Na última sexta-feira, 8 de agosto, a banda Celacanto fez o aguardado show de lançamento do álbum Não Tem Nada Pra Ver Aqui na Casa Rockambole, localizada em Pinheiros, São Paulo. A apresentação marcou a abertura da temporada do álbum e contou ainda com a participação especial do artista Uiu Lopes na abertura da noite. O público pôde conferir de perto as músicas que já fazem parte do repertório do grupo, mas que para muita gente ainda eram novidade, trazendo uma energia renovada e um novo significado para as canções.
A banda, formada por Miguel (vocal), Matheus (baixo), Eduardo (guitarra) e Giovanni (bateria), apresentou com entusiasmo as composições que vêm sendo trabalhadas desde 2020 e 2021. O álbum foi produzido em 2023 com a colaboração de Lauiz, membro da banda Pelados, e lançado pelo selo Matraca Records. Segundo o grupo, tocar essas músicas ao vivo antes do lançamento ajudou a maturar o som e a mensagem que queriam passar. “A gente já tocava essas músicas há meses antes do lançamento. Esse processo ajudou a renovar ainda mais o disco,” explicou Miguel.
Sobre o conceito do álbum, a banda revelou que a proposta principal é refletir sobre as diferentes velocidades do mundo em que vivemos. “Tem o mundo do trabalho, que é muito rápido, ansioso, cheio de estímulos e cobranças. Mas também tem o nosso mundo interno, mais lento, emotivo e introspectivo. A gente quis explorar essa dualidade,” comentou Miguel, vocalista do grupo. Esse contraste entre pressa e introspecção dá ao disco uma profundidade que provoca múltiplas interpretações entre os ouvintes.
O processo de criação, tanto na produção quanto na preparação para o show, não foi isento de desafios. O Celacanto é uma banda bastante exigente consigo mesma e não teme divergências internas para alcançar o melhor resultado possível.
“A gente é muito chato com isso. Tem muitos momentos de discordância, e o jogo está em equilibrar tudo para chegar numa solução ótima,” revelou Matheus. Essa busca por consenso é parte do que mantém a identidade artística do grupo viva e autêntica. Musicalmente, o Celacanto transita entre influências diversas, destacando Radiohead como uma das principais referências, além de elementos da música brasileira, como o Clube da Esquina, e do cenário atual do rock alternativo.
“O rock não é mais protagonista no mainstream, mas está vivo em tantos subgêneros, como metal, emo, shoegaze… Tem muita coisa legal acontecendo,” pontuou Matheus, reforçando a relevância da banda dentro de uma cena musical em constante transformação.
Para encerrar, a banda agradeceu o apoio do público e reforçou o convite para que os fãs continuem acompanhando o trabalho. “A gente só tem a agradecer pela recepção do álbum, pelo carinho. Continuem ouvindo, compartilhando, venham nos shows, venham conversar com a gente. Isso é muito massa mesmo,” completa Miguel, deixando claro que esta é apenas a primeira de muitas etapas que virão na trajetória do Celacanto.
por Rodrigo Falchioni

