Um homem, uma garotinha, um desejo e uma luta árdua e conflitante permeado de indiferenças e domínios envolto de uma realidade intensa e comovente, em que um pai solteiro, apenas quer o melhor para sua filhinha, mas enfretará divergentes batalhas, para conquistar o que tanto aspira.

A nova obra do Estúdio Molotov HQ, Ringue, fecha a trilogia dos primeiros exemplares do estúdio, Assalto ao útero e Pavilhão, e promete emocionar os leitores em uma trama intrínseca e veraz, Luís, um homem que adentra a um ringue clandestino, para vencer a qualquer custo, menos exausto e sem forças, sua filha Fernanda, quem ele daria a vida para que ela pudesse realizar seus sonhos.

Uma obra autêntica e visceral, em um drama sobre lutas pessoais e sociais, entre sonhos e realidades difusas, que fecha a trilogia antológica do estúdio, que mostra os infortúnios eminentes da classe trabalhadora precarizada enfrenta diariamente diante as contradições do capitalismo brutal e indizível.

Ringue é uma produção autoral, com roteiro de Victor Zanellato, arte e cores de Diogo Mendes, arte-final de Fernando Dias e Elliot Emiliano como assistente de cor, e traz em seu desenvolvimento literário referências insignes de O auto da compadecida, de Ariano Suassuna. Além de outras obras e narrativas sobre boxe e diversos acontecimentos migratórios do século 20, pela busca ininterrupta por uma melhor condição de vida para seus familiares, refletindo de forma emocionante, sobre as lutas pessoais que ninguém vê.

por Patrícia Visconti