Aconteceu neste final de semana, na verdade desde quarta-feira (10), a maior festa literária do Brasil, a Flip [Festa Literária Internacional de Paraty] 2019 na cidade histórica de Paraty, no Rio de Janeiro, levando para as ruas uma experiência de encontro repleta de artes pela cidade, com diversas atrações se conectando com o público, deixando a festa mais intima entre os visitantes, sendo um encontro de literatura pelas ruas, em um resultado e uma experiência sem igual a céu aberto, sendo um evento voltado à ações voltadas ao território e de caráter educativo em que a Flip organiza todo ano em Paraty.
A cada edição a Flip presta uma homenagem a um autor brasileiro, que neste ano foi o carioca Euclides da Cunha, todos os escritores, autores e literários em que são homenageados na Flip são reunidos todas suas origens e perspectivas, para que todos possam encontrar com o público em Paraty, sendo uma dimensão de um encontro que se norteia com as muitas linguagens empenhadas na construção da cidade como a arquitetura, design, cenografia, urbanismo.
Cada detalhe é pensado a partir da transformação dos espaços públicos, em que cada anos e acumula diversas apropriação afetiva por visitantes e moradores, provendo assim uma experiência única em Paraty. A Flip é uma festa das artes, porém as mesas literárias são só parte de uma verdadeira manifestação cultural vivida nas ruas. Em conexão íntima com a cidade que a recebe, a Flip é o resultado da comunhão entre as forças vivas de Paraty e as programações de cada ano.
A singularidade da festa vem do modo em que os espaços públicos se ocupam pela cidade entretendo o público do evento, se misturando com a concepção arquitetônica, urbanística e artística pensada especialmente para cada ano, a Flip oferece aos visitantes e moradores de Paraty a experiência de habitar um território ativado pela arte. Para plasmar intervenções urbanas à altura do legado da cidade histórica, é necessária uma investigação a longo prazo, que começou uma década antes da primeira Flip e mira para o futuro, com projetos de requalificação de estrutura permanentes.
Essa concepção urbanística da Flip rendeu ao projeto e ao arquiteto Mauro Munhoz, em 2011, o Prêmio APCA na categoria “Urbanidade”. A premiação é, segundo os organizadores, um reconhecimento do projeto no que diz respeito à vivência democrática, integração entre artes e cultura, valorização dos espaços públicos e da vida comunitária.
A Flip é muito mais que um evento. Durante o ano todo, os organizadores da festa promovem a leitura por meio da integração da criança e do jovem com sua comunidade, valorizando a cultura e os saberes locais. Sendo assim a Flip está de modo enraizada a Paraty, contribuindo com a integração do tecido social da comunidade, que é tida como um espaço permanente que atravessou dezessete anos.
A cidade de Paraty é tomada por diversas intervenções e atividades culturais, que tomam conta das ruas e praças com debates, brincadeiras e apresentações, sendo assim esses espaços ganham todos os anos camadas de apropriação afetiva por visitantes e moradores. Essas integrações são um passo fundamental para fazer de Paraty um território educador, com potencial de se tornar um laboratório pulsante de ideias, vivências e soluções.