Teatro de Contêiner – Um patrimônio cultural que merece respeito e autenticidade junto à comunidade

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O Teatro de Contêiner Mungunzá, sediado na Rua dos Gusmões, no bairro de Santa Ifigênia/Luz em São Paulo, em atividade desde 2016 focado no desenvolvimento social, cultural e artístico a premissa do projeto ao se instalar na região, levando mais diversidade à comunidade, e desmitificando a zona deteriorada que havia ao envolto, por anos. Apesar de ser um polo de grande relevância no cenário cultural e histórico, com prédios como a Estação da Luz, Museu da Língua Portuguesa, a Pinacoteca do Estado de São Paulo e a Sala São Paulo, e também um dos principais problemas da cidade, devido a famigeradas venda e consumo de drogas, a Cracolândia.

O desejo dos idealizadores do Teatro era que o governo cedesse o terreno, para que o projeto pudesse ganhar mais notoriedade e divulgação extensiva, chancelando a permanência no local à comunidade. Mas, as devolutivas negativas do poder público e a burocracia, tornaram a convivência cada dia mais difícil e conflituosa, até ordens de despejo receberam para se retirar urgentemente, alegando de que o espaço é público e está detorizado, precisando de reforma e a desabrigação da Cia. Mungunzá de Teatro, que lutou arduamente em um consenso unânime para permanecer no local e continuar seus ensejos de desenvolvimento e sociabilidade. Porém, nas últimas semanas a conversa não foi nada amigável, e o Teatro de Contêiner foi invadido a força por policiais, levando parte do núcleo artístico da Cia e obrigando eles desabrigaram o local, pois segundo a prefeitura deve ser demolido para a construção de casas populares, já que o prédio está deteriorado para abrigar a comunidade.

Todavia, o que a prefeitura não cogitou é que, entre diversos prédios e espaços públicos na cidade que estão desocupados, por que tirar um conjunto que desenvolve cultura e sociabilidade para a região, podendo dar novos ares e performances a um local que apesar de sua importância histórica, é hoje um dos mais temíveis da cidade, causando repulsa de moradores ou pessoas que passam por lá, devido ao descaso político ao longo dos anos.

A agressividade se tornou ainda mais intensa nesta semana, onde a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atacou membros da Cia. e pessoas que estavam no Teatro, obrigando-os a se retirar sem se situar, causando tensão e remorso na região, onde artistas e trabalhadores foram tratados como se fossem criminosos, para que os governos municipal e estadual ganham palanque contra a cultura, que já é tão banalizada e marginalizada, revidando com ataques violentos e agressivos por uma arrogância exacerbada para desfazer a estrutura criada no âmbito do Teatro de Contêiner.

O Ministério da Cultura (MinC) e a Funarte notificaram seu total repúdio aos atos de violência empreendidos pela GCM, solicitando que o prazo dado pela Prefeitura seja ampliado, para o desejo coletivo e artístico de sua sede, podendo assim permitir entendimentos iniciados junto à Superintendência do Patrimônio da União, buscando consenso positivo e o diálogo em prol a arte e a cultura, em papel relevante junto à comunidade paulistana através de seus projetos e idealizações realizados.

por Patrícia Visconti

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