Em 2012, o compositor, cantor, instrumentista e porque não, poeta, Nando Reis, lançou seu sétimo álbum solo, intitulado, Sei, um disco autoral e intrínseco, da qual teve uma notoriedade singular com alguns singles, mas um canção em especial, que por coincidência não era hit nem nada, acabou marcando não apenas trajetória musical, mas principalmente pessoal, pois era uma faixa visceral e significativa na vida do músico, rementendo a um passado de lembranças insignes e referentes, que foram de grande valia para influenciar na sua personalidade de hoje.
Pré-Sal, é a típica canção repleta de entrelinhas e sub-entendimentos, em que uma coisa nem sempre quer dizer o que realmente se entende. Uma composição pessoal e autêntica, em que Nando abriu seu álbum de memórias e revelou distintos recordos desde sua infância na rua Santa Catarina, no bairro do Tatuapé, zona leste de São Paulo, onde ele cresceu e têm as reminiscências mais inerentes, da quais ele guarda nostalgia ao longo de suas seis décadas de vida, sendo inspiração para transcerever e compartilhar os momentos mais valorosos.
“Tudo que sai do meu pensamento tem uma cadência rítmica, as coisas saem assim de mim, embora o que eu esteja falando pareça incompreensível”, afirma o artista sobre as definições singulares de suas letras e composições, referentes à melodia e ritmo de cada canção, fazendo com isso seja a fórmula precisa para o sucesso das mesmas, sem muita explicação, mas despertando a identificação significativa de cada indivíduo.
Os anos passaram, e o artista lançou outros sucessos, discos, parcerias e até um retorno notável com seus ex-companheiros de banda, na turnê que celebrou os 40 anos anos dos Titãs. Todavia, uma mente atípica e hiperativa não fica parada por muito tempo, então, Nando resolveu abriu sua caderneta de anotações, e compartilhar relatos e expressões em uma obra autoral e independente, traduzindo cada estrófe e expressando com intensidade suas criações mais viscerais das quais ninguém sabia, transformando a poesia em uma carta aberta e objetiva de menções e entusiasmos de reflexão e acepção, do qual hoje ele expõe em sua obra literária, envolto de poesia e eloquência.
O novo livro do músico chega ao mercado em julho de 2024, e Reis esteve n’A Feira do Livro para promover PRÉ-SAL, lançado pela editora Martins Fontes, que realizou um painel com o artista durante o evento, mediado pela apresentadora Roberta Martinelli. Durante a mesa de debate, Nando abriu sua caderneta e aclarou com total precisão a letra da música, revelando segredos e contando memórias mais relevantes para sua essência particular como músico e poeta, em escrever e traduzir com sentimentos e emoção suas vivências mais pujantes, em um álbum de memórias que reuni desenhos, colagens e anotações pessoais.
Nando ainda comentou sobre sua vivência na cena musical, em uma comparação abrupta que levou o público a gargalhar dizendo que; “Fazer música não é nada mais, nada menos, que arrumar um carrinho de supermercado”, que segundo ele a composição de uma canção é o fator de encontrar uma ordem em que todos os elementos estejam bem ajeitados. “As letras que temos são aquelas e as notas são apenas aquelas doze, então tem que ter alguma resolução para fazer algo que caiba ali”, finalizou o cantor, que completou afirmando que; “Em qualquer canção que escrevi das seiscentas que fiz, não teve mágica. Nada melhor que a lucidez para ver se está adequada para ser publicada“.
Durante o bate-papo, Nando ainda revelou sobre seu novo álbum autoral, que deve conter mais de 30 faixas em um compilado de quatro discos. Uma estrela Misteriosa, o décimo compacto de sua carreira como solista, que será lançado no próximo dia 15 de julho, com uma possível turnê que deve iniciar em setembro de 2024.



