O novo capítulo de Jogos Mortais dirigido por Kevin Greutert de codinome X, mostra uma nova façanha de John Kramer, indo ao México para fazer um tratamento experimental contra o câncer. No entanto, durante o processo, ele descobre que caiu em um golpe, e a partir daí decide chamar sua comparsa para juntos formarem uma vingança contra os malfeitores.

É fato que a franquia Jogos Mortais tem sido alvo de bastante controversa em relação ao universo construído, isso porque dentro dessa cronologia, a morte do personagem principal causou uma onda de tentativa de resgate da essência exprimida no primeiro filme da saga. Porém, sem sucesso, mas deixando o público sempre na esperança de ver algo novo em relação a tudo que foi apresentado e construído.

Em Jogos Mortais X, fica evidente que mata o personagem principal foi a pior forma de continuar a franquia, isso porque no filme, John Kramer é a parte essencial no desenvolvimento da trama, além da história mostra todo o drama do personagem, engrenando o entendimento para evidenciar as motivações por trás da criação das armadilhas dos jogos.

John Kramer, interpretado por Tobin Bell, é uma parte importante não somente no filme X. O peso dele reverbera por toda a franquia por conta do legado e importância motivacional por trás do sádico jogo, levantando questões morais e filosóficas, debatida aqui de maneira mais pontual, com Amanda, uma personagem bem mais explorada que anteriormente.

Na trama, John Kramer enfrenta a dura realidade do câncer em estado terminal. Para amenizar a dor da morte iminente, ele entra em um grupo de apoio, mas nada o tira do pensamento o triste fim precoce da vida, mas em um dia comum, ele encontra alguém do grupo de apoio que foi supostamente curado.

Essa informação leva Kramer a entrar em contato com um suposto grupo de médicos, onde eles alegam ter um tratamento experimental capaz de curar o câncer. Kramer para viabilizar o processo de implementação do tratamento experimental nele, viaja até o México, mas logo algo dá errado, e John entra em uma emboscada onde precisa agir e colocar seus malfeitores em testes, para assim pagarem pelo mal feito a tantas pessoas.

Aqui o debate entra com força total, sem nenhuma pena, John junto da sua fiel parceira consegue entrega pensamentos sobre índole e formas de viver uma vida baseada em filosofia, onde claramente é fixado a ideia do personagem não matar diretamente, mas dar de uma forma bem controversa ao jogador, a chance de sobreviver em troca de sacrificar algo.

Dito tudo isso, é importante falar sobre a linha narrativa, porque aqui o filme segue apenas uma, não há investigação como acontece em outros da franquia, somente a história focada diretamente no dilema de John, e sua forma de resolver o problema, a qual ele se enfiou por não conseguir se desapegar da vida.

As partes técnicas do filme não apresentam novidades, nem há muito o que falar sobre as armadilhas, isso porque elas são feitas para o jogador repensar sobre sua forma de viver, mas sem dar uma real chance de sobrevivência ao jogador. O designer delas são interessantes e ganham contornos maiores quando evidenciam que John é um engenheiro.

Já na fotografia, por se tratar de uma produção situada no México, a cor usada para o filtro é alaranjada, uma cor forte e bastante chamativa por sinal. A montagem das cenas tem uma perspectiva incomum por mostrar ângulos diferentes dos anteriores, focando bem mais no jogador na hora da armadilha, assim como, deixando a câmera mais fixa sem os balanços usados na maior parte de outros da franquia.

No fim, Jogos Mortais X é bom o suficiente para quem gosta da franquia, é um revival feito com bastante maestria por novamente focar no personagem John Kramer, e trazer ao debate novamente as motivações iniciais por trás de toda o legado deixado pelo personagem, inda reinventar uma forma narrativa baseada em apenas uma linha cronológica deixando o filme mais palatável ao público.

por Daniel Guimaraes