O quadrinista potiguar Wagner Willian de 44 anos, vencedor de diversas premiações brasileira, como Trófeu HQ Mix e Jabuti, acaba de lançar se mais recente trabalho, publica pela Texugo Editora, a HQ Todas as Pedras no Fundo do Rio, uma obra que carregada um peso e a dura responsabilidade de dar conta das ambivalências do Brasil atual e também de sua história.
Uma trama cheia de amargor e fúria, ressaltando suas suspeições e contradições, que às vezes parece querer atravessar um mundo muito maior do que qualquer narrativa possível.
O livro foi lançado no final de semana passado, no Ugra Press, em que contou com a ilustre presença do artista. Apesar de ser independente, essa obra tem apoio da Secretaria de Cultura de São Paulo e do Governo de São Paulo.
Todas as Pedras no Fundo do Rio conta a história de Dimitri, um descendente de russos que fogem do comunismo para um país fictício, Capris, na América do Sul. Este, é uma espécie de irmão mais novo do Brasil, que reflete, do nosso país continental, a inclinação para ser corrupto, desigual e degradante. Brasil e Capris são como gêmeos siameses, e Wagner Willian parece ter pensado essa duplicação para que vejamos nossa própria realidade com certa perspectiva.
O livro contém 200 páginas e é um dos mais ambicioso que Wagner já produziu, em que atravessa épocas, personagens e tramas paralelas, parecendo ser o o seu esforço em dotar uma narrativa mais clássica de potência de linguagem, de deixá-la se incorporar às necessidades do roteiro, beirando a quase total exaustão.
Para aqueles gostam de uma boa história de grupos extremistas, tanto dos lutam pelos direitos igual, quanto aqueles conservadores fanáticos, que só querem ver o circo pegar fogo, esse livro é uma verdadeira revolução racial após a Segunda Guerra Mundial, onde imigrantes fugidos do sul dos EUA, russos e brasileiros estão dispostos a acender o pavio, três personagens ultrapassam preconceitos, obscurantismo religioso e segredos terríveis.