auditório do Areal oferece uma programação gratuita que inclui mesas de conversa sobre literatura e questões da contemporaneidade, além de leituras, performances, palestras, apresentações e lançamentos de livros das editoras e autores independentes presentes na Praça Aberta. Com uma estrutura leve e com múltiplas portas de entrada, o Auditório permite que as manifestações culturais fluam livremente, oferecendo a moradores e visitantes uma experiência de cidade aberta, onde a permeabilidade entre ideias, expressões e públicos é contínua.

A Praça Aberta é considerada uma das expressões mais autênticas da vocação democrática da Flip: promove o encontro entre diferentes públicos, fortalece redes culturais locais e reforça o entendimento de que a literatura também é feita nas margens, nas ruas, nas falas coletivas e nas narrativas cotidianas.

A Flip é um espaço urbano de quase 15 mil metro quadrados, que se transforma em uma Praça Aberta, dedicando à escuta ampla, encontros entre expressões diversas e à ocupação afetiva e coletiva da área, com acesso gratuito, a festa celebra a pluralidade de vozes e formas de criação que atravessam o fazer literário, expandindo seus limites.

por Priscila Visconti