Lexy Soares – O fanzineiro amante da sétima arte

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Ao primeiro ver, pensa que ele é sério e até um pouco tímido, mas depois que você o conhece, percebe quão divertido, espontâneo e muito inteligente ele é.

Roteirista, quadrinista, crítica e cineasta, começou a produzir quadrinhos no início dos anos 2000, especificamente em 2001, e como muitos artistas, Lexy Soares inciou colaborando em fanzines, um destes era o “Cine HQ”. Posteriormente Lexy começou editar seus próprios fanzines, dentre esses “Nanquim”, “Contramão” e “Lexy Comics“.

No final da primeira década dos anos 2000, Lexy começou a participar dos Salões de Humor, fazendo tiras regularmente até 2011, qual neste mesmo período ele passou a publicar suas obras em seu blog “A Cabeça de Lexy Soares“, sempre com muito entusiasmo e diversidades, como são em suma suas tiras, em bem humoradas, mas com uma crítica social embutidas nelas.

O artista ainda traz um pouco da reflexão social do Brasil e do mundo junto à elas, falando de temas políticos, debates sociais e até discussões quem gosta de banana ou quem gosta de maçã, visando no cômico e interativo, fazendo com que o leitor reflita determinados assuntos, mas antes de tudo, se divirta e leve a vida menos a sério.

Mas, Lexy ainda queria intensificar suas ideias e propagar ainda mais seus trabalhos, ele além de cartunistas e roteiristas, também faz críticas de cinema e quadrinhos, foi então que de 2012 a 2014 ele passou a escrever para os sites ‘Mauá Fácil‘ e ‘Arte com Pipoca‘.

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Foi em 2015 que Lexy publicou oficialmente suas primeira HQ independente, “Vida de Inspetor de Alunos“, já que ele além de artistas, trabalha em uma escola como inspetor, e usou neste ofício como inspiração para suas primeira publicação, que sucedeu-se de uma coletânea de trabalhos publicados na Internet, somando num material gráfico ímpar e inusitado. Mas, que ainda faltava o ar dramático, em uma história inédita, foi então que Lexy lançou “Leitmotiv”.

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Leitmotiv” traz uma história com pessoas reais, sem super-heróis, aberrações e nem mutantes, em que os personagens são pessoas comuns, mas que acabam se encontrando por uma ligação em comum, mas nem tanto, já que cada um tem sua vida, aonde eles acabam se encontrando no mesmo universo, unindo e somando suas histórias e ajudando um ao outro. Pessoas com do cotidiano comum, mas com histórias bastante incomum entre si. Essa HQ tem roteiro assinado pelo Lexy e a arte ficou por conta de André Oide.

33078798_1694842333930571_4857719195594391552_nE neste ano de 2018, além de estar presente em diversos eventos e festivais pelo país, Lexy participou da revista Japy, roteirizando uma das histórias com a arte de Hugo Nanni. Uma revista que traz nove histórias interligadas pelo menos tema, mas com tramas e estilos de desenhos diferentes. O lançamento aconteceu em Julho deste ano, na UGRA, em São Paulo.

Suas principais influências são de grandes nomes dos quadrinhos e tiras nacionais, como Angeli, Laerte, Marcatti e Marcio Baraldi, e também os artistas da revista Animal, e depois que ele se identificou numa pegada mais nonsense, ele busca se inspirar em artista como Liniers. Porém, como Lexy não foca em apenas um tema para suas histórias mais longas, então ele visa imprimir suas percepção em artistas como Alan Moore, Garth Ennis e Will Eisner. Mas, “não sei se eles são evidentes nos meus trabalhos. Também sou muito influenciado por filmes“, comenta o quadrinistas, um grande aficionado pela sétima arte. Além do mais, ela gosta dos traços dos irmãos Hernandez e Mike Allred.

Todavia, “o primeiro desenhista que me marcou foi Grahan Nolan, que desenhou o Batman nos anos 90. E novamente, acho que não tem nada deles no meu traço“, completa o artista sempre animado e motivado.

Lexy está na soma de grandes novos artistas que surgiram de uma década para cá, daqueles que fazem e promovem seus próprios trabalhos, “estamos porque é como se desde essa época estamos aprendendo novas etapas do mercado a cada dia. E o meio “nos descobrindo” de tempos em tempos“, completa Lexy. Estes que vão à eventos e festivais para fazer networking e conquistar novos leitores, para que seus gibis e revistas cheguem ao público, e o público os conheça pela conjunto da obra.

Acho que precisamos aprender a divulgar melhor nosso trabalho, onde e como fazer uma boa divulgação. A informação precisa chegar nos leitores. Se eles não compram nossos gibis, é porque não sabem do que se trata“, finaliza Soares.

O artista atualmente está escrevendo um roteiro de terror, que arte de Wendel Santos, aonde eles pretendem lançar até o fim deste ano, sob o título “A Situação de Augusto“, mas ele também está produzindo uma HQ com roteiro de Jorge de Barros e participando de uma coletânea que será lançada em breve, mas que ele não especificou sobre o que será. Ou seja, vamos aguardar por essas novidades, mas enquanto não sai, conheça mais do trabalho do Lexy em seu blog, na sua página no Facebook, ou então, vá aos eventos que ele estará com muito bom humor e uma plena satisfação em mostrar seus trabalhos à todos que chegarem nele.

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Lexy ainda ministra a “Oficina de Criação de Histórias em Quadrinhos“, para alunos de várias as idades em Mauá desde 2017. As oficinas são gratuitas e qualquer um pode se inscrever, e ainda poderão ter suas páginas expostas no saguão do Teatro Municipal, como parte da mostra. Para saber mais, entra na Fanpage das Oficinas Culturais, e saiba como participar.

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Por Patrícia Visconti

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