O street dance, ou mais conhecido por aqui, como dança de rua é mais que passos cadenciados, gingado de corpos dançantes e sons graves com batidas fortes e eloquentes, na realidade esse é um fenômeno que nasceu da grave crise social e econômica que se abateu sobre nos Estados Unidos em 1929, coincidindo com a falência da bolsa de Nova York e o desemprego em massa da população.

O estilo foi desenvolvido sem a menor pretensão para atingir o sucesso e a fama do ponto de vista midiático e de publicidade, mas sim, como um evento cuja raiz foi o desequilíbrio econômico que ceifou empregos, e consequentemente atingiu a sobrevivência dos trabalhadores, que acuados e desamparados foram às ruas e um gesto destemido e audacioso se expuseram em praça pública como forma não somente de protestar contra o sistema, mas também, de mostrar suas habilidades artísticas para o seu sustento e o de suas famílias.

Com o passar dos tempos, a dança de rua foi ganhando inspirações e influências de outros ritmos e estilos como o blues e o jazz nas vozes e nos passos de cantores negros consagrados como James Brown e Michael Jackson. Associado a essas personalidades já com o status de grandes celebridades, a dança de rua foi ganhando ares e contornos cada vez mais próximos da cultura negra e se transformando em símbolo de representatividade e identidade afro.

Naturalmente, a dança de rua acabou provocando desdobramentos com seu sucesso responsável por criar variantes culturais e artísticas através das artes visuais, como o grafite, ou da poesia e até mesmo no figurino de seus admiradores e fãs. Como exemplo de variante da dança de rua é o hip hop – um movimento de dança de rua mais atual como o que vemos nas periferias dos grandes centros o que tem tirado pessoas humildes da situação de rua, pobreza e violência.

Todavia, para além da história, o gênero se originou lá no início do século 20, com a crise econômica estadunidense, assumindo o posto de representatividade das classes menos favorecidas e abastadas, tornando um caminho para abertura de novos horizontes e conquistas como os desafios de serem vistos, ouvidos e reconhecidos gente de qualidade e potencial através da arte com criatividade e identidade.

Por Siomara Impalari