O Telefone Preto 2 aposta no terror clássico sem deixar a identidade de lado

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Dirigido por Scott Derrickson com roteiro de Robert Cargill, O Telefone Preto 2, continuação do filme de 2021, tenta inovar sem deixar a identidade visual de lado, numa história de origem do sequestrador de crianças apresentada no primeiro filme dessa saga.

Um sucesso sempre vai despertar o interesse da indústria de Hollywood, ainda mais tendo em vista a boa aceitação inesperada de um produto. O Telefone Preto, lançado em 2021 é um boa representação dessa fórmula, por isso chega em 2025 o famigerado O Telefone Preto 2, mesmo quando o nome já não faz tanto sentido na nova história.

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Essa é a sequência que ninguém pediu, mas o estúdio por trás decidiu que deveria haver uma continuação. Aqui, a trama vai seguir um novo molde e também uma nova protagonista, ela é a Green, de 15 anos, irmã mais nova do Finny, que tem sofrido com sonhos horríveis de meninos sendo brutalmente assassinados. O “telefone” nessa sequência é um elemento, mas diferente do primeiro filme que tem ele como artifício narrativo de importância, nesse ele não precisaria existir caso o nome do objeto em si não existisse no título do produto, e se amarra nos sonhos da garota e faz dele a ponte entre o real e o sobrenatural, e pouca coisa sobra para fazer do telefone um objeto importante na trama. Não é um descarte suave, mas acontece de maneira singela, com momentos específicos durante a história.

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Dito isso, partimos do ponto real e perigoso do brevíssimo O Telefone Preto, de 2021. Naquele filme, alguns bons elementos foram postos a mesa desse pequeno universo, um sequestrador mascarado interpretado pelo majestoso Ethan Hawke, um Telefone Preto, artifício usado para o protagonista ter acesso a outras vítimas do vilão, e um pequeno lugar usado como esconderijo do assassino e cativeiro das vítimas. Na continuação nada disso foi lembrado e a narrativa segue uma história completamente diferente. Isso porque aqui o Grabber está morto, e daí ele surge novamente atormentando, porque as primeiras vítimas dele nunca foram achadas, nisso há a necessidade da protagonista e o time de principais ir atrás dessas vítimas e dá-lhes o devido fim digno. Ao longo do processo, o Vilão trabalha da mesma forma que o Freddy Krueger de Sexta-feira 13, tentado matar a protagonista enquanto ela dorme e sonha, talvez nem seja sonho e sim projeção astral, já que ela consegue ver o corpo e em determinado momento ir ou ficar no mundo real.

O universo ganha um novo elemento ao trazer o time de protagonista ao local onde as primeiras vítimas foram mortas, e ali explica como cada um foi assassinado, mas não explica por exemplo como o vilão escolhe as vítimas, ou porquê da escolha daquele local específico. Expande também o verso ao colocar um novo elemento sobrenatural na trama, quando trabalha essa forma mais astral na qual a protagonista e o vilão tem mais liberdade de força e poder para se enfrentarem. Apesar disso tudo, nos elementos mais técnicos como CGI, som, maquiagem e efeitos práticos, nada se destaca porque tudo é feito dentro da normalidade.

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O ponto mais fraco desse filme tem haver com os momentos relacionados a família, isso porque durante alguns desses encontros do núcleo principal a atmosfera e toda a carga dramática perde força na interpretação, deixando o momento monótono e até sem sentido.

Por fim, O Telefone Preto 2, tem um boa jogada ao fazer um filme diferente do primeiro, mas é nítido que a produção deve ter se arrependido de ter matado o vilão, e agora precisa recuperá-lo de alguma forma caso queira continuar a fazer sequências sobre esse universo. O filme está em cartaz nos cinemas, distribuído pela Universal Pictures.

por Daniel Guimarães

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