A Academia Brasileira de Cinema confirmou que o longa Manas, estreia em ficção da diretora Marianna Brennand, será o representante do Brasil na disputa por uma vaga entre os indicados a Melhor Filme Ibero-Americano no Prêmio Goya 2026, que acontece em fevereiro, em Barcelona. A escolha reforça a boa fase do cinema nacional, um ano depois de Ainda Estou Aqui conquistar o troféu inédito para o país.
Desde sua première em Veneza, em 2024, Manas vem acumulando reconhecimento internacional. O filme já soma 30 prêmios, entre eles o Directors Award na mostra Giornate degli Autori e o Women In Motion Emerging Talent Award, entregue em Cannes. Foi a única produção da temporada a sair consagrada nos dois festivais.
O título também ganhou força nos Estados Unidos. Sean Penn, que assina a produção executiva, e Julia Roberts organizaram uma sessão especial em Los Angeles para chamar atenção de Hollywood. O longa tem ainda o apoio de Walter Salles, dos irmãos Dardenne e do empresário François-Henri Pinault, dono do grupo Kering. A distribuição americana ficará por conta da KimStim, com estreia prevista em cerca de 20 cidades, incluindo Nova Iorque.
O filme se passa na Ilha do Marajó (PA), o drama acompanha Marcielle, interpretada pela estreante Jamilli Correa, uma adolescente de 13 anos que começa a questionar as violências e limitações impostas à sua vida e à das mulheres de sua família. O elenco conta ainda com Dira Paes, Fátima Macedo e Rômulo Braga, além de atores locais.
A inspiração veio das investigações da diretora sobre casos de exploração sexual de crianças em balsas da região. Inicialmente pensada como documentário, a ideia evoluiu para a ficção. “Eu queria retratar a dor e a resistência dessas meninas sem expô-las novamente a situações traumáticas. A ficção me deu essa liberdade”, explica Brennand.
A preparação do elenco foi conduzida por Anna Luiza Paes de Almeida e René Guerra. Entre os destaques está Dira Paes, que dá vida à policial Aretha, personagem baseada em figuras reais de enfrentamento à violência sexual na Amazônia. O longa reúne ainda nomes consagrados da equipe técnica, como Pierre de Kerchove (fotografia), Marcos Pedroso (direção de arte), Isabela Monteiro de Castro (montagem) e Kika Lopes (figurino).
por Luiza Nascimento

