Me Filma é um filme documental que escuta o povo brasileiro de uma forma que nunca foi feito antes, com pessoas comuns do Centro de São Paulo, o diretor e cineasta Victor Ribeiro, se propôs a contar histórias marcantes que se conectam a cada bloco. Quando se pensa em cinema, as pessoas imaginam filmes com artistas famosos, filmes de Hollywood com efeitos especiais, talvez uma comédia ou romance, pouco se fala das obras nacionais, pois, não há valorização do cinema brasileiro.

As obras cinematográficas brasileiras, são voltadas para comédia, documentários ou filmes que falam da região nordeste, mas para além da mesmice que estamos acostumados, há uma esperança de fazer o novo, o diferente que chama a atenção do público. Me Filma não é apenas um documentário com inúmeras entrevistas, com longo tempo de duração, é um conto de histórias reais através do audiovisual, que enxerga e dá voz a sociedade de maneira aberta.

Este projeto, conta com 106 entrevistas e 11 dias de gravação que foram feitas no Vale do Anhangabaú, o documentário está em andamento, na parte da pós-produção. O diretor teve a ideia de fazer com que as pessoas participassem dessa produção, com a seguinte pergunta: Se você fosse fazer um filme, qual seria a história? A grande parte escolheu contar a própria história, felizes ou não, elas foram ditas. Casos familiares de uma relação distante entre mãe e filha ou skate como forma de se livrar das drogas, entre outras, cada relato contado de forma diferente, mas que se conectam.

O diretor conta, que a trajetória do filme não surgiu do nada, desde pequeno teve uma relação muito próxima com o cinema, a partir do momento que ganhou a sua primeira câmera “que me deu essa possibilidade e essa coisa de estar filmando o tempo todo, acompanhou a minha carreira” afirma, Victor.

De início, a obra seria um filme de ficção, onde um diretor em crise criativa decide roubar as histórias das pessoas, anos se passaram e Victor amadureceu a ideia, “pela simplicidade de ir para a rua e perguntar para as pessoas, qual é a tua história? Isso ficou na minha cabeça até o momento que eu decidi ir para a rua de fato,” conta Victor.

Com longo tempo de produção para esse filme, foram quase 4 anos, Victor conta que a experiência foi desafiadora e que na reta final foi preciso dar um tempo para organizar as ideias e voltar com o coração aberto para ouvir mais histórias. Apesar de ser um trabalho demorado e que precisa de muita paciência, ele descreve o filme com gentileza dizendo quão “as pessoas foram muito gentis com o processo“, finaliza Victor.

por Saadia Gama