A ideia era trazer um sentimento novo em relação a franquia que completa 30 anos em 2023, com isso, a Netflix, detentora do direitos de exibição das temporadas, assim como, de produzir conteúdos sobre os personagens, resolveu investir em um especial resgatando a primeira formação dos heróis, dando a oportunidade de uma geração rever grandes personagens novamente em uma aventura para salvar o dia.

A trama mostra a volta da vilã Rita Repulsa com uma nova roupagem, que busca trazer sua forma humana através de um portal aberto quando os poderes dos Rangers são extraídos. Os heróis tentam de formas diferentes enfrentar Rita para impedi-la de conseguir atingir o objetivo, a tentativa custa um alto preço devido os poderes enfraquecidos pela máquina da que suga a energia dos morfadores.

Para além da trama central, o filme de pouco mais de 50 minutos busca explorar uma perda irreparável, a morte da Ranger amarela, e a forma como a produção traz importância para resolver essa ausência e fazer a filha da personagem busca por vingança pela morte da mãe, ao mesmo tempo explorando a menina na jornada para tornar se a nova ranger amarela assumindo o lugar da Trinity, sua mãe.

O elenco ainda conta com nomes que fizeram parte da primeira temporada como: Catherine Sutherland, Walter Jones, David Yost e Steve Cardenas, a direção do projeto é assinada por Charlie Haskell. O filme é o quarto da franquia, sendo os primeiros lançados em 1995 e 1997, em 2017, foi lançado o terceiro filme entregando uma nova abordagem de origem para os poderes dos heróis, no entanto, a bilheteria não foi boa e a ideia de continuação foi descartada pelo estúdio.

Dito isso, vamos lá. Em 2017 quando foi lançado aquele filme contendo uma boa produção, um elenco diverso e uma história linear com coesão, o público geral criticou devido a forma como a trama resolveu o desenvolvimento dos personagens, agora em 2023, a Netflix entrega uma obra pouco convincente no sentido de montagem ou efeitos especiais, o filme é um episódio estendido e assim poderia continuar e ninguém reclamaria.

Caso estivesse em uma temporada nova como aconteceu em outras onde houve participações especiais, como no caso de Força Animal, episódio 34, que juntou vários Rangers vermelhos, Dino Trovão, que juntou duas equipes de temporadas diferentes, no episódio 30, ou até o famosos episódio de comemoração de 15 anos onde o filho da vilã Rita Repulsa destrói a rede de morfagem, e a trama traz cinco rangers veteranos para ajudar na temporada de Ultra Veloz, episódio 20.

Vale lembrar do icônico episódio comemorativo de 20 anos que juntos os Rangers lendários de várias temporadas, ou seja, havia diversos caminhos e exemplos de execução de ideias pela qual a plataforma de streaming poderia seguir, mas de alguma forma preferiu trazer um filme curto de comemoração sem um investimento capaz de segurar a ideia com um pífio.

O especial de 30 anos de Power Rangers  é na verdade uma junção de episódios como qualquer outro apresentado durante a franquia, não apresenta nenhuma novidade em relação aos heróis, não desenvolve uma ideia de inovação, apenas recapitula acontecimentos e segura a audiência pela nostalgia de apresentar antigos integrantes da primeira formação de Rangers, não é ruim para quem cresceu assistindo a franquia, mas é péssimo se a ideia era conseguir novos fãs.

por Daniel Guimaraes