Predador: Assassino de Assassinos entrou no catálogo de streaming da Disney+ no dia 6 de junho, no formato animado com duração de 90 minutos, sob a direção Dan Thrachtenberg, emoldurando uma história de três personagens em períodos diferentes da humanidade, cada um lutando contra um Predador adaptado.

A franquia Predador já teve altos e baixos, com um filme de estreia excelente nos anos 80, as sequências depois não foram felizes, e a maioria acumula notas ruins em sites de opinião pública e especializada. No entanto, em 2022, Dan Trachtenberg, trouxe um filme tímido pela forma de lançamento, porém, bem executado, que resultou em uma ótima recepção de público e crítica, Predator: A Caçada é excepcional, e trouxe um respiro de alívio a franquia.

Essa boa produção abriu margem para o diretor trabalhar nesse universo de maneira mais livre, e isso resultou em alguns projetos já encaminhados. É o caso do filme que estreia em novembro que vai expandir esse universo, e agora a entrada de mais um capítulo dessa franquia com a estreia de Assassino de Assassinos.

Nessa nova abordagem animada o diretor teve absoluto controle para trabalhar cenas fluidas e bem executadas de luta, o gênero deu essa liberdade e transformou a história num cadenciado envolvente. Também foi uma sábia escolha fazer essa história em períodos diferentes, assim todo o cenário contexto histórico também tornou-se parte da trama.

A história se inicia com Ursa, uma guerreira vincking em busca de vingança pela morte do pai, e nessa jornada ela consegue atingir o objetivo. Apesar disso, surge no caminho um Predador de mais de dois metros de altura, com provavelmente mais de cem quilos de músculo, com uma arma acoplada na mão que solta ondas de choque.

Na sequência, uma nova história. Agora no Japão imperial com foco em dois irmãos, uma luta entre eles ainda quando criança determina quem será o chefe herdeiro da família. A trama dá um salto no tempo para mostrar o irmão expulso invadindo a ex casa para assassinar o irmão, líder do local, mas nesse processo, um Predador com garras aparece e ambos se veem diante de uma situação na qual são obrigados a lutar juntos para sobreviver.

O terceiro personagem tem uma abordagem diferente, ele é um jovem francês piloto chamado Torres, na Segunda Guerra Mundial. Ele percebe algo errado em uma aeronave e decide pegar o avião mais precário para avisar seus companheiros sobre uma ameaça iminente e letal. ele consegue avisar mais não salva ninguém, e ainda enfrenta a criatura que agora comanda uma nave tecnológica e letal. Cada um enfrenta um Predador diferente, cada um também usa as armas disponíveis dentro do contexto histórico da época, e cada um deles derrota a criatura de forma inteligente.

O roteiro trabalha bem para justificar a derrota de cada uma das criaturas, e ainda entrega um final épico que é bastante diferente daquilo já mostrado na franquia até agora. Diante de tudo isso, é importante falar sobre como é legal perceber quando um diretor consegue extrair o melhor de uma franquia, Dan entende como funciona a dinâmica desse universo e trabalha seguro dentro das regras, algumas inclusive, ele próprio foi quem estabeleceu nesse curto período de inserção de material com os dois filmes lançados de Predador.

Em Assassino de Assassinos, cada elemento é colocado inteligentemente em pontos estratégicos para fazer a trama e ser mais imersiva, seja para o público ou para os personagens inserido na linha narrativa, isso não só ajuda a melhor digerir toda a informação jogada durante o filme, como também cadência e faz crescer cada momento.

No fim, esse filme surpresa é um baita acerto e compõe essa fase de maneira muito assertiva, ao trazer uma história inédita e também colocar alguns parâmetros bem estabelecidos com regras novas e interessantes. Para além de tudo isso, os aspectos técnicos reforçaram toda a grandiosidade dessa saga, seja pela escolha técnica de fazer em animação, seja pela escolha de poucos diálogos em algumas histórias, tudo é seguro e bem resolvido e tem propósito. O filme está disponível no catálogo da Disney+.

por Daniel Guimarães