‘A casa de peregrinações’ – Uma obra loquaz e reflexiva sobre descobrir a si mesmo

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Algumas vezes nosso lugares de origem nem sempre é o mais acolhedor quão aquele que realmente nos abriga e recolhe, nos aceitando do jeito que somos, mas em situações conflitantes e desastrosas podem fazer reconhecer e mostrar uma nova faceta de situações que pareciam não favoráveis, mas que vão acabar tocando imensamente no alma e no coração, obrigando a revistar qualquer crença sobre amor, ego e pertencimento.

Assim acontece com Oh Surim, uma jovem garota, inteligente, que resolve seus problemas de maneira madura e responsável, uma pessoa querida e adorada pelos moradores da Casa Sunrye, vila onde ela creseu, e que todos a veem como uma pessoa esforçada e a confidente oficial da dona do prédio, Kim Sunrye, a senhora quem a criou desde quando Surim era bebê. Porém, sua família não a vê dessa forma, já que eles acham que a garota é apática e, na melhor das hipóteses, mediana.

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Entre egos exorbitantes e hostilidades afetadas, sua família prefere se manter distante da Casa Sunrye e seus moradores, sem revelar um grande segredo que envolve a misteriosa proprietária do lugar, e que fará Surim se dividir entre dois mundos e ter que aprender a conciliar e conviver as diferenças que atravessam um mistério abrupto que envolve os moradores da vila com seus familiares, em que a jovem terá que ser forte para ditar o ritmo da própria vida.

A casa de peregrinaçõesUma literatura de cura coreana para quem gostou de “Amêndoas”, da autora sul-coreana Yoo Eun-Sil, uma leitura tênue, sensível, fluída e envolvente, traz em sua narrativa tema sobre afetos, memórias e reencontros, em uma expressividade autêntica e referente entre a coragem e recomeços, que mostra que somos que somos, independente como o mundo queira nos moldar.

por Patrícia Visconti

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