[TOTAL FLEX] Suspense em casa

Elenco principal The Following.
Fonte: boxdeseries.com.br

Poucas são as vezes que sento na frente da televisão pra assistir qualquer programa audiovisual. Quando dedico um precioso tempo do meu dia, geralmente a noite, para tal, é porque há ali algo que não me deixa escapar. Alguns trazem como segredo a comédia, enquanto que outros vêm com o mistério e The Following distribui suspense.

Lançada em janeiro deste ano, a série conta a história do serial killer Joe Carroll, preso pelo então agente do FBI Ryan Hardy, que conseguiu fugir do corredor da morte e mobiliza uma rede de criminosos no mundo todo para continuar  o que havia começado há cerca de 9 anos, antes de ser preso. Além de jovens inseguros e facilmente influenciáveis pelo argumento literário utilizado por Carroll, o assassino utiliza o próprio Hardy como peça fundamental de seu jogo. Em contrapartida, o agente afastado do FBI, de volta ao caso a fim de consultoria, vê nesta situação mais uma chance de capturar seu inimigo e todos os seus seguidores.

Em ritmo rápido causado pela ágil troca de planos e provedor de suspense ao filmar as cenas sob a perspectiva do personagem – movimento de câmera conhecido como subjetiva -, The Following faz com que o espectador mergulhe na história e se insira nos conflitos, de modo a sentir toda a adrenalina de não saber o que pode acontecer nos segundos seguintes.

A série, atualmente, é transmitida às quintas-feiras, 22h45, no canal fechado Warner.

Cabine da Pipoca

Will McAvoy, personagem de The Newsroom. 
Foto: Divulgação

Decidi ser jornalista há mais ou menos cinco anos. Era um daqueles meus longos e ociosos dias de férias e eu estava assistindo a um telejornal global que passa logo depois do programa de esportes, o Jornal Hoje. Estava passando por toda crise infantil de não saber o que ser quando “crescer” até que vi na imagem de Sandra Annemberg algo que me interessava: Jornalismo, por que não? Dali em diante direcionei minhas energias profissionais pra uma única direção e, até então, não me arrependo disso.

Pouco conheço sobre séries de tv que tenham como tema central o jornalismo, de um modo geral, mas duas que pude ter contato me encantaram cada uma à sua forma: NewsRadio, comédia da década de 1990 cujo cenário é uma estação de rádio e nela ocorrem as mais diversas situações inerentes à rotina jornalística; e The Newsroom, drama recentemente estreado na HBO que fala sobre a dinâmica do telejornal e o conflito contemporâneo entre o interesse público e o interesse do público, velhos conhecidos da profissão.

Ambas têm algo em comum mas divergem em vários segmentos. Comumente, têm a área jornalística como ponto de partida para a trama, mas o rumo tomado a partir daí toma direções diferentes. NewsRadio tem como objetivo arrancar gargalhadas do telespectador. Afirmo isso baseada na figura das personagens, na construção dos diálogos e na forma que se apresenta o cenário, de um modo geral.  O clima, na estação de rádio, é descontraído, sem muitos conflitos que depositem carga dramática na sitcom.
The Newsroom é mais sério. Quando assisto cada episódio, tenho a impressão de estar dentro daquela redação vivenciando cada raciocínio, cada reunião, cada passo dado pelos jornalistas daquele telejornal. Creio que a veracidade das notícias – digo, as notícias que o telejornal News Night transmite foram transmitidas quando seu fato central ocorreu – proporciona ao telespectador a sensação de imersão no programa. O autor não peca nos diálogos. De novo, afirmo: não parece ser uma montagem. The Newsroom soa como se tivesse sido colocada uma câmera numa redação e as cenas obtidas foram transformadas num programa de televisão. A perspicácia das personagens, a personalidade forte e o ego ganham destaque; o conflito, atualmente mais atenuado, entre o que deve ser de conhecimento público e o que o público quer saber – sem esquecer da busca excessiva pela audiência – e o questionamento sobre real papel do jornalismo numa sociedade democrática são pontos centrais do seriado.
É preciso ressaltar que apesar das distinções, ambos seriados conseguem entreter quem os assiste. Um, por descrever de forma mais verossímil um dos espaços jornalísticos, insere mais que o outro o telespectador e o torna parte disso, enquanto que outro, em seu tom humorístico, é mais relaxante e tão divertido quanto o primeiro (respeitando suas limitações, claro).
Se você se interessou por NewsRadio, ligue no canal Comedy Central todas as quartas-feiras, às 20h. Caso tenha tido mais curiosidade por The Newsroom, não marque nada aos domingos, às 22h, e mergulhe no mundo da imprevisibilidade.

por Estela Marques,  originalmente