Criada por Noah Hawley com direção de Dona González e roteiro de Noah Hawley em parceria com Bob Delaurentis, Alien Earth, programa da Disney/ Fox, termina o primeiro ano deixando um gancho para continuar a história.
Com oito episódios desde o lançamento, a série trouxe uma abordagem diferente do mostrado nos filmes da franquia, situando a história dessas vez na terra, mostrando o primeiro contato da humanidade com os Xenomorfos, e o quanto desse encontro foi catastrófico para civilização. Tendo essa premissa, a série divide toda a trama em núcleos dentro da própria linha principal enquanto costura as ramificações, sendo os pontos de ligação com as crianças sintéticas e o agente da Yutani. O sumo é a busca pela carga perdida durante a queda da nave da corporação Weyland Yutani no território controlado pela Prodigy Corporation.
Um clássico como Alien tem suas regras do jogo e aqui não é diferente, tudo começa numa nave da famigerada corporação Weyland-Yutani, para seguir com aquele velho problema de carga Alien, que ameaça a tripulação caso saia do controle, e isso aqui na série deixa um tanto quanto a pensar sobre como essa narrativa vai caminhar nos episódios seguintes, acontece que a nave cai na terra e a partir disso os fios são todos amarrados. O plano de colocar o Xenomorfo na Terra e a partir disso trabalhar esse encontro com a humanidade não foi tão bem explorada, a premissa dessa fórmula é realmente genial, mas é esquecida pelo roteiro e a direção decide enclausurar todo a trama dentro das quatros linhas seguras de uma ilha da corporação Prodigy.
A franquia tem figuras ameaçadoras é os aliens dessa ramificação tem muito potencial para ser explorado, no entanto, tudo isso vai depender de como a direção vai trabalhar essas ameaças. Aqui em Hearth, há figuras bem interessantes e em alguns momentos mais medonhos que o próprio Facehuggers e Xenomorfos, é o caso do T.Ocellus, uma criatura viva que parece entender tudo ao redor. Além disso, as próprias crianças escolhidas para deixar o corpo doente e transferir a mente e a consciência para um corpo sintético potencializando uma imortalidade e habilidade sobre-humana, é algo bastante emblemático e até mesmo fora da ética. No fim, todo esse combo tem um bom espaço para desenvolver as suas tramas e torna a narrativa mais interessante.
Para além dessa gama de novas informações sobre esse primeiro contato na terra, as crianças e a carga de Aliens da nave da Weyland-Yutani, há pontos bem acentuados quando o assunto é qualidade técnica porque aqui tem muito esmero no designer das criaturas, algo realmente bastante satisfatório de ver como foi trabalhado esse faceta, e toda a forma como conversa mesmo quando há a necessidade de aparição das criaturas durante o dia, no caso do Xenomorfo por exemplo. E dentro dessa centelha de detalhamento, a trilha sonora tem seu espaço de destaque pela forma como a equipe consegue trabalhar de maneira mais pontual nos momentos tensos durante a série inteira, e acredite, esse artifício precisa ser muito bem acentuado para gerar toda atmosfera de terror, e aqui é muito bem colocado gerando momentos de tensão durante os episódios.
Já nas atuações, não tem muito a se falar sobre qualquer ator intérprete dessa série, todos têm momentos de altos e baixos durante esse trabalho, mas sem esse destaque individual como acontece normalmente durante esses programas. Não vale uma menção honrosa, é um trabalho bem feito e dentro da normalidade, alguns poderiam pegar caminhos diferentes e manter uma interpretação menos caricata, mas fazer o que, essa ideia exagerada vende na maior parte do tempo.
No fim, foi uma boa representação de universo e conseguiu se manter seguro o suficiente para elaborar uma segunda temporada, seja pelo número de material para explorar, visto a quantidade de pontas soltas deixada no último episódios como as crianças assumindo o comando da ilha, as naves da Weyland-Yutani vindo atrás de recuperar as criaturas, o T.Ocellos com seu mais novo hospedeiro que possivelmente vai conseguir se comunicar em breve. São muitos os caminhos para um segundo ano, mesmo sem o anúncio oficial de lançamento de uma nova parte.
Os números da audiência não mentem e o sucesso é visível, então é de se esperar uma publicação de um segundo ano em breve, vale lembrar que o próprio diretor falou em entrevista sobre não querer um intervalo muito grande entre uma temporada e outra. A série completa está disponível no Disney+ com oitos episódios.
por Daniel Guimarães




