Não é de hoje que o músico e quadrinista Camilo Solano tem compartilhado suas composições autorais em suas redes sociais, e finalmente ele pode apresentar seu álbum de estreia, em um tom tênue, intimista e comovente, com produções viscerais e engajadas que dialogam com as conexões humanas entre as pessoas, em um projeto que traz com referências temas como a sobrevivência em tempos de incerteza, somando as raízes regionais e contemporâneas, sempre com bom humor e poesia.

Quase Tudo Mundo é uma nova libertação artística de Camilo, que assim como nos quadrinhos, ele mergulha intrínsicamente em seus projetos genuínos e convincentes, buscando abordar em suas composições temas sobre ansiedade, emoção e formas distintas em sobreviver em tempos êfemeros, usando a arte para seguir em frente, de maneira particular integrando sua essência com singularidade e espontaneidade.

Um artista premiado e conclusivo, que mistura as artes em cada produção fazendo-as com maestria. Assim como nas publicações Inspiração – Deixa entrar Sol nesse porão, obra que rendeu a Solano duas indicações ao Troféu HQ MIX como Novo Talento Desenhista e Novo Talento Roteirista, ou em Desengano, do qual contou com o prefácio escrito pelo por Robert Crumb, uma influência insigne e um dos maiores autores dos quadrinhos underground dos EUA, que assim como Solano também é músico e produziu capas de discos de Janis Joplin, como Cheap Thrills.

Camilo ainda foi finalista de uma das maiores premiações da literatura brasileiro, o Prêmio Jabuti, com Fio de Vento e a Graphic MSP; Cascão – Temporal, álbum que ele conquistou o Troféu HQ MIX. Ainda entram na lista de publicações lançadas, Solzinho, Cidade Pequenina, Beliscão, e seu último livro, A Balada para passear, lançada na 27ª edição Bienal Internacional do Livro de São Paulo. Além de seu primeiro compacto musical, Quase Tudo Mundo, disponível em todas as plataformas, com produção de Yuri Queiroga, através de Caiana Produções / YbMusic, com realização com recursos da Lei Paulo Gustavo da Prefeitura de São Manuel.

por Patrícia Visconti