A escolha do filme foi anunciada pela Academia Brasileira de Cinema, nesta segunda-feira (15). O Agente Secreto tem direção e roteiro assinados por Kleber Mendonça Filho, no elenco nomes como, Wagner Moura, Maria Fernanda Cândido e Gabriel Leone.

A trama é ambientada no ano de 1970, contando a história do professor universitário Marcelo (Wagner Moura), que retorna a Recife para buscar o filho caçula, mesmo diante da prisão iminente por conta da ditadura militar da época.

Apesar da enorme popularidade da produção por conta da alta em festivais desde o começo do ano, na última semana houve uma certa preocupação em relação a escolha de O Agente Secreto para representar o Brasil no Oscar, isso porque Manas, filme dirigido por Marianna Brennand, ganhou bastante visibilidade e repercussão devido o tema abordado no filme. Nessa pequena lista também tinha Kasa Branca de Luciano Vidigal, O Último Azul de Gabriel Mascaro, Baby de Marcelo Caetano e Oeste Outra Vez de Érico Rossi, todos muito bem posicionados dentro das regras da academia de longa-metragem com duração de mais de 40 minutos, com 50% da língua nativa e produzidos fora dos Estados Unidos, alguns faltado apenas a exibição corrida de sete dias no cinema para ficar 100% elegíveis.

O Agente Secreto chamou atenção durante o Festival de Cannes na França em maio deste ano, quando recebeu uma enorme aceitação da audiência presente no festival, que aplaudiu a produção após a exibição por longos 15 minutos ininterruptos. Durante a premiação o longa-metragem ganhou em duas categorias, Melhor Ator Coadjuvante para Wagner Moura, e Melhor Direção para Kleber Mendonça Filho. Deste então, veículos da mídia internacional tem rendido elogios ao filme brasileiro, tal como o jornal americano The Hollywood Reporter, que apontou a produção como sendo um forte concorrente para o Oscar, ou o The Guardian da Inglaterra, que também publicou sobre o longa ser interessante.

No entanto, para a produção ficar apta a concorrer na próxima cerimônia da premiação, que acontece em 2026, requer a aprovação por votação dos integrantes da academia. Lembrando que a lista sai somente em janeiro do próximo ano dos eleitos para disputar uma estatueta na 98° edição do Oscar em 2026.

No Brasil, essa indicação já configura como certa pela enorme repercussão da produção dentro e fora do mercado, assim como, a impressões positivas dada pela imprensa nacional e internacional, e toda a mobilização dos envolvidos na campanha pré Oscar, tanto da produção como também pela Academia de Cinema Brasileira.

por Daniel Guimarães