Delilah Green é fotógrafa e reside atualmente em Nova York, onde tem uma vida satisfatória e feliz, fazendo o que ela quer e saindo com quem bem entende. Desde que se mudou, ela jurou que nunca iria retornar a sua cidade natal, Bright Falls, onde ela não tem boas lembranças e nem um relacionamento legal com os moradores por lá. Continuar lendo ‘Delilah Green Não está Nem aí’ – Uma obra envolvente e divertida, que irá comover os leitores mais despojados
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“Meu Primeiro Verão” – Um drama romântico e delicado sobre as adversidades da adolescência
Adolescência seja uma dos períodos mais complexos e árduos da vida de uma pessoa, talvez pela transição de não ser mais criança, mas ainda não ser um adulto, faça com a cabeça entre em uma ebulição de dúvidas e questionamentos sobre relações do cotidiano e da vida em geral, fazendo com que procuramos nos adentrar num mundo particular que nos aceite ser como somos de verdade. Continuar lendo “Meu Primeiro Verão” – Um drama romântico e delicado sobre as adversidades da adolescência
Sexos – Um duo repleto de intimidade e personalidade
A cantora paulistana Heloá Holanda, está em prestes a lançar seu novo projeto, um duo em parceria com o baterista e produtor musical Bruno Silveira, num álbum intrínseco, único e próprio, em que a a artista irá mostrar toda sua personalidade e experiência neste trabalho, intitulado “Sexos“. Continuar lendo Sexos – Um duo repleto de intimidade e personalidade
[Total Flex] ‘Freud e Anna Freud: Uma Leitura Performática’ o espetáculo que humaniza o mito
Caixas caem. Antes empilhadas, agora derrubadas. Causam um eco de desordem; talvez para que o incômodo se faça presente. Como se o cenário dissesse “não viemos falar de perfeição”.

Janaína Pelizzon, atravessa o palco; passos firmes. Segura a moldura de um quadro que a transforma num autorretrato vivo e de repente ela não é mais ela. Acontece, também, com Lenira Fleck e Liana Timm. Quando seus movimentos, expressões e falas tomam forma, as performances transcendem a aparência, revelando as personagens. Em segundos, somos tragados para o século XX e nos vemos dentro da casa dos Freud.
É desse modo que o espetáculo “Freud e Anna Freud” tem início; com abdução do presente para o passado. No subtítulo “Uma Leitura Performática“, reside a proposta que rouba o público da quietude e o carrega para a intimidade do pai da psicanálise.
Imagens ora coloridas, ora preto e branco, surgem e desaparecem ao fundo do palco (como um álbum de fotografias gigante), molduras, caixas, uma cadeira de balanço, corrente, fumaça, luz, sombras e sons; todos os itens auxiliam na ambientação e provocam os sentidos, seguindo cronologicamente a história desde a vinda de Anna mundo.

No palco, as atrizes — mais poderosas que uma hidra de lerna — se multiplicam e transformam-se em várias personagens. Os diálogos que envolvem as personalidades, dão nome ao espetáculo e são intensos, amorosos, elucidativos no sentido do nascimento da própria psicanálise.
Retratando o relacionamento entre a esposa Martha Bernays, a filha Anna Freud, a cunhada Minna Bernays e a governanta Paula Fichtl e os problemas familiares, a peça aborda o lado humano de Freud.
— Tentamos mostrar como [Freud] era na intimidade e desmistificar a impressão de que ele é inalcançável; na verdade, era uma pessoa, como você e eu., explica Lenira, intérprete de Anna (dentre outras personagens).
As duas apresentações que ocorreram no Teatro Augusta, São Paulo, contaram para uma plateia — em sua grande maioria estudantes e conhecedores da figura de Freud — a história, narrando o nascimento de sua filha, Anna Freud, as agruras da guerra, o exílio em Londres e, finalmente, as considerações sobre o princípio e a herança da psicanálise.

É uma narrativa centrada em pai e filha — a única que seguiu a carreira de Freud e preservou o legado — que faz a evocação sobre a condição humana, mas muito plural ao destacar a influência do ambiente familiar e de personalidades do mundo intelectual em situações comuns e peculiares que revelam a pluralidade das relações humanas e as fissuras dentro dos relacionamentos.
Os pontos altos — além das interpretações vívidas e conversas intensas — são o uso do cenário como mensagens complementares, os flashbacks em que as citações de Sigmund Freud dialogam com as divagações de sua filha e as sessões de Marylin Monroe.
— Marilyn (ou Norma Jeane) amava as obras de Freud e era apaixonada pela psicanálise. — Lenira descreve a participação da atriz e modelo norte-americana e continua: “Ela chegou a conhecer Anna, com quem realizou entrevistas preliminares em Londres e tempos depois, suicidara-se“.

O texto da peça é da atriz Lenira Fleck, também psicanalista. Acompanhando-a na empreitada a artista multimídia Liana Timm e a premiada atriz gaúcha Janaina Pelizzon.
O espetáculo é o 18º texto do projeto Freud e Os Escritores, criado em 2010 e foi dirigido por Graça Nunes e Carlota Albuquerque, mostra a relação de Sigmund Freud (1856-1939) e sua filha Anna Freud (1895-1982).
Além desta, outras montagens foram feitas pelo grupo que propiciaram encontros de Freud com renomados filósofos e escritores. Como Virginia Woolf, Agatha Christie, Hannah Arendt e Simone de Beauvoir.
O espetáculo se dirige ao Rio de Janeiro e tem pretensão de retornar brevemente à São Paulo, entretanto não há data determinada.
Por: Jefferson Gonçalves