[Caixa de Som] Bateristas: Do fundo dos palcos à harmonia da banda

Não tão popular quão o vocalista ou o guitarrista, o baterista é alma de uma banda, sabe quando dizem no carnaval que a bateria é a coração da escola, pois bem, para um grupo de rock, o baterista também é ápice em harmonia e sincronia dos outros músicos. Deve ser por isso que hoje em dia é tão difícil encontrar um baterista fixo, já que muitos fazem frilas em outras bandas, pois são eles que irão dar o ritmo e a percussão musical ao conjunto da obra.

Batemos um papo como baterista Gui Amaral, que nos contou um pouco sobre seu anseio em aprender  um instrumento tão difícil ao olhar, mas tão fácil de aprender. Além do mais, Gui falou sobre suas influências musicais, inspirações, projetos e prospectivas futuras em sua carreira como músico.
Confira a seguir a entrevista de Gui Amaral, e abaixo a estreia do videoclipe de Uirá França, qual o “batera” fez a percussão na bateria do single “#VEMPRARUA”.

OBC – Há quanto tempo toca bateria?
Gui Amaral: Comecei no início de 2002.
OBC– Por quê você escolheu esse instrumento para tocar?
GA: Era algo que desde moleque, sem ao menos saber que pra lado ia uma batera, tive vontade de tocar e pensava ser difícil o acesso. Certo dia vi um amigo na minha escola tocando no intervalo. Gostei e decidi fazer aulas. Na primeira aula não consegui fazer o que o professor mostrou e mesmo assim quando terminou, falei: quero isso pra minha vida toda.
OBC – Quem são seus principais inspiradores musicais na sua carreira como baterista?
GA: Sem dúvida o principal é Lincoln Cheib (baterista de Milton Nascimento). Ele mudou completamente a história de minha vida, me ensinando muito além de técnica como personalidade, honestidade e disciplina profissional. Ouço John Scofield, Gov’t Mule, Dave Matthews Band, Joshua Redman, John Coltrane, Elvin Jones, Newton Faulkner e muitos outros.
OBC – Atualmente você está em alguma banda? Qual?
GA: Meu principal projeto é com Uirá França. Além dele atualmente toco com Radio 7 (confira a entrevista que o Radio 7 concedeu ao OBC – aqui), Mauro Mesaque e Druques.

OBC – Dizem por ai, que baterista é o mais difícil para se adaptar em uma banda, até mesmo para encontrar para ingressar nela. Isso confere? Por quê?
GA: Talvez o problema seja que existem vários ritmistas que se julgam bateristas. O baterista é músico e deve ter noção da música como principal elemento para se criar uma linha de batera e não colocar tudo que estudou quando está tocando. Ter um tempo preciso também é obrigação deste. Então acho que a dificuldade é de achar bateristas que estudam e que tenha consciência do que uma música pede.
OBC – Além de baterista, você também é professor de bateria. Isso é tanto amor pelo instrumento, para propagá-lo a novatos que querem aprender o ofício?
GA: Existem duas pessoas: o músico e o professor. Porque são coisas diferentes e às vezes eles coincidem na mesma pessoa. Como professor você aprende muito também e está sempre reciclando conhecimento. 
OBC – Você acredita que por ser o mais difícil em encontrar para ingressar em uma banda, o baterista acaba se tornando o “superstar” do grupo quando agregado nele? Por quê?
GA: Não. Bateristas para serem bem notados tem que ter algum diferencial que deva ir além do “marketing” que a própria banda faça pra ele aparecer um pouco.
OBC – Você compõe?
GA: Componho coisas voltadas à bateria como peças ou lições. E junto com Uirá arranjamos as músicas juntos extraindo sempre o melhor groove pra música.
OBC – Além de bateria, toca outro instrumento?
GA: Que domine, não.
OBC – Qual seus estilos musicais favoritos?
GA: Não tenho. Há música boa e ruim em todos os estilos. E gosto das boas (rs). Ter preconceito musical quanto aos estilos limita a própria criatividade.
OBC – Você que o funk está dominando o espaço do rock nacional nas mídias convencionais? Por quê? 
GA: Não classifico o funk carioca como um estilo musical, mas sim como um movimento. E é um movimento que funciona, porque senão não seria tão expressivo e não incomodaria tanta gente quanto incomoda. Agora o fato de não surgir bandas boas de rock nacional nos últimos tempos não quer dizer que o funk está tomando o espaço dele. Música compete sozinha e quando é boa sempre será ouvida e lembrada.
OBC – Atualmente, a mídia alternativa está dando mais enfoque ao rock nacional do que as mídias convencionais? Por quê?
GA: Talvez seja porque as mídias convencionais prefiram o que está atingindo mais a massa no momento. E que vende mais, é mais interessante para elas.
OBC – Com relação a divulgação de bandas alternativas ou de garagens, há bastante oportunidade para que elas mostrem seus trabalhos, ou há muita banda e pouco local para se apresentar e divulgar? Por quê?
GA: Espaço tem, e também há muitas bandas. O que acho complicado é conseguir entrar em algum meio e ter rotina de shows. Conseguir tocar, consegue, mas muitas bandas acabam pagando pra trabalhar do que receber por executar uma apresentação.

OBC – Você como professor de bateria, qual a dica que você dá para aqueles que estão começando ou querendo ingressar nessa carreira?
GA: Deve seguir os degraus naturais: estudar muito, ensaiar muito, tocar muito, ser disciplinado e principalmente ter humildade para ouvir tanto a música quanto com quem se relaciona.

OBC – Shows, apresentações, eventos… Há alguma data agendada? Onde? Quando?

GA: Toco em Brasília com Uirá França dia 31 de agosto e dia 12 na Fnac Pinheiros com Tigre Dente de Sabre que substituirei meu amigo Gui Calzavara (que também toca no Druques). Outras datas estão pra fechar e quem quiser saber mais poderá ver em minha página do face: fb.com/guiamaralbatera.

Esse foi o Gui Amaral, um batera que é ligado no 220 wz, adora o que e o mais importante, faz o que ama com carinho e dedicação, afinal ser músico em um país onde a arte só é valorizada depois que você atinge um status top, não fácil. Então, são esses artistas que merecem nosso respeito.

E por falar em valorizar e propagar, como prometido, segue o clipe do músico brasiliense Uirá França, que contou com Gui Amaral na percussão do single “#VEMPRARUA”.

Let’s play to song…

Por: Patrícia Visconti

[TOTAL FLEX] OBRIGAAAH divulgando a arte e a cultura das ruas do jeito mais "pop" de ser

Nas grandes metrópoles é muito comum encontrar artistas mostrando sua arte nas ruas, sendo elas musicais, plásticas, danças, fotográficas, entre outras facetas artísticas que fazem toda a diferença para aqueles que apenas querem ter a oportunidade de mostrar seu trabalho ao público em geral.
Baseado nisso, um grupo de amigos em uma conversa informal decidiu seu reunir e propagar esse nicho artístico em um único lugar, foi então que nasceu o OBRIGAAAH. Um evento que reúne música, arte, exposição e bazar, divulgando e compartilhando o ofício artístico em sua fase mais bruta, ainda em processo de lapidação e apropriação dos amantes da arte contemporânea e alternativa.
Conversamos com o curador da festa/bazar OBRIGAAAH, Yan Nick, 29, onde ele nos contou desde o surgimento, o principal objetivo e as futuras realizações da festa, que é mais que uma simples balada, mas sim um evento cultural que soma unir e propagar arte e os artistas como eles são.
Confira a entrevista que Yan concedeu ao Barquinho Cultural, e mais abaixo a programação da 12ª edição, que contará com novidades, arte, entretenimento e cultura aos amantes da pop art vinda direto das ruas.

OBC – Como surgiu a ideia do OBRIGAAAH? Por quê?

Yan Nick: A ideia do OBRIGAAAH veio de uma conversa que tive com alguns amigos sobre festas com o cunho cultural em sua plenitude, não somos uma balada e não queremos ser, somos um núcleo cultural. O porque do OBRIGAAAH vem da auto necessidade em coletivo,do fazer e viver da arte.

OBC – Por quê o evento leva esse nome?

YN: Porque somos gratos e agradecemos por fazer parte da arte que nós mesmos fazemos. Esse é o sentimento do OBRIGAAAH!

OBC – Qual o principal intuito da festa à comunidade?
YN: Para a comunidade o intuito da festa é unir as pessoas que vivem da arte e que elas possam ter a oportunidade de divulgar e propagar sua mensagem, a sua arte, a sua vida, sem status, nem fama e nem luzes de neon.
OBC – Como é feita a seleção para se apresentar no evento?
YN: Hoje o bazar é comandando pela marca “Quanto Vale Seu Look”, onde a proprietária em conjunto

com a curadoria decidem a agenda. Já a parte das exposições de arte e da área da música, a curadoria é de responsabilidade total agenda do evento.

OBC – Vocês recebem algum tipo de apoio para a realização do evento? Qual? Como conseguiram? Ou é apenas rateado entre os organizadores e a casa onde é realizado o evento?

YN: Não temos nenhum apoio governamental e nem o privado. Somos o “POR NÓS PARA NÓS E VÓS”.
A casa, o LAPEJU BAR sim é o nosso grande parceiro, sem eles as 12 edições não seriam realizadas.
OBC – A respeito do bazar, as vendas realizados no evento ficam todas para os artistas e lojas presentes no OBRIGAAAH, ou são divididas entre a produção?
YN: Não. Qualquer artista ou marca que expõe no OBRIGAAAH, efetuando alguma venda, todo esse recurso é exclusivo do artista e/ou marca. O OBRIGAAAH não detém parte alguma nesse recurso, não cobramos nada financeiramente dos artistas.
OBC – Os artistas recebem alguma coisa para se apresentarem na festa?
YN: Sim, uma ajuda de custo, pois falta uma verba melhor para pensar em cachês, algo que no futuro queremos sanar e sim pagar o que valer.
OBC – Quais são as prospectivas futuras para o festival?
YN: Continuar o projeto, sempre desta forma, propagando a arte, a comercialização de produtos em bazar e a música, os nossos três pilares.
Vida londa ao OBRIGAAAH, prontos para as próximas 12 edições! 1 ano de agradecimentos!
Programação:
#ARTE 
EXPOSIÇÃO Ratónes Art
#BAZAR 
“Quanto Vale Seu Look” 
CONVIDA:
Ifilu + Cynthia Mariah + Appletree Urban – Moda Urbana & Étnica
#MÚSICA
DJ Eric Gomes + POCKET SHOW Yannick & Carol Ouro-Natto


Serviço:

OBRIGAAAH#12
DIA: 05/09 
HORÁRIO: 20h
ENTRADA: R$ 5,00
LOCAL: LAPEJU BAR
ENDEREÇO: RUA FREI CANECA, 892 – CENTRO
SÃO PAULO/SP
Por hoje é só pessoal, saída à esquerda e até a próxima com mais uma novidade sobre arte, cultura e entretenimento, direto do barco mais pop da web.

[Caixa de Som] Da "vitrolinha" de brinquedo às pick ups de mixagem

Ultimamente andamos divulgando bastante eventos musicais, mostrando release de novas bandas ou cantores, mas pouco falamos dos DJs, que na cena musical atualmente é importante quão qualquer outro artista que faz música, e também quer apresentar seu trabalho à sociedade.

Afinal, o DJ não é apenas aquele que troca a música na balada ou arranhando os vinis nos shows dos outros músicos.
Um DJ também é um artista, aquele que seleciona e roda as mais diferentes composições,previamente gravadas para um determinado público, trabalhando e apresentando um conteúdo novo, diversificando seu trabalho, sendo na rádio (FM), pistas de dança, clubes e boates.
Atualmente, diante diversos fatores envolvidos, entre eles público alvo, lista de canções, o meio e o desenvolvimento da manipulação do som, há diferentes tipos de DJs, sendo que nem todos usam na verdade discos, alguns podem tocar com CDs, outros com laptop (emulando com softwares), entre outros meios.
Por isso, entre tantos DJs que há em todo o Brasil e no mundo querendo mostrar seu trabalho, nós conversamos com o DJ Heisen Berg, que nos contou como começou sua paixão pelo mixagem, remix, pick ups, suas influências, anseios e desejos da sua carreira.


Confira abaixo a entrevista que o DJ concedeu aos navegantes do O Barquinho Cultural:

OBC Há quanto tempo você é DJ?
DJ Heisen Berg Como todos, comecei ouvindo uns vinis das antigas, tinha uma “vitrolinha” que minha mãe me deu de presente a dez mil anos atrás(rsrs); por eu sempre gostar de música, eu sempre preferia ficar ouvindo-as por horas, trocava muitas vezes por uma brincadeira qualquer com meus colegas de infância; mas foi em fevereiro de 1991, que tudo começou de forma coordenada.
OBC Quando surgiu essa ânsia de que você queria ser um DJ? 
DJ Heisen Berg Como já disse, sempre tive o desejo de lidar com música na infância e em fevereiro de 1991, através de um curso, o start foi dado, e era uma loucura, pois esperava a semana inteira voando para chegar o sábado, e ter mais um dia de “aula”, era uma época muito bacana, muito romântica para quem gostava de música, vinil, toca-discos, etc…
OBC Quais são suas principais influências musicais? Por quê? 
                                   
DJ Heisen Berg Com relação a influências, poderia citar Moby, ele faz um trabalho fantástico (ele mescla diversos estilos num mesmo álbum ou show, e tudo soa perfeitamente alinhado ), Lighthouse Family (voz agradável aos ouvidos, arranjos simples e harmonia perfeita), Pet Shop Boys (músicas com arranjos sofisticados e letras algumas vezes densas demais para alguns, todavia, são o maior grupo de música eletrônica de todos os tempos ), fora esses poderia citar: Frank Knuckles, Carl Cox, Morcheeba, MPeople, Seal, Paul Van Dyk; mais eclético que isso eu não sei!!!
OBC Quais são suas inspirações no nicho de DJ? Por quê?  
                                         
DJ Heisen Berg Me inspiro em alguns djs das antigas, pois os atuais não tem muito oque me inspirar, curto muito o Memê (o cara já nasceu top, em atitude, respeito aos outros, além ser um super dj!), Mau Mau 
(verdadeiro Rei do Techno nacional, está na estrada faz tempo e nunca deixou cair sua qualidade profissional), da safra nova, tem um dj de Fortaleza chamado Claudio Ferraz, que faz um trabalho interessante por lá ( ele joga nas onze posições, produz, toca, divulga suas baladas e é um cara super carismático) e é lógico, não poderia deixar a “velha guarda” de lado, Frank Knucles (cara é um dos pais da House-music, ajudou a criar, tocar e difundir o estilo pelo mundo afora, tornou muita gente conhecida com seus remix).
OBC Você acredita que depois deste ápice dos DJs concretizaram sua carreira fazendo parcerias com artistas pop, a carreira está mais valorizada no mercado? Por quê?        
                                                                           
DJ Heisen Berg Depende! Depende da oportunidade, as vezes existe um excelente dj lá no sertão nordestino (uso o sertão como referência à distância e não a qualidade de seus djs), fera em fazer remixes, todavia, aqui no grande centro, eixo Rio-São Paulo, se ele não tiver alguém que o apresente e divulgue, ele será apenas mais uma pérola no fundo do oceano, seu cachê continuará baixo, ele continuará desconhecido e nada  mudará, o que deu esse “up”, foi o fato que muitos filhos de produtores musicais, namorados(as), etc, começaram a tocar como djs e essas influências fizeram algumas coisas acontecerem.

OBC Pretende lançar algo em breve? O quê? Quando?     
                                               
DJ Heisen Berg Yes! Estou preparando agora em estúdio, uma versão do discurso de Martin Luther King “I Have a Dream”, eu já estava com essa ideia na mente e você sabe que esse ano comemora-se cinquenta anos desse discurso que inspirou milhões de pessoas mundo afora, acredito que essa semana ainda estará pronto, eu te mando em primeira mão ok!!!
OBC A profissão de DJ foi regulamentada a pouco tempo, ainda há preconceito em relação à carreira?    
                                                                            
DJ Heisen Berg Antigamente dizia-se que não era profissão, que era coisa de vagabundo (eu mesmo fiz o curso sem meu pai saber), hoje com tantas “celebridades” e “djs”, as coisas deram uma certa virada de mesa, mas ainda há muito que se fazer, pois há uma grande quantidade de garotos tocando e se o cara não for famoso, o pessoal dos clubes não quer pagar um cachê decente, porque no fundo eles não acreditam que ser dj, é uma profissão e sim um “bico” de final de semana!

OBC O que você acha de “artistas momentâneos” atacarem as pick-ups dando uma de DJ, apenas por hobby? Isso gera uma banalização a profissão?              
                                                                                                        
DJ Heisen Berg Agora você chegou no ponto, há um tempo atrás eu vi um vídeo, de um dj dizendo que as “celebridades”, ganham um cachê alto, porque levam muita gente às boites, eis a questão: Você faz curso, ensaia, ensaia, compra equipamento (que custa caríssimo no Brasil, devido aos impostos), faz de tudo para manter-se conectado ao mundo real da música e na esmagadora maioria das vezes não é reconhecido, aí vem a dita “celebridade” (palavra que está banalizada de uns anos para cá), com seu pendrive de set mixado, fingindo tocar (não são todos, só 99%), faz caras e bocas, tira fotos, bebe pra caramba e sai da boite com status de top dj! Se isso não for banalizar, eu não sei o que é!
OBC Onde você toca ultimamente?    
                                                                       
DJ Heisen Berg Na verdade estou concentrado na gravação de meu trabalho, mas também estou com meus parceiros do grupo Dinastia Gospel ( rap gospel, eu disse que sou eclético! rsrsrs ), ultimamente estou tocando em eventos de hip-hop com meu parceiro das horas difíceis, DJ Adriano Gotardi, junto a uma ONG aqui em Americana e região.
OBC Shows, apresentações, performances, parcerias… Há alguma a apresentação agendada?

DJ Heisen Berg Bom, nesse sábado (31-08), estarei num evento que engloba hip-hop, grafite, batalhas de MCs e Skate, estarei tocando lá e tocarei em primeira mão a versão que fiz de “I Have a Dream” ao vivo e na madrugada estarei em Campinas. Dia 07-09 estarei em Campinas novamente, 14-09 em Rio Claro num fetival de hip-hop, dia 21-09 (meu aniversário ) em Diadema; a lista vai longe (rsrsrs), mas se alguém me quiser em sua festa, é só entrar em contato:  
E-mail: nayrarec@gmail.com       
Telefone: (19) 98919-5952
Blog: djheisenberg.blogspot.com
Confira o videoclipe da primeira música de trabalho de Zhoë! (DJ Heisen Berg), com a particpação do cantor Rodrigo Costa no vocal e produção feita por Jhésus Brito, no estúdio A3, em Americana-SP.

Um abraço e muito obrigado, e quero dizer à você que está começando, que não desista, mesmo que seja difícil, persista, se esse for realmente sua vocação, você irá longe“! DJ Heisen Berg
Assista abaixo o vídeo qual o DJ Heisen Berg se apresenta e conta um pouco sobre o início de sua carreira:
Por Patrícia Visconti

[Cabine da Pipoca] Marco Dutra: A nova cara do cinema brasileiro

Temos cinema feito por mãos jovens, com família e mulheres inspiradoras e um quê de thriller fantástico 

 Isso tudo é o cineasta brasileiro Marco Dutra. E aí, preparados? 
Foto de: Caetano Gotardo

Marco Dutra é roteirista, cineasta e paulistano. Provavelmente você já viram ou conhecem alguma das obras dele, já que ele escreve a série “Alice” (2008), de Karin Aïnouz e Sérgio Machado, exibida pela HBO no Brasil.

Formado em cinema pela ECA [Escola de Comunicação e Artes] na USP, e desde então trabalha com a diretora Juliana Rojas.  Aliás, foi ao lado dela que fez o curta metragem “O lençol branco” ( 2004) selecionado, simplesmente, para a mostra Cinéfondation do Festival de Cannes,  especialmente voltada a filmes de escola.

Em 2011, Dutra começa a produzir seu primeiro longa metragem “Trabalhar Cansa”, premiado no Festival de Paulínea em 2011 (Prêmio Especial).

Atualmente, com o roteiro escrito junto com Gabriela Amaral Almeida, o cineasta trabalha na finalização de seu mais recente longa, “Quando eu era vivo“, ainda em finalização.

Abaixo segue a entrevista que Dutra concedeu ao O Barquinho Cultural, onde ele contou sobre sua carreira, projetos, inspirações, entre outras coisas mais que os cinéfilos de plantão têm que conferir.

Pessoas e Artistas Você já esteve ao lado de artistas conhecidos e reconhecidos em festivais e premiações, penso eu,  BC :  como sente que os festivais e seus organizadores observam o cinema brasileiro, poderia citar uma conversa que tenha lhe marcado com algum autor, artista sobre esta temática?

Dutra: Os festivais, tanto brasileiros quanto os internacionais, refletem na seleção de filmes a linha da curadoria e o gosto pessoal dos curadores. O número de bons festivais brasileiros é grande (como a Janela de Cinema do Recife, a Mostra de Tiradentes, a Jornada de Cinema Silencioso…). Os festivais internacionais (como Cannes, Locarno, Sundance) têm prestado atenção aos nossos filmes e costumam contar com curtas interessantes na seleção quase sempre, assim como um ou outro longa que acaba ganhando destaque em mostras ao redor do mundo. Sinto que há ainda muito espaço a conquistar fora do país, inclusive comercialmente, mas muitos curadores e distribuidores estão dispostos a ver nosso trabalho.

Uma viradaMesmo vendo que seus filmes possuem este ar thriller, a questão da família e das relações pessoais, o fantástico, de alguma forma me remete a um Ariano Suassuna, ou uma base literária mais épica como a de Guimarães Rosa em ” Grande Sertão Veredas”.

BC: Você gostaria de adaptar algo épico desta forma, incluiria este tom de humor em seus roteiros, ou está totalmente fora de seus planos?

Dutra: Sim. Tenho a impressão de que nossa literatura foi bem mais longe que nosso cinema em suas estratégias de criação de mundo mágico, em sua mitologia, no fantástico em geral. Não penso em adaptar um romance deste calibre por ora, mas talvez no futuro eu me jogue num desafio assim. Acabo de trabalhar na adaptação de um livro do Lourenço Mutarelli; foi um trabalho muito bom, feito em parceria com Gabriela Amaral Almeida.

Família – Em ambos os filmes, as mulheres, a dona de casa que rompe seu papel, e a mãe que assombra o filho são personas de peso, que criem a ‘angústia’ das cenas, BC: se tivesse que associá-las a algum tipo de arquétipo, quem elas seriam?

Dutra: A figura da mãe aparece em diversos trabalhos meus como uma presença absoluta, poderosa para o bem ou para o mal. Tenho uma relação muito boa com a minha família, mas algo me impulsiona a escrever sobre ambientes íntimos e domésticos como se estes fossem palco para encenações de lutas simbólicas entre bem e mal, sagrado e profano.

BC: A música e a sonoplastia de Dutra – Você citou numa entrevista que em “Quando eu era vivo”, a música é do universo da casa, a sonoplastia é marcante em seus filmes. Uma casa thriller ideal teria qual trilha sonora?

Dutra: A música pode atrapalhar um filme, por isso sempre tive receio em usar trilhas muito presentes. Estou trabalhando uma trilha completa para o filme novo, e aprendendo muito no processo. Tento fazer com que a música brote dos personagens e da ação dramática. É como se ela fosse o som da respiração deles. Tendo a preferir (inclusive como compositor) melodias bem desenhadas, e não “música de clima”.

BC:  Comente um pouco sobre seu gosto musical e como ele lhe inspira? Vi de Caetano, passando por Tom Zé, e Barbra Streisand, o que você anda ouvindo?

Dutra: Ouço de tudo, tudo mesmo! Toco piano e componho um pouco, o que me ajuda ao longo dos processos de criação em geral. Mas tenho, é claro, certas obsessões: Stephen Sondheim e trilhas de filmes da Disney (em especial as compostas pelos irmãos Sherman) estão sempre tocando por aqui. Tom Zé, Dolores Duran e Marlene também. E talvez minha cantora preferida seja Fiona Apple.

InspiraçõesBC: Stephen King, um ator do porte de Marat Descartes sempre presente e Juliana Rojas, como eles aguçam seus roteiro e a inspiração em sua trajetória cinematográfica?

Dutra: As parcerias são parte muito importante do meu processo criativo, e isso inclui os 15 anos de trabalho em dupla com a Juliana – estamos sempre metidos nos filmes um do outro. Cito também Caetano Gotardo, Daniel Turini, Sérgio Silva e João Marcos de Almeida entre os parceiros de vida e trabalho. O Marat, a Helena Albergaria, a Gilda Nomacce e a Clarissa Kiste estão entre atores com quem sempre trabalhamos e com quem pretendemos voltar a trabalhar. Stephen King mora na minha cabeceira desde que tenho doze anos de idade. O primeiro que li foi Misery (Angústia, no Brasil). O último foi Joyland. O universo de King é infinito e ele transita por cada beco com um prazer que não se esgota e que contamina a leitura. Me sinto apaixonado por ele, de certa forma. Há amor envolvido no gesto de ler um livro dele. E sua escrita só melhora com os anos.

Trajetória – BC: Até a adaptação do literário “A Arte de Produzir Efeito sem Causa”, de Lutarelli, para seu roteiro cinematográfico foram cinco anos após a leitura. Como foi esse período de “assimilação”, digamos assim ?  E depois um até curto tempo para a escrita do roteiro. Percebe-se um certo respeito seu, não só pelo seu ritmo como pelo da obra em si, é isso mesmo?

Dutra: Eu li o livro enquanto pesquisava para outro projeto, em 2008. Mas o convite para dirigir a adaptação veio do produtor Rodrigo Teixeira em 2011. O tempo de espera foi providencial, e também natural. Foi bom ter feito esse filme depois do “Trabalhar Cansa”.


Estilo –  BC:  Horror psicológico ou “Horror fantasy”, comparado até ao “O Iluminado” (década de 80), este parece ser o estilo que você imprimiu em seus dois últimos filmes, o que lhe atrai nesta estética? Sua leitura de Stephen King, convive com roteiros que de alguma forma falam da família. De comportamentos familiares, sejam de rompimento e mudança em “Trabalhar Cansa” ou de ‘ claustrofobia’ em ” Quando eu era vivo”. Você quer este rótulo ou não é rótulo…para seus filmes, horror psicológico, este tema familiar ainda terá desdobramentos em outros filmes ou roteiros que possamos esperar? Ou vem alguma, não programada, mas talvez uma virada de estética sua? Você pensa nisso?

Dutra: Eu gosto muito de diversos gêneros, em especial o horror e o musical. Pretendo seguir trabalhando dentro deles, e não me incomoda nem um pouco que os filmes sejam classificados, catalogados, separados em gêneros ou prateleiras. Eu mesmo sempre convivi com isso na época áurea da video locadora. O que me incomoda é que um filme tido como difícil de classificar seja considerado menor ou ruim por conta dessa
dificuldade. Acredito que uma mistura de gêneros é possível, e pode também ser comercial. E acredito que não dá pra remover o humor, qualquer que seja o gênero do trabalho. Como levar as coisas a sério demais? “As Boas Maneiras”, um dos meus próximos filmes com Juliana, retoma diversos dos nossos temas anteriores.

CenárioBC: Há um certo ar ‘ barroco’, é a iluminação ou a falta dela na casa, são anjos, bustos e rostos, um colorido do quarto da inquilina mas em ‘ retalhos’, como essa estrutura da casa foi ganhando vida no seu roteiro?? É isso mesmo, um barroco? (aqui me refiro somente, claro, a ” Quando eu era Vivo”) .

Dutra: Como o filme ainda está em finalização, me limito a dizer que a casa do filme passa por algumas grandes transformações – assim como o protagonista.
O que eu vi e humildemente comento e pergunto – Assisti Carnage, (O Deus da Carnificina) de Polanski, e é sobre relações entre casais, filhos, raiva, e há a claustrofobia, que chega a ser cômica no ‘surto’ durante as discussões dos casais, você gostou deste filme, não há thriller exatamente, mas angústia e
um ritmo entre altos e baixos.

BC: Além de ser uma adaptação, desta vez de uma peça, o que você acredita que o público, de modo geral, reflete ou que eles assimilam de todos estes ‘ sentimentos e detalhes’ que um diretor, como você por exemplo, ou Polanski, tentam imprimir em suas obras? 

Dutra: Eu li a peça Carnage porque admiro o trabalho da dramaturga Yasmina Reza. Li há anos, antes de ver o filme. Gosto muito do texto, mas acredito que é um texto muito complicado de encenar e que a versão do Polanski é certamente muito boa e acertada. Ainda assim, me parece algo pensado para o palco, e que talvez encontre sua potência máxima lá. Ressalvas pontuais feitas, me divirto imensamente com o filme. E acredito que “Deus está nos detalhes”. Tudo conta. Um diretor como Polanski, por exemplo, sabe disso, e inunda o filme, os atores, o cenário, de pequenos comentários, gestos, objetos, cores, mudanças de luz. Quando assistimos a um filme não paramos para pensar em cada detalhe. Mas eles estão lá, e narram, e essa sensação de riqueza narrativa é compreendida pelo nosso corpo em muitos níveis.

Por Fabíola Mello

[Cabine da Pipoca] Nerds mais vivos do que mortos

Vocês já imaginaram unir zombies e nerds em uma única tela, em uma única série?

Apesar, tanto zombie quanto nerd atualmente está na “moda” e atrai milhares de fãs em todo mundo.

Mas não foi muito bem pensando nisso que o Nerd of  the Dead foi criado, muito pelo contrário, já que o diretor Chris Tex nem fã de zombie é, mas por inspirações e por vontade de mostrar um outro desses mortos vivos, ele resolveu dar vida a uma websérie, que mistura comédia com ação e desmistifica toda a lenda de terror que outras séries e livros já transmitiram.

Confira a entrevista que Chris concedeu ao Barquinho Cultural, a primeira da nossa Cabine da Pipoca de 2013, e conheçam mais sobre esse projeto sem data de estreia, mas que promete ser bastante divertido.

1- Como surgiu a ideia de criar uma websérie sobre zombies nerds?

A ideia surgiu no set de filmagem do nosso último curta–metragem, “John Feldman e a Moto”, que foi filmado há 9 meses. O conceito partiu de uma conversa entre eu, o Rodrigo, produtor da série, e meu assistente de direção, Dante Vescio, que pensávamos em fazer um longa- metragem chamado “Carnival of the Dead” – três histórias, cada uma dirigida por um de nós. Mas a ideia era muito ambiciosa. No entanto, ainda existia o desejo de fazer algo inspirado nessas ideias. Sendo assim, escrevi o roteiro de “Nerd of the Dead” junto com o Rafael Baliú e arriscamos em fazer um conteúdo de boa qualidade para a internet.

2- Quando e onde vocês se conheceram? Foi através de testes para a série, ou vocês já se conheciam muito antes disso?

A maioria das pessoas da equipe foi durante a faculdade de cinema. Os atores com exceção do Rodrigo foi no curso de teatro.

3- O que influenciou vocês a criar a série? E por quê?

Eu nunca fui muito fã de zumbi, por isso queria fazer essa série para tentar retratar os zumbis de outra forma, menos voltada na sobrevivência e mais na liberdade social diante de um apocalipse. Minhas grandes referências sempre foram, desde o meu primeiro curta-metragem, o Edgar Wright, de “Shaun of the Dead” e principalmente a estilização dos animes e mangás. Também tive como base o filme “Old Boy” do Chan-Wook Park e o diretor Zack Snyder e o filme Kick-ass. Foi um processo interessante, porque tive que mergulhar fundo no universo zumbi. Assisti as obras do Romero, na qual descobri “Day of the Dead” que é uma obra prima. Já tinha interesse pela série “The Walking Dead” e o que mais me surpreendeu recentemente foi “Juan de los Muertos”, uma excelente comédia cubana sobre zumbis. Após termos filmado algumas partes da série, assisti “Zombieland”, que me despertou várias ideias. Quem sabe em uma segunda temporada, se tudo der certo.

4- Quantos episódios serão exibidos?

Serão 4 episódios de aproximadamente 20 minutos cada.

5- Vocês pensam em transformá-la em um longa ou curta metragem?

A série é totalmente cinematográfica. Possui planos complicados e foi filmada com a RED, uma das novas câmeras do cinema digital, o que me possibilita tirar um formato em 4k para passar nas telas do cinema. No entanto, a estrutura da série não é de um longa, por mais que a primeira temporada tenha quase a duração de um longa-metragem. Não sei como isso seria resolvido na montagem. Cada episódio é praticamente um curta. Acho que se fosse fazer algo, com certeza seria um longa-metragem com o material que temos em nossas mãos.

6- Vocês tem algum apoio promocional, financeiros para divulgar e dar continuidade ao projeto? Como vocês fazem para bancar a série?

Não temos nada. Somos os únicos investidores da série. Eu gastava todo meu salário durante esse último ano pra fazer a série e ainda gasto. Espero que em breve essas coisas mudem rs.

A equipe do NOTD estão com o projeto no Catarse para finalizar a quarta temporada da série, portanto quem puder colaborar, basta acessar o link do projeto e contribuir para que a produção não pare, e eles possam lançar em breve a série.

7- Os vídeos serão postados no Youtube, certo? Mas como será a divulgação dos capítulos da série? Compartilhamentos, virais, hotsite…

Serão postados no Youtube e provavelmente no canal do omelete nossa parceira na divulgação. Nossa maior arma são os meios virtuais como Facebook, Twitter, blogs e etc. Não são tão fortes como a TV, mas com certeza causa um barulho se for bem divulgado nas mídias sociais.

8- Vocês já pensam em expandir a série para versões em outras regiões, como NOTD – RJ ou MG…? Já que a série foi toda gravada em SP, certo?

Com certeza. Se der tudo certo as outras temporadas vão se passar em outros lugares do Brasil.

9- A série já têm data de estreia? Quando?

Ainda não. Mas provavelmente  meio ou fim de abril.

10- O que vocês planejam para o futuro do Nerds of the Dead?

Esperamos que as pessoas entendam nossos esforços, que é uma série independente e que seja uma sucesso para podermos dar continuidade a um projeto ambicioso e inédito no Brasil. 
Ficha Técnica

FOTOGRAFIA: César Ishikawa 
ARTE: Pedro Catellani & Luisa Doria
DIRETOR DE SOM: Maurício Zani
FIGURINO: Abílio Dias
MONTAGEM: Daniel Weber & Chris Tex
PRODUÇÃO DE SET: Guilherme Ricci
TRILHA SONORA ORIGINAL: Cabíria Áudio
MOTION DESIGNER: Francis Girard
EFEITOS VISUAIS: Caio Zilli
FINALIZAÇÃO: Daniel Weber
ASSISTENCIA DE DIREÇÃO: Dante Vescio
ROTEIRO: Rafael Baliú & Chris Tex
PRODUÇÃO: Rodrigo Gasparini
DIREÇÃO: Chris Tex
ELENCO: PEDRO CARVALHO, DAIANE BUGATTI ,RODRIGO GASPARINI e GUILHERME LOPES.
Contato
É isso ai, pessoal até semana que vem com alguma dica, com estreia ou até mesmo uma entrevista sobre a sétima arte.