Cantinho Literário entrevista João Gomes

Mas antes de começarmos, fiquem com um pensamento de nosso entrevistado…
“leitura é sinônimo de necessidade e não obrigação.” –  João Gomes
Essa semana em nosso Cantinho Literário, não será especial, nem releases de livros e tão pouco dicas literárias, nesta semana terá um entrevista, que já fazia alguns meses que estávamos ‘ensaiando’ para fazer, mas nunca tínhamos tempo de partir para ação, mas até que enfim, este dia chegou, antes que o ano acabasse a entrevista desse jovem menino, mas com uma bagagem literária de dar inveja a qualquer um. 

Este menino é João Gomes, um estudante do ensino médio, escritor de contos, poesias e histórias eróticas, que vive em Recife e coleciona jornais, catálogos de exposições e adora ler poesia, com grande amor nos textos da Clarice Lispector. João, ama a cultura, pois ele gosta da arte de se expressar através das palavras, pois em um futuro ele pretende democratizar a literatura e formar muitos leitores. 

Se este menino conseguir democratizar a todos com a arte da literatura, nos do Cantinho Literário, queremos estar lá, para aplaudir e reforçar mais essa democratização, pois quem lê compreende mais os seres humanos e se torna pessoas mais sábias. 
Confiram abaixo a entrevista de João Gomes e não esqueçam de conferir seus blogs no final da entrevista para conhecer mais o garoto.
1. Conte-nos um pouco da sua vida literária, pois apesar de bem jovem, você já possui livros publicados e projetos realizados, conte-nos um pouco sobre a sua vida e carreira na literatura?
Minha vida literária, de uns tempos pra cá, deu uma subida tanto em questão crítica como receptiva. Apesar do meu estilo literário Dercy de ser eu ainda consigo agradar muita gente. 
Boa parte dos meus escritos fala, também por amor à anatomia da coisa e pelo tema, de pau. Diria que o pau é a minha paixão maior. 
Mas, antes de tudo isso, busco ser criativo no que escrevo e passar, como pede a literatura, emoção no leitor. Acho que é essa emoção e também identificação com o que se está lendo que o leitor retorna e busca outras leituras na mesma fonte, afinal não há nada melhor do que um fuxico, ou reflexão, sobre nós mesmos. 
Depois da criação da página de leituras Lugar do Leitor, que é um blog que edito desde março de 2011, idealizei agora em agosto uma editora virtual para publicar minhas inquietações e as ideias dos amigos. 
Acho que se expor é, para quem escreve, de extrema importância e o retorno do gostei ou não gostei do leitor vinda com uma cítrica crítica é o que lhe faz progredir na arte de emocionar com palavras. 

2. O que é a arte literária para você? 
Literatura, pra mim, é a arte de emocionar com palavras, é a arte de dar sustos em quem lê ou, no mesmo caminho dado, suavizar, mostrando as sutilezas de um mundo tão chocante e tão difícil de compreender que é o nosso. Porque a vida da gente é muito estreita, muito só naquilo. 
A literatura faz a gente chegar a outras vidas, descobrir becos mais largos e sair do estado em que estamos. A literatura faz com que a gente transcenda, nos faz chegar, quando não no nosso interior, às terras distantes. Isso, todavia, quando é literatura das boas. 
Quando o texto é ruim a gente não chega nem na esquina. Literatura, pelo menos a minha, é o texto deixado pelo o amado na porta da geladeira, é a emoção em ler aquelas linhas e saber que aquilo foi escrito com o coração, sendo ela a sua voz. 
3. Seus autores favoritos são… e Por quê? 
Quando falo em literatura brasileira, gosto muito de ler Fernanda Young, Clarice Lispector, Marcelino Freire, Mario Prata, Fabrício Carpinejar, Michel Laub, Rubem Fonseca, André de Leones, Adrienne Myrtes e Luisa Geisler. Ah, gosto desses citados por cada um ter sua própria voz narrativa e a coragem de inovar literariamente sem ter medo. Escritor não deve ter medo. 
Quando vou falar de poesia, porque todos que citei acima são da prosa, eu fico com Drummond, Millôr Fernandes, Paulo Leminski, Cida Pedrosa e Elisa Lucinda. 
Mesmo com todo esse meu amor revelado pela poesia, eu curto muito romance policial, desde que Jô não seja o autor. Quando vou para a literatura estrangeira são poucos que aparecem, isso sem querer citar os clássicos, mas sempre dou preferência à literatura brasileira. Ela sim é a minha paixão. 
Na estrangeira fico com o norte-americano Sidney Sheldon, por já ter lido quase todos os seus romances, e o irlandês John Boyne, autor de O menino do pijama listrado, por curtir a reprojeção da nossa História transformada em ficção. 
4. Um livro favorito? 
Essa me desculpe, mas vai ser difícil responder. Quase tudo que eu leio eu favorito e, justo por favoritar, busco cada vez mais amar o escritor. Seria chato dizer algo agora e depois, como sempre ocorre, modificar e dizer que não, não é aquele o melhor e não digo isso porque veio outro e entrou na lista. Mas, se fosse pra dizer agora, ficaria com A hora da estrela de Lispector. 
Digo porque o texto me humanizou demasiadamente e me fez, como escrevi outra vez num microconto, cair sobre mim mesmo. É o equivalente de você perder um dente, porque após da leitura você sai diferente. Muito diferente. 
Isso se dá muito pela minha preocupação com o social, com o humano. Afinal, também sou um.
5. Um gênero literário…? 
Meu gênero preferido, depois da poesia, é o conto. Quando arrisco escrever, fico mais com ele. Acho que toda minha obra deveria se encaixar no lego da prosa, mas insisto na poesia, onde vejo que as peças não se prendem direito. 
Não entendo isso, mas justo por não entender é que eu continuo. Acho que quando eu entender demais o negócio, eu paro. Paro mesmo. 
Tenho medo de ficar acadêmico e começar a escrever uma prosa que minha avó, se sua visão lhe deixasse voltar a ler, espera encontrar. Meu negócio é a linguagem, é o risco, é a contemporaneidade e a possibilidade de inaugurar olhares. 
Quando escrevo literatura, fecho todas as gramáticas. Mas, tanto como escritor e leitor, fico com o conto. 
6. Você acredita que incentiva os jovens a se interessarem por literatura, através de seus projetos, ideias, blogs (seu pessoal e o Lugar de Leitor) e seus livros? 
Não. A minha jovialidade de nada ajuda, pois uma boa parte dos meus amigos de minha mesma idade não está nem aí para leituras. Pelo que percebo, se muito, leram em toda a vida um único livro e às vezes nem isso.
Claro que por conta da amizade, quando escrevo as minhas crônicas, deixo no mural deles, mas não sei se de fato leem. Quem lê sempre retorna, comentando. 
Uma coisa que percebo é que, quando eles leem, sempre é texto meu, quando é de outro escritor, porque também edito blogs literários, a resposta que me chega é sempre a desculpa do ‘é muito longo e cansa a vista’. Aceito e não os forço, afinal leitura é sinônimo de necessidade e não obrigação. 
Mas, em minha opinião, os jovens de hoje não leem porque não encontraram ainda o livro certo, pois, como experiência de leitor, acredito que há uma enorme diferença entre caracteres soltos numa página que chega a cansar, de fato, a vista e vida, aquilo que nos assusta e nos ensina a cada página virada.

7. Deixe um depoimento para os leitores e seguidores do site e também uma frase que te traz inspiração para sua vida…
Consumam, sem nunca se encher, de cultura. Leiam tudo que caírem no colo de vocês, mas prefiram sempre conteúdo que quantidade.
Se quiserem se tornar escritores, comecem com o básico, vão com calma, pois o cu ainda é virgem e não é recomendável empurrar e dizer tudo de uma só vez. “Não somos obrigados a publicar mil páginas, milhares de palavras, montanhas de papel. Basta um bom texto, um único e bom texto, com incrível sinceridade,” já diz Raimundo Carrero. 
Deem sempre a cara à tapa e recebam todo tipo de crítica, pois só cabe a gente escolher o que é válido ou não. 
Costumo dizer que a única crítica que aceito na minha vida é a literária. E, é claro, falo desde todo já nela: a crítica de arte. De vida deixa pros mais íntimos. Ah, a vida é como ela é e não como gostaríamos que fosse e, bichinho, pode amarrar seu bode que com a minha cabra ninguém fode. As duas me inspira muito, me deixa suado até. E, assim, merda aduba. A gente vai cagando e adubando a vida, e assim chegaremos lá. 
Minha ousadia é o que mais me completa, é o que me faz querer tomar sempre um novo banho para tentar me limpar. Em vão. 
8. Venda seu peixe e promova seus livros, projetos e blogs… 
Eu sou um maluco que arranjo tempo pra tudo. Edito, no total, quatro blogs e colaboro também com outro. Não vou falar do conteúdo de cada um, deixarei o link e fico aguardando vocês por lá:
Eu João Gomes (blog pessoal): joaogomesblog.wordpress.com 
Diário Sujo(blog literário): diariosujo.wordpress.com 
Lugar do Leitor (blog de minhas leituras): lugardoleitor.blogspot.com 
Editora A Verba (editora virtual): editoraaverba.blogspot.com
Blog das 30 pessoas (blog ao qual colaboro): blogdas30pessoas.blogspot.com.br 
E para encerrar, fiquem com uma gravação dos poemas do livro “Testosterona Sussurrado”:

E aí… Curtiram mais essa entrevista do nosso Cantinho Literário, demais o João não acham? E o mais bonito é que ele se preocupa com o social como um todo e não olha apenas para si mesmo e isso é raro ver um adolescente de 15 anos, que tem uma visão tão humanitária.Por isso, que nós d’O Barquinho Cultural, queremos parabenizar á ele e continuar a promover e divulgar sempre seu trabalho, pois o mundo precisa de pessoas mais humanas e sensatas na vida.Isso ai pessoal até semana que vem com mais literatura aqui na embarcação.Por: Priscila Visconti

[Cantinho Literário] Querido John

Como o corre do dia a dia, não pude elaborar meu texto dessa semana aqui n’O Barquinho, mas espero que todos os seguidores e leitores de nossa tripulação entenda e ‘curta’ esta resenha que fiz do Querido John, pois quero compartilhar com todos o que estou lendo, na verdade já acabei de ler, mas espero que gostem dessa dica. 
Semana que vem, não perca… Pois terá entrevista aqui n’O Barquinho, com o jovem escritor de Recife, João Gomes, então não percam o texto da semana que vem, que está imperdível. 

So.. let’s go to the literature…

Livro: Querido John
Autor: Nicholas Sparks
Editora: Novo Conceito
Ano: 2010

John Tyree é um jovem rebelde que morava com seu pai, um carteiro, colecionador de moedas rara e bastante tímido com as pessoas, eles moram na cidade litorânea de Wilmington, na Carolina do Norte.
John ao se formar do colégio, quase ficando em todas as matérias e suspeitando que a escola só o deixou se formar pelo seu mal comportamento e queria se livrar dele, mas ele não tinha planos para ir para faculdade, pois a únicas coisas que queria quando completasse 18 anos, era ter um carro, um emprego e coisas materiais, isso era o que o jovem rebelde mais queria em sua vida.
Durante sua adolescência, John nunca quis entrar para o exército e só andava com os ‘vagabundos’, que tinham trabalhos ruins, saíam todas as noites para beber cerveja, não tinham o mínimo de responsabilidade e gastava todo o salário que ganhava com coisas fúteis e banais.
O jovem John namorou dezenas de mulheres, mas nenhum namoro sério, a não ser Lucy, uma jovem que estudava na UNC Wilmington, ela era um ano mais velha que ele, mas o o relacionamento de meses, não durou pois ela queria trabalhar em Nova Iorque quando se formasse e John só queria curtir a vida sem pensar no amanhã.
Depois da separação com Lucy, John começou a refletir sobre sua vida e decide ir para o exército, isso foi no ano de 1997 com 20 anos. No exército, John treinava bastante, o qual fez ele amadurecer bem, já que ser soldado, tem que haver muita disciplina e responsabilidade.
Mais amadurecido e com algum tempo de exército, John volta a Wilmighton, mas não era definitivo, eram apenas férias, assim como ele havia tido nos aos anteriores que estava no exército.
Foi nesta época de sua licença, que John conheceu a doce e bela, Savannah Lynn Curtis, o qual tiveram um grande romance e ele estava pronto para recomeçar a sua vida, pois a atração entre ambos era mútua e crescia repentinamente a cada dia e a transformava em amor, no qual faz Savannah espera-lo concluir seus deveres militares, para esse romance se aflorecer mais e mais.
Porém os atentados do 11 de Setembro mudariam a vida de todos e as suas, pois John teria que escolher entre seu amor por Savannah e se país, o patriotismo falou mais alto, pois ele foi defender sua pátria no Afeganistão, deixando para trás seu grande amor. Mas enquanto ele defendia seu país, também via seu amor por Savannah desaparecendo pouco a pouco, pois ela pouco escrevia para ele e tampouco o telefonava.
Logo após os atendados aos Estados Unidos e no Afeganistão, já estourou a guerra no Iraque, a qual John havia sido recrutado para à ir e a cada dia que passava ele se dedicava mais ao exército e Savannah se comunicava menos com ele.
Em Março de 2005, seu pai teve seu segundo ataque cardíaco, o qual fez John voltar para a casa, mas seu pai não aguentou e acabou falecendo, pois sua saúde estava muito mal e ele estava bem fraco, que mal conseguia andar, a qual John havia que o carregá-lo da sala para o quarto.
Depois da morte de seu pai, John arrumou toda a papelada do óbito e também dos bens de seu pai, ele não havia muita coisa, seus bens mais preciosos era as moedas e o seu filho John Tyree.
John vendeu quase todas as moedas de seu pai, ficando apenas com a favorita, a qual seu pai havia herdado de seu avô e uma foto, a primeira foto que eles haviam tirado juntos quado John era pequeno, em uma feira de moedas a tempos atrás. E assim John seguiu viagem com seus pertences de seu pai em seu carro, partindo para Lenoir, que acabou parando em um bar na pequena cidade, que foi lá que ficou sabendo da Savannah.
Ela morava em Old Mill Road, mas ao vê-la o rapaz percebeu que ela estava casada com seu melhor amigo o Tim, que havia perdido seus pais em um acidente de carro e estava sozinho com seu irmão, que tinha problemas especiais, ele era autista, Alan, os dois ficaram bem próximos após a morte dos pais de Tim, que acabaram se casando.
John estava feliz por encontrar Savannah, mas ao mesmo tempo estava queria sumir e nunca mais vê-la, mas mesmo não estando juntos fisicamente, o jovem percebeu que eles ainda poderiam estar próximos, pois na primeira vez que quando John voltou para o exécito, quando estava com Savannah, eles haviam feito um pacto de olhar para lua, cada vez que sentisse saudades um do outro.
Em seu último dia na pequena cidade onde Savannah morava, John foi até próximo ao rancho e a ficou observando e a viu sair para fora de casa, encostando a porta, cruzando os braços e olhando fixamente a imagem da lua cheia.
Inundada pelas memórias libertas não desejando nada além de fazê-la saber que eles estavam juntos, por um breve instante, mas cada vez que olhassem para a lua seria como estivessem juntos novamente.