Um novo capítulo baseado na obra de J.R.R. Tolkien chega aos cinemas, trazendo a emoção, intensidade e visceralidade que a trama tem em sua narrativa eloquente e surpreedente, em uma aventura de fantasia épica que comove e enaltece a prequela de O Senhor dos Anéis.

A animação O Senhor dos Anéis: A Guerra e Rohirrim, dirigido pelo cineasta japonês Kenji Kamiyama, conta com referências da trilogia de Peter Jackson, aonde mostra uma história ambientada há mais de 200 anos antes de A Sociedade do Anel, e também anterior as desventuras de Bilbo Baggins, tendo como ênfase a narrativa do destino da casa de Helm – Mão de Martelo, lendário Rei de Rohan, e como ele se tornou um espectro vingativo e assombroso, após perder seus dois filhos homens e ver sua única filha Hera, ter de liderar a resistência contra os ataques indivisíveis do implacável Wulf, o lorde de Dunlending, que depois de ver seu pai morrer na sua frente, buscou vingança ao Reino de Helm, que futuramente se torna a fortaleza Abismo de Helm, como vista em As Duas Torres.

O longa-metragem apresenta uma trama extraordinária, envolto de buscas incessantes pela verdade, proteção e empoderamento feminino, diante a uma época em que guerreiras não era vistas e tampouco eram exibidas por aí, mas que existiram, e podem fazer a diferença em uma luta árdua de poder, status e ganância, em que a vingança se coloca como principal objetivo para destruir e aniquilar reinos inteiros.

Uma produção visceral e comovente, com uma visão ampla e distinta daquela desenvolvida por Jackson, mas com a essência singular na obra de Tolkien, com uma efervescência inovadora nos apêndices do romance original. Em suma, este é um filme relevante e impactante, que carrega em sua narrativa a ideia de mostrar mulehres dominando, onde antes elas eram apenas coadjuvantes, valorizando seus ensejos e objeções diante aos conflitos e intrigas mais veementes, que traz Éowyn, futura escudeira de Rohan, narrando a saga de Hera.

A Guerra de Rohirrim é um filme de lutas e batalhas ímprobas, em que as mulheres e os vulneráveis se tornam protagonistas em um drama que traz uma nova dinâmica na Terra Média, com um visual impecável, e um roteiro sagaz e expressivo.

por Patrícia Visconti