
A última obra do autor alagoano Graciliano Ramos, Vidas Secas, é um marco insigne na literatura nacional, mostrando de forma visceral e autêntica, a vívida rotina de uma família de retirantes no semiárido nordestino, diante as adversidades mais complexas condicionada a uma vida subumana em um calendoscópio de emoções, sentimentos, desejos e emoções, pela luta de sobrevivência em uma situação árdua e tenebrosa do histórico-social do Brasil.

O livro foi lançado em 1938, e publicado em diversos países e idiomas, sendo referência de leitura obrigatória para estudantes de concursos e vestibulares, mostrando um drama através da estrutura realista envolto na narrativa, em suas relações mais inerentes em meio ao cenário habituado e socioeconômico, tornando um clássico singular à literatura, conquistando leitores de diferentes gêneros, por contar tal essência de forma precisa, sutil e imparcial, tornando um impacto único e provável em sua maneira inovadora de abordar um tema tenso e intrincado.
A obra é um best-seller mundial, e uma das mais influentes da cena literária brasileira, conquistou diversos prêmios e reconhecimentos, chegando em territórios estrangeiros, como Polônia, Argentina, República Tcheca, Rússia, Itália, Portugal, França, Espanha, Estados Unidos e em muitos outros países ao longo dos tempos desde então. Além do mais, Vidas Secas ganhou algumas adaptações em outras mídias, como a premiada versão do cineasta Nelson Pereira dos Santos, em 1963, reforçando os aspectos pertinentes da obra e do país.

Por falar em adaptação, em 2024, ano em que a obra de Ramos entrou em domínio público, o autor carioca, Fábio Sombra, transcreveu em versos de cordel, essa obra eminente da literatura brasileira. Em Vidas secas recontadas em estrofes bem rimadas, o autor criou uma experiência única e significativa, em que o leitor possa se envolver de maneira jocosa e despretensiosa, a intensa jornada de Fabiano e sua família pelo sertão nordestino, sendo um desafio aprazível a esse clássico imortal.
“Começando o trabalhar, percebi que poucas narrativas eram mais apropriadas para um reconto em poesia popular do que essa obra-prima de Graciliano Ramos. Vidas Secas é o nordeste cru, retratado em imagens fortes e numa linguagem sem filtros. É o retrato de um sertão real visto sem lentes cor-de-rosa ou caldas de açúcar“, comenta Sombra sobre a adaptação em cordel.

Vidas secas recontadas em estrofes bem rimadas é uma vultosa referência de uma obra visceral e autêntica, através de uma nova roupagem apresentada através do poesia de cordel, envolto de uma pesquisa acentuada, descrita através de estrófes ritmadas e métricas bem marcadas, ao longo de seus versos precisos e cândidos.

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