‘Morra, Amor’: o auge de Jennifer Lawrence em um colapso existencial

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Morra, Amor é um filme que nos ganha através de todos os pequenos detalhes inseridos, seja através dos sons, dos itens em cena e principalmente através das atuações. No filme que marca o retorno de Lynne Ramsay, você pode até mesmo quase sentir o cheiro através da tela.

Tudo isso se deve ao excelente trabalho da diretora, que não realizava um filme havia oito anos, desde Você Nunca Esteve Realmente Aqui. Além disso, a brilhante fotografia de Seamus McGarvey (Animais Noturnos) e das trilhas cuidadosamente encaixadas, que expressam de forma precisa os sentimentos dos personagens.

Em Morra, Amor, Ramsay adaptou o romance da escritora argentina Ariana Harwicz. A trama gira em torno de uma dona de casa que tem seu primeiro filho e vive isolada com um marido ausente. Os dois personagens principais são Grace (Jennifer Lawrence), a mãe que acaba tendo surtos psicóticos durante o filme, e Jackson (Robert Pattinson), o marido ingênuo” que tenta a todo custo conseguir recuperar a sanidade da esposa.

Neste cenário, temos Grace como foco total da trama, fazendo com que Jennifer Lawrence brilhe o filme inteiro com caos, animalidade e seus impulsos sexuais. Robert Pattinson também é muito importante como um suporte para que a atriz consiga chegar ainda mais no máximo de sua capacidade.

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O filme sofre um pouco com sua montagem, parecendo que algumas coisas estejam confusas e mal encaixadas. Mas, em certo momento do filme tudo se encaixa e faz com que a trama tenha ainda mais sentido. Desta maneira, volto a dizer a importância de se atentar aos detalhes do filme para ter uma experiência ainda melhor com Morra, Amor.

Provavelmente será um filme que irá dividir bastante as pessoas, mas de qualquer forma é uma história muito importante, principalmente para o público feminino. E se engana quem acha que ele se limita apenas a um “filme sobre depressão pós-parto”.

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Morra, Amor trata a história de uma mulher (Grace) que sofre com problemas de abandono e que não sabe lidar em sociedade. Através de seu marido (Jackson) ela consegue encontrar momentos de paz e conforto, mas isso entra em conflito ao ter que voltar a lidar com seus problemas. O caos de Grace é mostrado aos poucos até chegar em seus momentos críticos, mas nunca com Jackson desistindo dela. A desordem na personagem é tanta que ela percebe que seu marido e seu filho estariam melhor sem ela, culminando em seu colapso existencial. O longa é distribuído pela Paris Filmes e pela MUBI, parceira do estúdio.

Morra, Amor estreou nos cinemas brasileiros neste dia 27 de fevereiro. Será que Jennifer Lawrence chega ao Oscar com sua atuação? Ou quem sabe uma indicação da diretora em melhor roteiro adaptado?

por Giovane Fazello

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