Sam Smith lançou, na última sexta (27), seu novo compacto Gloria. Esse é seu quarto álbum de estúdio, e talvez o mais experimental desde o início de sua carreira.

Sam Smith não só se aventura por diferentes gêneros – R&B, House e Pop – como vai de encontro a um “eu” mais liberto e confortável com sua identidade. Vale lembrar que em 2019, Smith se assumiu como uma pessoa não-binária. Gloria aborda temas como fé, sensualidade, solidão e, claro, a vivência de uma pessoa LGBTQIA+.

Isso fica evidenciado nos dois Interludes do álbum: ‘Hurting Interlude’ traz a dor do primeiro amor que é escondida pelas pessoas LGBTQIA+; ‘Dorothy’s Interlude’ é uma homenagem aos grandes ícones da comunidade, como a atriz Judy Garland e a drag queen RuPaul. Para quem não sabe, Judy interpretou Dorothy em ‘O Mágico de Oz’ e, para as pessoas se identificarem como LGBTQIA+ em um período ainda mais preconceituoso, elas perguntavam ‘você é amigo de Dorothy?’.

As parcerias do álbum incluem Ed Sheeran, uma colaboração muito esperada pelos fãs. Além de Calvin Harris, Koffee, Jessie Reyez e Kim Petras, com quem fez o single ‘Unholy’, que caiu no gosto do público e bombou no TikTok.

Talvez por ser seu projeto mais fora da zona de conforto, há alguns pontos sem uma certa lapidação de Sam Smith.

Algumas músicas, como o feat com Ed Sheeran, e acaba às suas produções mais conhecidas, com um ritmo lento e letras emotivas, e acabam, o que não é de todo ruim, já que sua voz combina perfeitamente com isso.

Por outro lado, algumas das composições mais animadas acabam caindo em gêneros muito explorados atualmente. Os dois pontos podem contribuir para um álbum que, caso não seja olhado de maneira atenciosa, pareça desconexo.

No entanto, isso não quer dizer que o Gloria deixa a desejar. Justamente por se aventurar por novos caminhos musicais que Sam Smith se renova, mostrando que consegue ser conhecido como artista que vai além das músicas tristes.

por Matheus Araújo