O Menino e a Garça é um filme reflexivo com temas sobre superação em decorrência de perdas

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Um filme produzido bem à moda antiga tem se destacado por conta da qualidade da história, sendo também um ponto alto do estúdio Ghibli, em parceria com o diretor Hayao Miyazaki.

A trama evidencia algumas questões bem interessantes de analisar sobre vida e perdão, mostrar também como os acontecimentos podem fazer cada pessoa entender melhor o mundo ao redor.

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O jovem Mahito, personagem central da história, se vê em uma nova realidade ao mudar-se da capital, Tóquio no Japão para uma cidade pequena no interior do país, devido aos negócios do pai e à perda da mãe, morta em um incêndio. Lá ele entra em estágio de isolamento social devido a saudade e descrença da vida, mas algo nesse processo é capaz de atiçar sua curiosidade, um animal que lhe observa a longa distância e tenta uma aproximação a qualquer custo.

O animal misterioso é uma Garça, ela é o fator principal para fazê-lo ir contra o momento de luto e saudade da mãe, não por conta da amizade entre eles, mas pelas coisas que lhe mostra caso ele decida segui-la, principalmente pela promessa de devolver a mãe ao garoto. O filme monta uma base sólida para continuar avançando na história, dando tempo necessário para desenvolver cada linearidade.

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O Menino é a Garça não é aquele filme estilo Hollywoodiano, onde acontece eventos a cada 5 minutos, é uma história bem lenta mas pontual, porque sabe onde quer chegar com cada acontecimento mostrado durante o filme. O diretor é sábio por saber a hora certa de encaixar cada peça, enquanto constrói uma a ramificação necessária para responder perguntas ao final da obra.

Outra coisa bem bacana para além da mensagem final, é a forma escolhida para construir o universo fantasioso, as alegorias tem seu charme em paralelo com a realidade atual em alguns aspectos, sobretudo, com a cultura do luto em alguns países como o próprio Japão.

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O diretor, ao traçar a linha secundária pela qual o filme engata após a partida do personagem principal, ao mostrar desespero de quem fica a procura daquilo que lhe foi tomado é assertivo.

Mas, esse não é o foco aqui. Voltando a construção dessa obra de arte em forma de filme, algo chama atenção tanto quanto a animação em 2D, isso é a trilha sonora, uma música sempre melódica e tranquila atiçando um sentimento de saudade e descoberta, não é fácil definir quais sensações a trilha consegue criar quando começa a tocar, mas algo é certo em relação a ela, isso é, é uma assertiva escolha em um casamento em perfeita sintonia.

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Além disso, a forma como o diretor consegue traçar a ramificação dentro do universo paralelo é bonita de ver, já que cada elemento dentro tem ligação com o personagem central. Isso enquanto abrilhanta com cenas coloridas e fluidas quando é necessário mostrar ação, criando aquela atmosfera de liberdade e satisfação pelo trabalho bem feito.

Por fim, é uma grata surpresa ver o quanto ainda há ideias completamente inéditas, fora de fórmulas desagradáveis usadas com frequência pelos principais mercados de cinema mundiais.

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Claramente, o estúdio Ghibli deu liberdade para o diretor trabalhar da forma como pensou, isso deu certo. Dessa liberdade nasceu O menino e a Garça, um filme lindo com mensagens pontuais sobre perda e superação. O filme estreia nos cinemas brasileiros no dia 22 de fevereiro.

Por Daniel Guimarães

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