Um dos maiores sanfoneiros e propagador da cultura nordestina no Brasil, Luiz Gonzaga do Nascimento, ou simplesmente Gonzagão, era cantor, compositor e multi-instrumentista, foi considerado um dos mais completos, importantes e criativas figuras da música popular brasileira.
O músico era de Exu, interior do Pernambuco e fez muito sucesso pelo país, com o gênero do baião, um estilo musical e dança bem popular no nordeste na qual utiliza principalmente viola caipira, triângulo, flauta doce e acordeão. Por isso ele era considerado o Rei do Baião.
Gonzagão começou a tocar sanfona por incentivo de seu pai, que consertava instrumento de fole e tocava forrós com bandas pífanos, ele foi corneteiro do Exército de Fortaleza, e, ao ser transferido para Minas, começou a estudar teoria musical. Além de sido criador do ritmo conhecido como baião, que o consagrou como um dos maiores músicos brasileiros.
O cantor estava sempre com sua sanfona, acompanhado da zambumba e o triângulo, isso o fez um dos maiores cantores de baião, que ele mesmo definiu, levando a cultura nordestina para todo o país, desde o baião, o xaxado, o xote e o forró pé de serra. Suas composições também descreviam a pobreza, as tristezas e as injustiças de sua árida terra, o sertão nordestino.
As referências de suas obras fala da Seca no Nordeste, que de tão intensa obrigava seu povo a migrar, assim como as aves, entre elas a asa branca, que é um tipo um pombo de canto profundo e rouco que representa o lamento do povo, que tanto sofre, ao criador. O artista ganhou notoriedade com as antológicas canções “Asa Branca” (1947), “Juazeiro” (1948) e “Baião de Dois” (1950).
Em celebração à toda a sua obra e influência da cultura nordestina pelo Brasil, Luiz Gonzaga será homenageado no Espaço Cordel e Repente, na 27ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, que acontecerá entre os dias 6 e 15 de setembro de 2024. Em sua quarta edição, o espaço busca promover a diversidade da cultura nordestina no evento.
O Rei do Baião foi o responsável pela valorização e difusão dos ritmos nordestinos, sendo considerado uma das figuras mais relevantes da música popular brasileira. Além de ter seu nome incluído no Livro de Herói e Heroínas da Pátria, em janeiro de 2024, e presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, sancionou a Lei, publicada no Diário Oficial da União, sem vetos. Ainda segundo o Senado, em seus 60 anos de carreira, o Rei do Baião gravou mais de 600 músicas e recebeu diversos prêmios pelas obras.
O Espaço Cordel e Repente, que já participou das Bienais de 2016, 2018 e 2022, consolidou-se como uma referência da cultura nordestina no evento, promovendo a riqueza dessa herança cultural. Onde os visitantes poderão adquirir xilogravuras, folhetos e livros em literatura de cordel produzidos por renomados mestres das artes, além de aproveitar apresentações musicais, contação de histórias e lançamentos de livros, tudo em um ambiente dinâmico e educativo.

