Uma das franquias mais conhecidas do mundo volta para o seu terceiro filme e entrega mais do mesmo. Avatar – Fogo e Cinzas, entramos novamente no mundo de Pandora e mais uma vez somos recebidos por uma estética perfeita, com cores vivas, criaturas majestosas e paisagens lindas, porém a história do filme parece se repetir pela terceira vez.
Nessa terceira continuação, temos Jake Sully (Sam Worthington) e Neytiri (Zoë Saldaña) tentando lidar com o luto pela perda do filho mais velho no segundo filme. Acompanhamos toda a família nesse processo, principalmente Lo’ak (Britain Dalton) que se culpa pela morte do irmão e também é culpado pelo pai.
Somos apresentados ao povo das cinzas, que tem como líder Varang (Oona Chaplin) uma personagem que não é muito desenvolvida, mas consegue convencer de que é perigosa em sua primeira aparição. Também temos o retorno do vilão dos outros dois filmes, o Coronel Miles Quaritch (Stephen Lang) que ainda quer se vingar de Jake e o fazer pagar por “ter traído a humanidade”.
No filme também acompanhamos a jornada espiritual de Kiri, que é interpretada brilhantemente por Sigourney Weaver, e a busca da menina por Eywa, a deusa do povo Na’vi e pelo significado de sua vida e é uma das partes mais interessantes e bonitas do filme. O longa dá mais espaço para Spider (Jack Champion), que no segundo filme era mais um personagem secundário e agora ganha um desenvolvimento maior do roteiro, por se tornar o primeiro humano a conseguir respirar sem uma máscara de oxigênio em Pandora. Spider é um personagem daqueles que existem pra fazer piadas a todo momento e até tentam explorar um lado mais emocional com ele, mas é um personagem bem fraco e chato de acompanhar.
O povo das cinzas é uma novidade do filme e na história da franquia, mas não recebe um grande desenvolvimento. A líder, Varang, é uma boa personagem, mas acaba sendo apagada quando se junta ao Coronel Quaritch por compartilharem Jake e Neytiri como inimigos. Não vemos muito do ambiente onde o povo das cinzas vive e poderia ter sido mais explorado, assim como o próprio povo.
James Cameron é um gênio do cinema, isso não podemos negar, mas quando ele mesmo prometeu que não queria mais abordar as mesmas situações e mesmos conflitos dos outros dois filmes, o público vai assistir querendo mesmo ver uma coisa nova e até vemos, com o povo das cinzas e a abordagem violenta deles, porém o filme volta a repetir o conflito dos humanos contra os Na’vi e praticamente explora as mesmas problemáticas das outras obras da franquia.
O filme se alonga muito em coisas que já estamos cansados de ver e de saber e o que poderia ser explorado de novidade, como o povo das cinzas, não é tão abordado. É um filme de 3h15min de duração, o que é um exagero, porque não havia necessidade nenhuma de tantas horas de filme, levando em consideração que tem partes do longa que podem ser cortadas sem afetar o resto da trama.
Apesar disso, Avatar – Fogo e Cinzas não é um filme ruim. Mas, é um longa que te entretém e serve beleza, visuais de tirar o fôlego e uma batalha épica, assim como os outros dois. Vale a pena assistir no cinema por ser um filme muito bonito, mas não vá esperando nada de diferente vindo da franquia.
por Maria Eduarda Santangelo


