Nesta quinta-feira, 18, nós d’O Barquinho Cultural realizamos um bate-papo bastante distinto dentre as publicações do nosso boletim, pois reunimos algumas quadrinistas e roteiristas lá na Gibiteria, da Benedito Calixto, em São Paulo para conversar sobre quadrinhos cultura pop, mulheres na nona arte, projetos, influências, eventos de quadrinhos, cultura pop e muitas outras coisas. Foi uma manhã bastante proveitosa, rica em conhecimento, muita risada e diversão. Continuar lendo “[Total Flex] Bate-Papo reúne mulheres quadrinistas em São Paulo”→
A polêmica das biografias não autorizadas ainda continua. Depois da divulgação do livro do jornalista e escritor Paulo César de Araújo – Roberto Carlos em Detalhes – sobre a vida do cantor mais popular do Brasil, lançado em dezembro de 2006 pela Editora Planeta, contendo 504 páginas, que causou a irritação do cantor.
A publicação resultado de uma pesquisa ao longo de 16 anos que reuniu depoimentos de cerca de 200 pessoas que participaram da trajetória de RC, a obra chegou a vender 22 mil exemplares, até sua produção e venda ser proibida por determinação da 20ª Vara Criminal da Barra Funda, na cidade de São Paulo.
Concedendo debates de biografias, sendo pauta nas rodas literários e também artísticas do país, já que, muita gente é contra, porém uma grande porcentagem é favor.
Agora digam-me, até quando uma biografia pode ser catastrófica a carreira de um artista que já está consolidado e enraizado no que faz?
Alguns artistas a favor a biografia não autorizada dizem que isso não influência nada, afinal uma biografia não é nada mais do que um complemento à carreira do artista na visão de alguém de fora, observando não apenas o que está pré-estabelecido a visão do biografado, dando um plus à sua carreira, concretizando assim uma maior divulgação do mesmo. Porém, tem aqueles que são contra, acreditando que algo descrito não oficial é uma afronta a sua carreira, difundindo casos não selecionados para suas vidas atuais, como se muitos deles já não abriram as portas de suas casas para Contigo, Caras, Fuxico, entre outros veículos fofoqueiros e sem nenhuma utilidade pública.
Afinal, uma biografia mesmo que não oficial, é uma homenagem, a divulgação do trabalho, além da admiração que autor ao escrever tem por aquela pessoa, e quanto mais se diz sobre ela, mais seu trabalho será imortalizado, e não banir qualquer meio que não seja reconhecido pelo próprio, pois assim, além do obreiro perder um fã – já que na maioria das vezes, o escritor também o têm como ídolo – ele deixará sua essência humilde e carismática perante a sociedade, visando apenas em seu próprio mérito, ignorando qualquer manifestação que o cerca. Além é claro, como sempre o Brasil perde mais uma vez, desfavorecendo os escritores, já que eles irão preferir realizar a publicação do seu livro em outros países, onde a biografia mesmo que não autorizada também é bem vista, propagando e compartilhando o trabalho daquele que sempre o admirou em outros idiomas, já que mesmo que não explícita, em país de origem a censura elitista barrou seus pensamentos, por orgulho e egoísmo, centralizando apenas focando naquilo que da lucro, e não no que visa a cultura daquela obra.
Sabe quando comecei a escrever pensei, vou falar sobre um dos filmes franceses que adoro, Albergue Espanhol ou Bonecas Russas, mas me deu vontade de mudar tudo e falar de filosofia em francês.
Calma, num é bem assim, precisamente é um desafio e ao mesmo tempo uma delícia de ver, vou falar logo vai: “Ce n’est qu’un début” ou em português, “É apenas o começo” é um documentário que tive a sorte de ver no Canal Futura. Foi meio assim do nada, zapeando mesmo, e parei vendo simplesmente crianças de 3 a 4 anos debatendo na escola temas como amor, morte, cidadania, liberdade.
Parei pra vê-los, com a maior segurança, e animação, falando que bem o amor, um de cara bem ‘ bolachuda’ diz convicto: “É quando meu papa e mi mama se amam, e quando eles não se amam eles não conversam”.
A aparente simplicidade das respostas, ou suposta facilidade de se filosofar ou praticar o ato de pensar aos 3 ou 4 anos, cai por terra. A professora precisa conter a dispersão de um, o bocejo de outro, todos falando ao mesmo tempo, as brigas entre meninos e meninas sobre seus, digamos, direitos.
Foram 2 anos de filmagem, acompanhamento com os pais, numa escola pública, com um contingente em sua maioria de crianças imigrantes, africanos, chineses, albaneses e por aí afora.
Esse jardim da infância tem seus protagonistas, sempre os que se destacam, se posicionam mais, e nisso já fazem seu exercício de filosofar, são os “pensadores”: o agitado Azouaou Abderhamene, sua debatedora que lembra um estilo Queen Katiffa total: Louise, Shana, Kyria e Yanis.
Vou contar o filme, porque mesmo que eu fale e fale, só vendo mesmo expressões, risos, interrupções bizarras, eles são demais mesmo, impagável!
Bem, a escola é a Jacques Prévert, a professora (santa, fofa de plantão e com uma habilidade para controlar o público) Pascaline, faz as crianças sentarem num círculo ao redor de uma vela acesa.
Nessa fase, tudo tem um ritual, um momento para começar e acabar. Se continuássemos assim a vida toda, saberíamos melhor nossos limites, anyway, vamos às crianças.
Bem, imagine a cena: uma classe dessa, toda correndo, bagunçando, e aí a professora diz que é a hora de debatermos, mas que a equipe de filmagem também está chegando.
É o fim de qualquer controle não? Câmeras, crianças e filosofia, hein?
Bem francês isso, mas deu certo, e olha que ao terminarem o projeto e as filmagens, eles ficaram tristes, disseram assim: “É….., no começo era chato, mas a professora era legal, e a gente podia falar de tudo, eu vou ter saudades, e agora? Não vamos mais vê-la, não podemos mais conversar?!” Quando tudo termina, os alunos já estão com 5 anos, e as ideias e ideais começam aos poucos a se cristalizar. Ah, que pena!
Mas sabemos que isso nunca acaba, então vamos às histórias…
Um dos professores, Pierre Barougier conta que quando o carro de filmagem chegava as crianças diziam “olha, olha esta é a filosofia, a filosofia aqui! “
Nossa, câmeras viraram sinônimo de filosofia e as crianças queriam sim sua presença! Contavam os maiores deslizes de seus pais, preconceitos, brigas, uma chinesinha falou suavemente que os pais passaram e fingiram não olhar para uma senhora de rua que pedia comida. “ Eu até falei, mamãe olha essa senhora no chão, mas nem deu tempo, eles nem olharam.”
Outro se diz mais na “democracia” e “melhor aceito” quando viajou com a família para a África do que na França, e olha que ele é bem enfático viu! Claro, deixou seu depoimento lacônico, mas perfeito, “o amor é um código”, assim como se fosse super simples definir algo que ninguém até hoje conseguiu, mas para ele era assim e a professora deu continuidade.
Muitas vezes ou eu me matava de rir, outras não queria estar no lugar da professora, e agora o que falar? Como explicar ou seria melhor não explicar e deixa-los vivenciar?
E se você pensa que os pais ficaram de fora, não neste filme, eles participam, e ouviam e viram suas vidas sendo desveladas num instante na sala de aula. Um menino toma seu sorvete e o pai pergunta, mas você fez isso mesmo, você brigou por que? E ele num ar nonsense “ Não lembro…”, e repetiu isso umas duas vezes pelo menos, no que o pai se deu por vencido, por hora.
Gente, pode parecer uma série de situações comuns, de crianças sinceras, em sua ingenuidade e tal, mas está longe disso, claro, ri muito, é muito bom vê-los dizendo sabe toda aquela verdade que você quer dizer às vezes, não?!
O filme revelou comportamentos e atitudes entre os alunos que mostram claramente que eles entram em um processo de reflexão crítica . Os pais, “não podia acreditar que seus filhos eram assim tão inteligentes!“; conta Isabelle Duflocq.
É o que sempre penso, digo humildemente, isso…vai lá subestimar seu leitor, seu espectador pra você ver, ele te dá uma olé, seu filme é um fracasso, seu artigo uma chatice, imagina se o tal mantiver essa alma crítica, alimentada desde os 3 anos.
É apenas o começo não é só um filme, um documentário, como quiserem chamar, é um projeto que fica pela vida, que envolve a família (algo raro no ambiente escolar, e sabemos bem disso), e demonstra que gostamos de pensar sim, que buscamos o debate junto ao grupo e queremos uma vela acesa, seja um líder, um professor que marcou sua vida, um amor, um ideal.
E, acreditem, essa vela nunca apaga, porque assim como as crianças disseram ao final, nós sentimos falta, e queremos sempre mais, mais isso é o bom, porque toda experiência está sempre começando!
Ascenda sua vela e ouça a música tema de Ce n’est qu’un début, a autoria é do tunisiano Anouar Brahem, cuja inspiração está no estilo instrumental árabe, está no ábum Astrakan Café:
Sabemos que hoje não é dia de cinema no O Barquinho Cultural e muito menos é sexta-feira, mas por forças maiores, não deu para subir a coluna da Cabina da Pipoca na semana passada e como não queremos deixar nossa tripulação na mão, por não deixá-los informados sobre o mundo cultural, nós resolvemos subir não um, mas dois textos de cinema para vocês e além é claro, do desta semana, que será especial rock and roll aqui no OBC.
Mas vamos ao que interessa e subir os atrasados, que é claro que iremos falar sobre a Flip 2013, que aconteceu semana passada do dia 3 a 7 de julho, na cidade de Paraty, Rio de Janeiro e a como se sabe, o cinema é uma arte literária e com isso, teve a participação do cineasta Nelson Pereira dos Santos, que marcou presença na última mesa no evento, da sexta-feira (5), o diretor de “Vidas secas” e “Memórias do cárcere” , ambos baseados em obras de Graciliano Ramos, contou histórias dos bastidores das filmagens. Na maior parte do tempo, os episódios eram inicialmente citados pelo mediador, Claudiney Ferreira, que então incentivava Nelson Pereira a detalhá-los.
O debate do cineasta teve exibições de trechos de longa, como o caso da morte da cachorra Baleia em “Vidas secas”. Ali, vieram alguns dos principais momentos da mesa. Nelson Pereira recordou-se do sucesso que o bicho fez no Festival de Cannes em 1964 e de uma acusação de ter assassinado de verdade a “intérprete” da personagem.
“Uma condessa italiana ficou furiosa com o filme, disse que só povo subdesenvolvido, para fazer o filme, mata o animal”, comentou. “Aí, a Air France [companhia aérea] ofereceu uma passagem para a Baleia ir para Cannes. Essa história estourou.” Segundo ele, a tal defensora dos animais seguiu cética, argumentando que, na verdade, a produção encontrou uma nova cachorra apenas para exibir aos desconfiados – “porque vira lata é tudo igual”.
O cineasta detalhou que pretendi, em princípio, trabalhar “cientificamente” com a cachorra para dirigi-la, usando um “método pavloviano, de reflexo condicionado”. Na prática, confessou Nelson Pereira, a ideia era deixá-la sem comer e, apenas na hora das filmagens, distribuir porções de refeição estrategicamente pelo set, conforme a necessidade de movimentá-la pelo espaço.
De acordo com ele, contudo, o plano fracassou. Quem sabotou foi um próprio integrante da equipe, descoberto após alguns dias. Era o próprio ator protagonista, Jofre Soares, responsável pelo papel de Fabiano e por dividir clandestinamente o almoço com Baleia. “O Jofre não comia junto com a equipe, saía andando e ia derrubando pedaço de carne para ela comer. Eu falei: ‘Já que você deu de comer, você vai dirigir a baleia!’.”
Nelson Pereira afirmou que cogitou a possibilidade de, na versão para a tela, dar um novo final à personagem Madalena. No livro, ela se mata. Ao receber uma carta dando conta da proposta de alteração, o próprio Graciliano respondeu que aceitava, mas desde que ficasse desligado da produção.
“A resposta do Graciliano foi: ‘Tudo bem, podem fazer, mas tira o meu nome dessa porcaria’”, apontou. O escritor teria recorrido ao óbvio: o suicídio de Madalena é a razão pela qual o Paulo Honório, o narrador, “escreve o livro”. Sem morte, não haveria romance – nem filme –, portanto. Nelson Pereira, por seu lado, justificou o ponto de vista: “Fiquei apaixonado pela Madalena”. Daí a opção, longo abandonada, por tentar mantê-la vida.
Por fim, o mediador instigou Nelson Pereira a explicar por que não adaptou um terceiro livro de Graciliano, “São Bernardo”. O cineasta contou que foi o próprio autor quem o “impediu” de levar adiante o projeto, quando a ideia do roteiro estava pronta.
Assista abaixo um trecho do filme Vidas Secas (1963), de Nelson Pereira dos Santos:
Isso ai tripulação, aguardem pois ainda terá mais textos da Flip 2013, na coluna do Cantinho Literário. Por Priscila Visconti
Acompanhar o processo de informatização e avanços tecnológicos é fundamental para garantir o crescimento profissional e ficar antenado nas tendências de mercado, porem essas tendências contribuem com estimulo de consumo, e o consumismo cresce cada vez mais entre todas as classes sociais, sendo assim cresce o numero de lixo gerado pela população e aumento de produção de lixo representa também a necessidade de maior cuidado com o Meio Ambiente, já que tudo é extraído da natureza e de uma forma ou de outra voltam para ela.
Com tanta aquisição de aparelhos eletrônicos, o lixo eletrônico deve sim ter seu destino correto, já que seu contato direto com a natureza pode causar danos irreversíveis. Já existem organizações que a fazem coleta de baterias por exemplo. Vem sendo comum encontrar algum deposito para pilhas e baterias em agencias bancarias.
Há 11 anos é realizado o Festival Lixo e Cidadania em Minas Gerais, o festival proporciona espaços de intercâmbios, que possibilitam discussões em torno do tema sustentável, e as necessidades do seu desenvolvimento, facilita discussões culturais, empreendedorismo e educação ambiental, que inclusive já faz parte da grade curricular de muitas instituições escolares que promovem palestras, debates e oficinas que orientem os estudantes quanto a importância da preservação do planeta.
Voltando ao festival, a sua programação conta com diversas apresentações realizadas por catadores e ex-moradores de rua, cotando ainda com a apresentação musical de artistas que orientam quanto à reciclagem. O sucesso das edições anteriores fez com que os organizadores ampliassem as possibilidades de discussões, propiciando a troca de ideias culturais, o respeito pela diversidade dos povos, o foco em gestão empreendedora visando à reciclagem. Essas experiências são verdadeiras moedas de ouro para mudanças de hábitos e melhoras no comportamento populacional, pois o crescimento e avanços tecnológicos, não podem ser usados para justificar os excessos de consumo. Hoje sustentabilidade é uma das palavras mais utilizadas no planeta, e mais do que inserida no vocabulário ela deve ser coloca em pratica para que bons resultados sejam garantidos. As organizações privadas estão realmente adotando essa ideia, e tem realizado ações mais frequentemente e com mais eficácia do que o próprio governo é claro que essas ações socioambientais promovem sim a imagem da organização, pois a mesma passa ser vista com outros olhos nas comunidades, mas qual o problema do marketing social, da promoção dessas empresas por meio das ações ambientais já que são benéficas a todos?
As empresas podem e vem continuar contribuindo com essa conscientização do seu publico externo, no caso clientes e comunidades, para que bons hábitos permaneçam e multipliquem. O Festival de Lixo e Cidadania é uma realização do Fórum Estadual Lixo e Cidadania, Instituto Nenuca de Desenvolvimento Sustentável (INSEA), Movimento Nacional de Catadores de Material Reciclável (MNCR), Centro Mineiro de Referência em Resíduos (CMRR), Serviço Voluntário de Assistência Social (SERVAS), Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam), Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMAD) e Governo do Estado de Minas Gerais.