[Total Flex] Boemia de regresso / Instinto


A música me leva a um estado de boemia. É como se eu estivesse em um barco, com uma garrafa de uísque, um rádio à pilha e um violão. Na água, brilham as luzes de uma cidade desconhecida. 

Esse brilho se confunde com o brilho das estrelas, em uma noite incomum, com um frio considerável. Não presto muita atenção na cidade. 

Apenas quero observar o tempo passar. Talvez, para mim, a cidade nem seja tão importante quanto a necessidade de ficar sozinho, quieto, de me desligar do mundo ou estar em conexão com um mundo simples, minimalista.


Vida boêmia. Legítima e pura. Volare! Mesmo com um microfone nas mãos, não cantaria coisas desse gênero, mas tocaria algo triste. Com certeza.
As luzes que brilhariam na água enquanto estivesse no barco poderiam ser associadas à música Lights, que estou amando.

Não imagino uma viagem. Não sei como ir, tampouco para onde ir. Se me vejo em algum lugar, já me vejo sentado, aproveitando os instantes, como o fato de sentar sobre uma pedra na beira da praia, jogando pedrinhas e conchas no mar. Falando de amor. Com quem realmente saiba amar.

***

Coisas boas e coisas ruins. Talvez uma viagem para um local interiorano fizesse bem. Há quanto tempo eu não sei o que é deitar em uma rede e sentir o cheiro de terra verde? Há quanto tempo eu não respiro ilusões ou desapegos? Não quero estar sozinho nessa viagem. Quero aproveitar com alguém. Que essa pessoa também queira a mesma experiência, de se deixar levar e corresponder aos instintos.

Perceber dissonâncias me incomoda. Quando as coisas não se encaixam, são como música que muda de tom de forma brusca, para poder abrir nova estrofe. Algo fica perdido, sem sentido. É o mesmo que viajar sem propósitos. As coisas não acontecem de bandeja. O que se desperta está além do que pode ser planejado, mas isso também é preciso.

Se antes eu me imaginava em um barco, agora não mais. Sei que é um local muito mais próximo, mas apenas enxergo árvores, estradas de chão e fogão à lenha. Sem local determinado para viver essas sensações. Acho que o interior inspira a introspecção de forma tão natural que não é preciso ter um canto do pensamento.
Dessa vez, não quero rádio, nem violão, nem luzes. Quero o sertão, as árvores, o vento. Sem sol, de preferência. Quero nuvens que me façam imaginar e quero sentir a relva na grama. Quero experimentar a sensação de ser único e de me deixar levar pelo som dos pássaros, me sentindo livre, assim como eles. 

Quero olhar para o vale e saber que tão em breve a vida rotineira me aguarda, mas que eu não tenho pressa de chegar. Quero ser livre, buscando essa liberdade onde eu ainda não estive. Quero ser. Quero poder. Quero ter. Amado, amar, amor.

[Total Flex] Amor em dose dupla


Ele sai do trabalho preocupado com a reportagem na qual trabalha.
Ele espera os últimos alunos saírem.


Ele para em frente à escola e espera.
Ele sai apressado do prédio.

Ele chega em casa depois de muitos minutos em silêncio.
Ele chega em casa e se joga no sofá.

Ele abre a geladeira e pega um guaraná.
Ele liga a TV em um programa de danças.

Ele vai para a sala e acompanha o que está passando na TV, sem entender direito, ainda focado no trabalho.
Ele sorri, empolgado com cada movimento dos bailarinos.

Ele se perde nos pensamentos.
Ele observa.

Ele chega junto.
Ele sente a respiração bem próxima.

Ele avança.
Ele avança.

Os dois se amam, do jeito que são, desde o primeiro dia.

[Cantinho Literário] Devaneio de um amante

Queria eu ser,
brilho do seu olhar, razão do seu sorriso,
carinho dos seus abraços,
paixão dos seus beijos,
seu pensamento do dia,
motivo da sua felicidade,
sonho de cada noite,
e o amor que lhe completa.

É um anseio infinito
guardado em um peito melindrado,
porém repleto de esperança.
É um sonho almejado,
que um dia foi real.
É a chama do amor,
que faz meu amado ser impar,
o imaginário ser uma certeza,
a variável ser uma constante
e o devaneio virar lucidez.

Queria eu ser, enfim… O que fosse correto onde o erro insistir;
O que fosse verdade sem razão pra mentir;
O que fosse preciso pra fazê-lo feliz.

Adriana Ishikawa é adoradora de poemas, jornalista por amor, gosta das coisas simples da vida e gerencia os blogs Memórias Fragmentadas , onde posta poemas de sua autoria e o blog Bazar da Informação, que divulga matérias frias, abrangendo conteúdos relacionados a cultura e lazer.

[Cantinho Literário] Bem me quer, mal me quer




Peguei uma rosa no jardim;

“Bem me quer, mal me quer”;
Descobri a inocência do amor;
Prolixas e indefinidas sensações,
No intimo de uma alma carente.

“Bem me quer, mal me quer”;
Despi-me à perigosa sedução,
Em anseios de seus beijos,
No arder de seu olhar.

“Bem me quer, mal me quer”;
Eu quero e você quer?


Adriana Ishikawa é adoradora de poemas, jornalista por amor, gosta das coisas simples da vida e  gerencia os blogs Memórias Fragmentadas , onde posta poemas de sua autoria e o blog Bazar da Informação, que divulga matérias frias, abrangendo conteúdos relacionados a cultura e lazer. 

[Total Flex] Medéia: Quando o amor se transforma em ódio

Divulgação

Quem curte histórias épicas, místicas e lendárias da antiga Grécia, irá se encantar com Medéia. Uma personagem que luta com todas as forças e armas, contra as adversidades que a acomendem.

Feiticeira e apaixonada, mata seus próprios filhos pela traição de seu marido, Jasão, que se apaixona por outra mulher.

Porém, antes a maga e Jasão são expulsos de Iolco, após a morte de Pélias, filho de Poseidon e Tiro,filha de Salmoneu e Alcidice, reis de Iolco.

Jasão e Medéia, vão para Corinto com seus dois filhos, onde o rei daquele lugar convence seu marido a se casar com sua filha, expulsando-a e a seus filhos da cidade.

Após ser expulsa, Medéia vinga-se de forma ardil e voraz, mata Creonte, rei de Corinto e a filha dele, depois mata os próprios filhos e foge.

Uma história que mostra que o amor de uma mulher traída, pode se transformar em uma vingança maligna, causando dor, sangue e tragédia.

Ficha Técnica:

MEDÉIA – De Eurípedes

Direção Geral: Elber Marques
Atores: Com, Mayra Praquês, Fernando Bittencourt, Elber Marques, Lucas Amorim, Wesley Senna, Sérgio Barros, Carlos Costa, Eric Vagner e Daiane Rocha.
Percussão: Daniel Wergan e Artur Frank
Mais informações: www.espetaculomedeia.blogspot.com

Serviço

MEDÉIA

Datas: 17, 24 e 31 de Janeiro
Horário: às 21h
Ingressos: R$ 40 (inteira) / R$ 20 (meia)
Local: Teatro Commune
Endereço: Rua da Consolação, 1218 – Consolação – SP
Site: www.ciaencena.wix.com/ciaencena

Realização: Cia. Artística En’cena

P.S.: Os ingressos para o espetáculo do dia 17 já estão todos esgotados.