Com o sucesso mundial do longa-metragem de Walter Salles, Ainda Estou Aqui, base na biografia escrita por Marcelo Rubens Paiva, em que tem como narrativa a dor e sorfrimento de uma família que viu seu pai desaparecer por causa de uma ditadura amarga e cruel que se alastrou ao longo dos anos pelo Brasil, vendo o país ser sucumbido pelos militares, que aniquilaram toda a democracia, para exaltar os egos horrendos de homicidas tiranos, que torturava, censurava e exilava todos que iam contra suas regras e despersuasões. Fazendo com que o tema voltasse aos debates e se difundisse em opiniões e obras, como o lançamento da jornalista investigativa Juliana Dal Piva, Crime sem Castigo: como os militares mataram Rubens Paiva, publicado pela Matrix Editora.
A obra é um apurado de relatos e estudos que a autora mergulhou ao longo de sua pesquisa, enfatizando o processo criminal aberto em 2014, pela Justiça Federal do Rio de Janeiro, após a instalação da instalação da Comissão Nacional da Verdade (CNV) – de 2011, em que Juliana analisou o processo contra cinco militares acusados pela morte e ocultação de Rubens Paiva, sob um crime hediondo cometido durante o período de ditadura militar, com relatos e depoimentos de envolvidos no caso, como da esposa do ex-deputado, Eunice Paiva, descrevendo sua dolorosa situação em uma árdua e intensa carta ao então ministro da Justiça e presidente do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH), Alfredo Buzaid, falanndo sobre o drama vivido por sua família desde o registro pela busca do marido.

Crime sem Castigo é um livro visceral e comovente, que abre e evidencia os responsáveis pela prisão de Rubens Paiva, ganhando os decisivos contornos desde que a CNV foi implantada, com documentos inéditos em anexos, além das iniciativas investigativas do desparecimento do ex-deputado, contando com vigor e solidez a veracidade de sua morte, que de início foi anunciado pelo Exército que ele havia “fugido”, sob um escandâlo mentiroso, descrevendo com objetividade e abonação deste repugnante crime, de forma aprofundada diante de um dos mais emblemáticos casos do Brasil, que não apenas foi escancarado ao mundo nas telas do cinema, e no livro de Marcelo Rubens Paiva, e também distiguido pela investigação ímproba realizado por Juliana Dal Piva, enquanto produzia sua dissertação de mestrado, que foi apresentada no Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC) da Fundação Getúlio Vargas, em setembro de 2016.
por Patrícia Visconti


