“Para Ana, Com Amor” – Um romance visceral sobre autoaceitação e amor próprio

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Com padrões de beleza cada vez mais irreais e uma sociedade moralista, detona com total intensidade qualquer auto-estima, transformando belezas verdadeiras, em sacos de lixos descaráveis, enquanto os padrões infiltram e egoísmo, arrogância e soberba, para exibir caras plastificadas e corpos deformados, com embasamentos imperfeitos, sem incentivo e apoio de conectar à todos dentro de um conjunto de gentilezas e especialidades.

Assim, a autora paulista Larissa Siriani traz no romance Para Ana, Com Amor, em uma trama sensível e voraz, que aborda conceitos divergentes sobre insegurança, transtornos alimentares, autoimagem, em que a jovem Ana Eduarda, que com seus 20 poucos anos, ela se enxerga de forma distorcida aos seus olhos, tendo como base rótulos ofensivos e pejorativos, julgo a sua pessoa, fazendo com que ela se obstine a uma disciplina árdua e cruel, em busca de uma magreza idealizada pela sociedade, mas que não combina com sua personalidade, tampouco com seu corpo que existe, resiste, insiste em ser único e característico.

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Enfrentando distintas objeções e muitos rompimentos de relacionamento, como amizades, com seu namorado, com sua família, o mundo e até consigo mesmo, levando à uma crise inerente de sua existência, fazendo com que ela se odeie ainda mais. Agora, que ela está na faculdade de biomedicina, com sua solidão e angústia neste mundo de padrões errôneos e críticas afiadas, fazendo com que ela retome antigos hábitos e demônios, até conhecer Katia, uma amiga que pode ser o caos ou a esperança diante seus conflitos mais intrínsecos.

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Para Ana, Com Amor é mais do que um romance sobre relações amorosas, mas sim uma narrativa honesta e sensível de uma luta interna contra você mesmo, em uma leitura comovente e necessária, da qual Larissa envolve intensamente o leitor neste drama real e preciso, do qual muita gente palpita, mas apenas quem sente a rejeição, sabe quão doloroso é não ser aceito, diante padrões contraditórios e desprezíveis, de uma sociedade desumana e moralista, em que dita como “autoaceitação”, mas julga o diferente que não cabe em seu mundo.

Essa, é uma obra marcante e emocionante, para mobilizar à todos se aceitarem como são, sem pressões e humilhações, e tampouco, exclusões por não estar dentro de um padrão irreal e doentio de que as pessoas precisam entrar numa reta, para ser aceito e bem visto pela sociedade, causando trauma emocional, ansiedade e angústia sob a neblina vista por si e julgada ao redor.

por Patrícia Visconti

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