[Cantinho Literário] Murillo Teixeira e seu sonho de ser escritor

Finalmente o mês mais sonhado por todos chegou, o mês de dezembro e nele veio junto a solidadriedade do natal, afinal já podemos sentir o espírito natalino no ar e o ano novo, mas próximo do que nunca, que aliás, por falar em novo, esta semana fizemos a entrevista que falamos que iríamos fazer com o escritor do livro “De monstros marinhos e outros medos”, no qual falamos de seu livro e também da promoção do lançamento dele.

Murillo Teixeira é um jovem escritor, formado em audiovisual, porém não quis trabalhar com nesta área, então sem saber o que fazer da vida, parei e vi que a única coisa que eu fazia todos os dias era, escrever e Murillo sempre disse que queria escrever um livro, mas postergava, foi ai que ele começou a escrever Monstros marinhos não existem, então ele viu que tinha um bom conto pra começar o livro.
Confira abaixo a entrevista que o jovem escritor Murillo Teixeira concedeu ao site O Barquinho Cultural:
OBC: Quando começou seu amor pela literatura?
Murillo Teixeira: Acho que sempre tive. O que demorou, foi entender. E isso aconteceu lá pelo fim de 2011.
OBC: De onde vc busca inspiração para escrever?
MT: Em qualquer lugar. Uma história de alguém, uma história minha, uma cena de filme, coisas que existem por dentro… A inspiração se encontra na vida, enfim.
OBC: O que é ser literário para vc?
MT: Ler, escrever e ser lido.
OBC: Quais suas principais influências no mundo literário?
MT: Talvez mais que influências, eu tenha escritores que me impressionaram muito. Seja por tema, seja por estilo. Amós Oz entra na lista, junto com o Roberto Bolaño. Caio Fernando Abreu, também. E mais…
OBC: O livro “De monstros marinhos e outros medos” é sua primeira publicação, ou vc já possuí outras obras publicadas?
MT: A primeira.
OBC: Quais são suas expectativas para o lançamento do livro?
MT: As expectativas são as melhores! Claro.

OBC: O escritor no Brasil é valorizado, ou deveria haver mais incentivo?
MT: Eu acredito que o escritor seja valorizado, sim. Porque talvez, o problema não seja a desvalorização dos nossos escritores, mas a supervalorização de quem é de fora. Como esses livros que são fenômenos mundiais pra mulheres, ou livros de fantasias em série. Talvez eles ofusquem o que é produzido de bom aqui, e que bem provavelmente é muito melhor. Mas enfim.
Contatos:
Mais informações sobre o Murillo Teixeira, acesse o site da Editora Patuá;

[Caixa de Som] Rapha Moraes: A revelação musical em 2013

Lançando seu primeiro álbum solo, o curitibano Rapha Moraes traz um novo trabalho à sua carreira, que apesar de você nunca ter ouvido falar sobre ele, sua trajetória já é longa pela estrada da arte.

Cantor, ator, compositor, Rapha mostra em sua canções o seu mais íntimo e profundo em suas criações, apresentando sua verdadeira essência musical a um público diverso e principalmente amantes da boa e inteligente música popular brasileira.
Confira o bate papo que o Rapha concedeu à nossa embarcação, com muita simpatia e carisma, ele falou sobre seu início, inspirações, influências, seu projeto solo, novo disco, shows, etc.  Vale muito a pena checar sobre essa revelação da música brasileira que já conquistou publico não apenas no Brasil, mas em vários outros países latino americanos.


OBC – De onde surgiu essa ânsia de ser músico? E quando foram seus primeiros acordes em sua vida? 


Rapha Moraes: Lembro que a primeira vez que tive um insight musical eu tinha uns 5 anos mais ou menos. Vi Chuck Bery tocando na televisão e falei pro meu pai que queria ser igual ele. Nessa idade mesmo dei meus primeiros acordes em uma aula de violão. Mas a música veio naturalmente.
Minhas avós sempre tocaram piano e no colégio meu grupo de amigos era cheio de músicos, por algum motivo. Então, ainda bem, a música me recrutou!

OBC – Quais são suas principais inspirações para compôr e cantar? E também atuar, já que além de cantor, você é ator?

RM: Com certeza as relações humanas. É o que me inspira e move. A vida pra mim é isso, o movimento interno e externo. Conexões.

OBC – Quais são suas influências musicais? Por quê?

RM: A música em geral, que me toca, é uma influência. E o que eu mais gosto mesmo é de canção sabe? Músicas bonitas… letras que me emocionam ou me façam pensar. Posso citar Moska, Fernando Anitelli, Perota Chingo e Jorge Drexler como alguns nomes que admiro muito e me inspiram.

OBC – O que surgiu primeiro em sua vida, cantar ou atuar? Como você “linka” as duas carreiras em sua vida?

RM: Cantar, com certeza. O teatro surgiu através de um grande amigo, Edson Bueno, que me incentivou a estar no palco também como ator. Acho uma delícia o teatro e espero fazer muito mais coisas, porém a música é minha estrada principal. Estar no palco é atuar, seja como for.

OBC – Desde de seu aparecimento, você vem com banda, como está sendo essa experiência na carreira solo?

RM: A experiência está sendo linda. Libertária. É bom fluir e poder compor e logo mostrar pras pessoas. É uma injeção de alegria!

OBC – Como foi a produção desse novo trabalho?

RM: Está sendo! Constante e sempre em movimento. Essa é a graça. Descobrir sempre algo novo e um lugar novo pra conhecer ou conquistar artisticamente.

OBC – Shows, apresentações, performances, clipes…, há algo programado em sua agenda? O que e quando?

RM: Temos algumas datas em Curitiba e São Paulo para esse ano.
Dias 10 de novembro [corrente cultural, Auditório Londrina, 14:30 – Curitiba] e 22 de novembro [Teatro Paiol Curitiba]; e dias 6 de dezembro [SIM SP] e 8 de dezembro [BECO SP].

A ideia é continuar soltando material novo na internet e lá por abril do ano que vem lançar um EP Oficial ou um CD completo!

OBC – Quais as expectativas futuras para a sua carreira?

RM: Espero abraçar a vida como ela vem me abraçando. Arriscar, conhecer gente nova, levar minhas canções para o máximo de pessoas por aí. Cada vez sinto que mais os corações estão abertos e é com eles que vou me sintonizando. A estrada foi feita pra ser percorrida.


O primeiro álbum solo do Rapha chama-se “La Buena Onda”, foi lançado 2013 e até agora contém cinco cinco videoclipes gravados que transborda emoções, entre eles estão os singles, “A Viagem”, “Imprevisível”, “Estação de Nós Dois”, “Viver de Mar” e “Você e Eu”. No próximo ano as músicas serão compiladas em um disco físico para os fãs e admiradores do músico.

Enquanto isso, podemos ouvir o novo projeto do artista em seu canal no SoundCloud:

Além do mais, pode acessar no Facebook oficial do Rapha e estar por dentro de todas as novidades sobre laçamentos de single, EP, shows, fotos, e qualquer outra novidade que o músico divulga em suas rede aos seus fãs.Por Patrícia Visconti

[Cantinho Literário] Desbravando o velho mundo com uma mochila nas costas, sem dinheiro no bolso e muita coragem

O mundo é uma imensidão a ser explorada por seus habitantes, e todo jovem tem prazer de desbravar o planeta, mesmo que seja apenas com uma mochila nas costas e sem dinheiro algum no bolso.

Aprender novas culturas, novas línguas, conhecer novas gastronomias, novos amores, amigos, diversão e entretenimentos. Se aventurar pelo “mundão” a fora, principalmente quando começamos pelo berço da civilização moderna, a velha e bela Europa.
É isso que o autor Nil Marques traz no em sua primeira publicação literário “Europa na Mochila“, que mostra uma viagem inusitada por 20 cidades europeias. Aonde um universitário brasileiro desbrava o velho mundo, conhecendo outras culturas, diferentes pessoas e experimentar divergentes modos de vida, sob a uma visão bem humorada e realista de um mochileiro que adquire novos conceitos entre Brasil e Europa.
Em um bate papo a nossa embarcação, Nil nos contou um pouco sobre sua carreira, seu começo, suas influências, anseios e expectativas futuras.
Confira abaixo:

OBC – Quando surgiu essa ânsia em ser escritor? 

Nil Marques – Gosto de escrever desde criança. Sempre gostei de ler, fazer redações e criar histórias. Tenho mais de dez peças de Teatro escritas e algumas encenadas. Outras, como “A Vida de Brasileiro” e “Não Me Contamine!” ganharam prêmios em festivais. Escrevi roteiros para programas jornalísticos na TV Manchete e Rede Record. Faltava escrever livros, uma grande paixão.
OBC – Quais são suas principais influências no mundo literário?

NM – Leio muito e gosto de muitos autores, mas não posso dizer que eles me influenciam, até porque temos estilos bem diferentes. Machado de Assis e Eça de Queirós (ou Queiróz como alguns citam), são meus prediletos. Camilo Castelo Branco, também, me inspira. Os contemporâneos Dan Brown e Khaled Hosseini são inteligentes e intrigantes. Gosto do ousado, romântico, inteligente, questionador, surpreendente e esses autores têm um pouco disso.
OBC – O livro “Europa na Mochila” é sua primeira publicação ou você já possuí outras obras literárias?

NM – Como literatura é a primeira publicação, mas não a primeira ser escrita. Tenho outras obras que estão na gaveta, como “Contos de Humor e de Terror“, que enfoca a lendas e histórias brasileiras com influências estrangeiras, histórias que ouvi na infância e outras tiradas da minha mente fértil (risos). Este pretendo lançar no próximo ano. Tenho uma caixa de textos escritos esperando para serem publicados. 
OBC – O livro têm experiência próprias, ou é de histórias que você ouviu por aí? Conte-nos um pouco sobre o que te inspirou a escrever sobre isso? 

Tem um pouco de tudo isso, mas noventa por cento são baseadas nas experiências que eu vivi. Oito por cento são ficção e dois por cento em coisas que vi, ouvi e aprendi. Vale ressaltar, que o personagem central é fictício, os outros receberam nomes em homenagem às pessoas que gosto, sempre, faço isso em minhas histórias, batizo os personagens com nomes de pessoas que amo.
OBC – Quais as expectativas para o lançamento do livro?

NM – Fiquei muito feliz em escrever o livro e me diverti muito. É isso que espero, que as pessoas fiquem felizes ao ler e se divirtam. Quero que na data, metade da população do Brasil venha, ou um pequeno grupo de pessoas que amo – amigos, parentes, novos amigos, futuros leitores, que, na prática, valem tanto quanto a população do Brasil (risos).
OBC – Já há ideias de uma nova obra retratando a vivência em outros continentes?

NM – Sim! Falta a outra parte da Europa, China, Ásia, África, América, Oceania, enfim, todo planeta. Porém, isso é um desejo! A realidade é um pouco diferente, mas sonhar é obrigatório, realizar é possível e querer é opcional.
O lançamento do livro “Europa na Mochila” acontecerá no dia 9 de novembro, em um coquetel na Livraria da Vila – Alameda Lorena, 1731 – às 15h, em São Paulo.
Venham brindar e desfrutar um pouco dessas histórias e momentos de suma importância não apenas na vida de Nil, mas para a literatura brasileira.
Para mais informações, acesse o fanpage oficial do livro no Facebook, além de conferir a sinopse, resenhas, novidades sobre Nil e sua obra em questão.
(Uma desbravadora de sonhos que em breve conquistará o mundo todo).

[Caixa de Som] Uirá França: O "populesco" em HQ!

A música popular brasileira é bem mais ampla do que a grande mídia dita em seus canais de comunicação, afinal, nossa cultura é rica ao extremo de unir não apenas instrumentos musicais, com voz e percussão, mostramos mais do que música, e sim arte, cultura e uma amostragem de uma sociedade extramente rica culta e diversificada. 

O músico brasileiro, assim como qualquer cantante de outra nacionalidade também têm influências ainda na infância, mas com uma diferença, principalmente aqueles que vivem o regional e aprendem a valorizar o conhecimento popular desde sua origem, retratando melhor em suas canções e composições.
Assim aconteceu com nosso entrevistado de hoje, o músico Uirá França, que assim como grande nomes da música brasileira também começou sua carreira em Brasília, sua cidade natal e atualmente está radicado em Sampa.
Confira abaixo o que Uirá nos contou sobre seu início, carreira, single, expectativas para o novo álbum, shows, produções, inspirações…

OBC – De onde surgiu essa ânsia de ser músico? E quando foram seus primeiros acordes em sua vida? 

Uirá França – Costumo falar que não busquei a música, não ansiei ser músico, a música meio que me encontrou numa dessas esquinas. Aconteceu muito naturalmente. 
Meu pai é compositor, tinha um violão lá em casa, e quando eu não tinha o que fazer, ficava “fuçando”. Na escola todos meus amigos queriam aprender a tocar e pediram um violão de natal, como já tinha violão lá em casa eu adiantei o serviço, mas sem grandes pretensões.

OBC – Quais são suas principais inspirações para compôr e cantar?

Uirá França – Gosto de contar estórias com minha música, falar de coisas que passam comigo, com pessoas ao meu redor, coisas do cotidiano mas de uma forma bem particular, dou a quem escuta a minha versão do que acontece. Como exemplo minha última composição #VEMPRARUA, que retrata bem a minha visão e sentimentos em relação às manifestações que aconteceram esse ano no Brasil.

OBC – Quais são suas influências musicais? Por quê?

Uirá França – Sempre, muita música e de todo tipo! 
Graças a Deus lá em casa fomos criados livres de preconceito o que me permitiu acumular uma bagagem cheia de canções boas, de estilos distintos, ao menos pra mim. 
Posso citar alguns nomes que influenciam diretamente meu trabalho atual como, Beatles, Newton Faulkner, John Mayer, Dave Matthews Band, Nando Reis, Frejat, Caetano Veloso entre outros.

OBC – Você disse uma ve que ser pop não necessariamente é ser “populesco”, ou sucumbir a mesmice. O que você traduz com “populesco” e sucumbir a mesmice? Por quê?

Uirá França – Música pop não é sinônimo de música de baixa qualidade, como os artistas que havia citado, eles são prova disso, em vários momentos de suas obras, fizeram canções extremamente populares e de muita qualidade.
O que acontece é que existem músicos acomodados com certas “fórmulas de sucesso”, canções formatadas, que acabam se parecendo demais umas com as outras, afinal se tratam de cópias umas das outras. 
Dá sim, para fazer uma canção com apelo popular mas que tenha conteúdo, contribua pra quem escute, sem ser mais do mesmo.

OBC – Qual o gênero musical você define seu som? Por quê?

Uirá França – Não gosto de limitar minha música a um estilo, mas para responder sua pergunta acho que me enquadro em: Música Popular Brasileira, que para mim não é necessariamente MPB, pois essa carrega uma certa marca que não cabe muito bem na minha música.

OBC – Em sua primeiro EP, lançada em Agosto/2012, o que você mostrou de seu trabalho, e qual o público você quis atingir? Você acha que atingiu ao seu objetivo?

Uirá França – Quando parei para fazer esse trabalho, foquei na canção como ela veio ao mundo pra mim, voz e violão. Quando sentei pra pensar nos arranjos a ideia era descaracterizar o menos possível a natureza das canções e fui muito feliz, já que o EP ficou leve e as melodias são quem guiam os álbum, os instrumentos entram para compôr e não saltar aos ouvidos, a canção é mais importante. 
O público alvo é qualquer brasileiro que goste de músicas boas para cantar ao acordar, de baixo do chuveiro numa roda de violão e por aí vai. 
Não curto a ideia de segregar um público, minha música está aí pra quem goste dela, o que posso dizer é que nela tem muita verdade e amor.

OBC – Como foi a produção desse trabalho?

Uirá França – Fizemos a pré produção toda em meu quarto em Belo Horizonte, Gui Amaral e eu, ficamos meses fazendo e refazendo arranjos, Eu compus todas as linhas de guitarra, violão, baixo e backing vocals, o Gui entrava com sua minuciosa e extremamente bem acabada composição de bateria e somava alguns elementos percussão. 
Terminada a fase do quarto veio a parte prazerosa, gravar o que já estava na ponta das línguas e de baixo dos dedos. Estávamos muito afiados e gastamos pouquíssimo tempo para gravar tudo no Estúdio Gifoni, onde contamos com o excelente trabalho de Fabrício Gavani e Sergio Gifoni na técnica e captação.

OBC – Há previsão para o lançamento do seu álbum de estreia?  Quando e como ele será?


Uirá França – Até o fim do ano esperamos estar com tudo pronto, estamos trabalhando forte nisso e acho que vamos ter um resultado bem legal. Não é a toa que dizem, “trabalhe com o que ama pois assim você não vai precisar trabalhar nunca na vida”, (rs).

Ele vai ser mais músicas do Uirá, mas não “mais do mesmo”.

OBC – Shows, apresentações, performances, clipes…, há algo programado em sua agenda? O que e quando?

Uirá França – Em breve começaremos uma série de shows divulgando o Clipe #vemprarua em São Paulo, e a ideia e já emendar com o lançamento do disco antes do final do ano.
OBC – Quais as expectativas futuras para a sua carreira?

Uirá França – As expectativas são grandes em relação ao disco novo, uma vez que o EP já teve um feedback muito interessante.
A expectativa é que o disco alcance vôos mais altos, esperamos agenda cheia em 2014, afinal preciso de dinheiro pra comprar ingressos pra Copa do Mundo (rs).

Assista abaixo o primeiro single oficial de Uirá #VEMPRARUA, que já têm mais de 12 mil visualizações no Youtube:


Se você curtiu o trabalho do Uirá, então confira o primeiro disco “Réu Confesso“, lançado em 2012 de forma independente. Além do mais, você poderá fazer o download da faixa “Vagabundo“.
Ouça AQUI
Espero que tenham curtido, e para informações sobre esse grande música, confira os links deles abaixo, enquanto isso, vou garimpar novos talentos para incluir na nossa caixa de som dos tripulantes do nosso barco.
Contato para shows:Maura CostaFones: (11) 98512-4265 | (11) 2985-0563e-mail: maura.costa@gmail.com
Site | Facebook 
Até a próxima, pessoal!Patrícia Visconti

[Total Flex] Rua Augusta: A praia dos paulistanos

Todo mundo sabe que na cidade de São Paulo não tem praia, e nem um calçadão como há em Copacabana, no Rio de Janeiro. Porém, os paulistanos se viram como pode, ficam nos bares, nas calçadas, nas ruas, tudo para aproveitar seu happy hour, seu fim de semana ou aqueles momentos de folga.
Um dos locais bastante frequentados por aqueles que adoram curtir esses instantes é a Rua Augusta, um ápice de bares, baladas, teatros, casas de shows, entre outros locais para todo tipo de público se entreter e aproveitar seu desafogo diário e maluco da cidade de Sampa.
Visando nisso, o ator e produtor cultural Sérgio Carrera, 55,  propôs um projeto para criar mais lazer e entretenimento nessa região, tão rica em distração, mas um pouco difícil na locomoção de carros e transportes públicos. Em entrevista ao Barquinho Cultural, Sérgio contou sobre a ideia do projeto, apoios, implantação, segurança, moradores e frequentadores da região.
Confira abaixo a conversa com tivemos com ele:


OBC – Como surgiu a ideia do projeto? Por quê?

Sérgio Carrera: As ideias não surgem de repente. Os Aliados do Parque Augusta já realizam o Pic Nic à Moda Antiga há três anos. Ele acontece em pleno asfalto da rua Augusta. Quando a ideia surgiu, nem acreditávamos muito que iríamos conseguir fechar a rua mais emblemática de São Paulo para realizar um picnic. E aí aconteceu. Fomos convidados a fazer parte da programação oficial da Virada Sustentável, que tem essa filosofia de ocupar os espaços públicos para o lazer e a diversão. A cada ano que passa mais adeptos ao nosso evento e, também, a cada dia que passa mais pic nics pela cidade. Isso me chamou a atenção do quanto as pessoas estão carentes e necessitadas de convívio social. Vivemos trancados em nossos bunkers residenciais, com medo da violência nas ruas. Quando as manifestações de junho ocorreram e as ruas e avenidas foram fechadas, como a Paulista, viu-se a galera curtindo o asfalto em seguida, seja de bike, skate, ou só sentadas papeando. Achei super legal isso. São essas as possibilidades das pessoas se conhecerem, compartilharem bons momentos e tornarem suas vidas mais prazerosas. Por que, então, não propor o fechamento de um quarteirão da própria Augusta, a Copacabana de Sampa, que mistura todas as tribos, a rua mais eclética, famosa e divertida? Assim surgiu a proposta do Calçadão da Augusta. E o mais bacana é que depois que a proposta foi lançada, fui descobrindo que isso já acontece em grandes cidades, como Londres, Nova York, com o Parque Suspenso que revitalizou o downtown e Bogotá, que virou referência de planejamento urbano, priorizando o individuo.
OBC – O projeto já foi apresentado à vereadores da região? Há apoio de algum deles? Há possibilidade do prefeito sancioná-lo?
SC: Eu apresentei informalmente ao subprefeito Marcos Barreto. O vereador Nabil Bonduki é favorável, mas preferi observar a reação do público ao projeto antes de percorrer a Via Sacra da burocracia e a resistência dos órgãos públicos para viabilizar as boas ideias para a cidade. Sempre acreditamos “na existência dourada do sol, mesmo que em plena noite, nos bata o açoite”. O percurso é árduo, mas sou guerreiro e determinado, vide o Parque Augusta – 10 anos de luta incansável!
OBC – O que os frequentadores da Rua Augusta pensam a respeito do calçadão? E do parque? E os comerciantes? E os moradores?
SC: A proposta mexe com os interesses particulares de alguns, mas grande parte recebeu a proposta com entusiasmo, exceto os moradores da quadra em questão. Porem, os argumentos usados inconsistentes e cheios de possibilidades hipotéticas, como se não pudesse voltar atrás se os benefícios não forem compensadores. Um dos benefícios seria salvar a Augusta da elitização. São diversos empreendimentos na rua, descaracterizando-a completamente. A Augusta sempre foi festiva e notívaga. Éla é famosa por isso,  cartão postal da cidade, mas em breve se tornará uma rua residencial como outra qualquer. É isso que precisamos evitar. São vários coletivos lutando para impedir que isso aconteça: Em Defesa da Rua Augusta, Salve o Baixo Augusta, entre outros. Enfim, sempre haverá os pessimistas do contra. Não vê os que já estão protestando contra o Ibirapuera ficar 24h aberto, nos finais de semana? Por que não? Vamos experimentar, sair da mesmice, mudar paradigmas, conhecer o novo. A vida é isso. Quanto ao Parque Augusta, o desejo de vê-lo criado é unanime e surpreendentemente cresce cada vez mais aqueles que estão dispostos a tudo para defender a última área verde do Centro. A 5ª região mais seca da cidade.
OBC – Onde exatamente será implantado o calçadão? E o parque?
SC: Sugeri o quarteirão entre as ruas Antonia de Queirós e Marques de Paranaguá, por algumas razões: a possibilidade de desviar o trânsito sem grandes transtornos, pois há opções tanto para descer quanto para subir. Outra razão é que neste quarteirão acontece o maior agito, pois concentra ali quase 20 bares e baladas no momento. O Parque Municipal Augusta será o portal do Calçadão da Augusta, pois está localizado na Augusta, entre as ruas Caio Prado e Marques de Paranaguá. Quem tem um pouco mais de visão urbana, consegue perceber que a  região pode ganhar um imenso boulevard diversificado, começando na Avanhandava, com restaurantes e já calçada, conectando-se com o Cultura Artística, emendando com o point teatral da Praça Roosevelt, passando pela rua Gravataí, que pode virar um calçadão também, chegando ao verdejante Parque Augusta, portal do Calçadão Festivo e Boêmio da Augusta. Percebe o quanto poderá ficar especial esta região?
OBC – Como será desviado o tráfego de carros e ônibus da região? Não irá “tumultuar” algumas linhas de ônibus?
SC: Na verdade, a proposta visa estimular as pessoas a saírem sem carro. Vem aí o METRÔ CONSOLAÇÃO, que poderá funcionar 24h nos finais de semana. Mas, de qualquer maneira, o motorista terá várias opções para descer, via Frei Caneca, Bela Cintra, Consolação e 9 de Julho. Para subir, o motorista terá a Consolação e a 9 de Julho, por onde já passam a maioria das linhas de ônibus. Além do que, ônibus só trafega até meia noite em São Paulo.
OBC – E a segurança? Afinal, com o calçadão e o parque mais pessoas frequentarão a região, todavia necessitará de mais guardas fazendo a ronda, certo?!?
SC: Segurança precisa existir sempre, seja com o Parque ou com o Calçadão. É um dever do poder público nos garantir esta segurança. Acho até que estas opções garantiriam uma segurança maior, pois concentram a galera. Acho que regiões povoadas são menos perigosas que zonas desertas. Com relação ao Calçadão, evita-se o risco, inclusive, de atropelamento de pedestres que chegou na Augusta quase aos mesmos índices da Av Paulista, que tem o triplo de pistas.
OBC – Há indícios de quando começará a implantação do projeto?
SC: Vejo que há um novo movimento em prol de uma cidade mais humana e habitável, voltada para o indivíduo, e não só em São Paulo. Lutas por Parques, coletivos em defesa de área verde, protestos contra a verticalização desenfreada, bairros defendendo praças, reivindicações de mais ciclovias na cidade, mobilidade etc. Isso me deixa otimista, mas conheço o caminho das pedras. São dez anos de luta árdua e incansável pelo óbvio – A criação do Parque Augusta. Mas costumo dizer que mais valioso que a conquista é o percurso para alcançá-la. Este que nos enriquece como pessoas e nos traz os verdadeiros valores para criarmos uma sociedade mais digna e igualitária.
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Alguns ativistas em prol ao parque pelo menos uma vez por mês, como o próprio Sérgio citou na entrevista durante a “Virada Sustentável” pela região, mobilizando a participação de todos, dando uma aula prática de cidadania ecoando em coro os dizeres: “queremos o nosso parque!”. 
Após a realização do manifesto, tudo é relatado e publicado em um blog [acesse aqui], onde também ajuda a compartilhar a ideia na implantação do Parque Augusta.