A 68ª edição do Grammy Awards, marcada para o dia 1º de fevereiro de 2026, promete ser uma das mais inovadoras da história recente da música. A cerimônia, que acontecerá no Crypto.com Arena, em Los Angeles, reúne artistas consagrados e novos talentos em uma celebração que reflete a diversidade e a transformação da indústria musical global. As mudanças nas categorias e nas regras de elegibilidade marcam uma nova fase da Recording Academy, que busca se adaptar ao cenário digital e às novas formas de consumo e produção artística.
A premiação avaliará produções publicadas em agosto de 2024 a agosto de 2025, tendo nomes como Kendrick Lamar, artista com mais indicações, sendo nove no total incluindo canção do ano e álbum do ano. Lady Gaga com sete indicações e Sabrina Carpenter, Bad Bunny e Leon Thomas, ambos concorrendo a seis categorias. Caetano Veloso também foi indicado na premiação, em seu trabalho junto com Maria Bethânia, ambos vão concorrer a Melhor Álbum de Música Global.
Entre as principais novidades da edição, está a criação da categoria Best Album Cover (Melhor Capa de Álbum), que passa a reconhecer o trabalho visual das produções fonográficas. O novo prêmio valoriza a arte e o design das capas, reconhecendo que o aspecto visual é parte essencial da experiência musical e contribui para a identidade estética e emocional de um disco.
Outra mudança significativa ocorre nas regras de elegibilidade. A partir desta edição, artistas que já tenham colaborado em álbuns anteriormente indicados ao Grammy — por exemplo, como compositores, backing vocals ou produtores — poderão disputar a categoria de Artista Revelação (Best New Artist), desde que sua participação anterior tenha sido limitada e não tenha caracterizado protagonismo na obra.
Essa atualização busca refletir melhor as diferentes etapas de uma carreira musical, reconhecendo artistas que antes ficavam de fora por já terem participado de grandes projetos. Além disso, o Grammy passou a aceitar álbuns e pacotes físicos vendidos diretamente aos fãs, sem necessidade de intermediação por gravadoras ou grandes distribuidoras. A decisão amplia a inclusão de artistas independentes, acompanhando o crescimento das plataformas digitais e a força da economia de fãs no mercado contemporâneo.
A categoria Best New Artist é uma das mais aguardadas da noite, e em 2026 traz uma seleção que espelha a pluralidade da música atual. A britânica Olivia Dean, destaque no soul e no pop alternativo, figura entre as favoritas, assim como Leon Thomas, que se firmou após anos como compositor e agora desponta em carreira solo. Outro nome em evidência é Addison Rae, que migrou das redes sociais para o universo da música e surpreendeu com um álbum de estreia bem recebido pela crítica.
A lista ainda conta com Lola Young, revelação do R&B britânico; o grupo global KATSEYE, formado por integrantes de diferentes países e estilos; a banda latina The Marías, que combina indie e sonoridades hispânicas; o cantor Alex Warren, surgido do circuito digital norte-americano; e o jovem artista Sombr, um dos novos representantes da cena pop alternativa. O grupo de indicados evidencia uma abertura maior da Academia para nomes que nasceram fora do circuito tradicional das gravadoras, representando tanto o poder da internet quanto a globalização da indústria fonográfica.
Kendrick Lamar lidera com nove nomeações, consolidando-se como um dos nomes mais influentes da música contemporânea. O rapper se tornou o primeiro artista solo da história a ser indicado ao prêmio de Álbum do Ano por cinco discos de estúdio consecutivos, um feito que reforça sua consistência artística e relevância cultural.
Outro destaque é Bad Bunny, que voltou a quebrar barreiras linguísticas ao ser indicado simultaneamente nas categorias Álbum do Ano, Gravação do Ano e Canção do Ano com uma obra inteiramente em espanhol. O reconhecimento do artista porto-riquenho reforça a presença cada vez mais expressiva da música latina no cenário global.
O universo do K-pop também fez história nesta edição, com ROSÉ, do grupo BLACKPINK, figurando entre os indicados a Canção do Ano e Gravação do Ano, e com o projeto fictício HUNTR/X, da animação K-Pop Demon Hunters, concorrendo com a faixa Golden, ambas marcando a expansão cultural do gênero sul-coreano.
Diferente de edições anteriores, a academia adicionou uma nova categoria após a vitória de Beyoncé com Cowboy Carter na indicação de Melhor Álbum Country. A categoria vai se chamar Melhor Álbum Country Contemporâneo, e será adicionada a nova categoria chamada de Melhor Álbum Country Tradicional, além do retorno da categoria de Melhor Capa de Álbum.
As atualizações nas categorias e regras de votação refletem a tentativa da Recording Academy de acompanhar as mudanças estruturais da indústria musical. A abertura para novos formatos de distribuição e a valorização de diferentes expressões artísticas demonstram uma preocupação em tornar o Grammy mais inclusivo, diverso e representativo da produção musical atual.
Confira a lista completa no site do Grammy.
por Luiza Nascimento feat Lucas Cerqueira








