‘Milton + esperanza’ – Um projeto enfático, que conecta gerações em uma harmonia condicente e grandiosa

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O músico mineiro Milton Nascimento despensa apresentações, com sua voz grave e potente, que entoa nas notas mais intensas de uma composição, o artista que já possuí mais de seis décadas de carreira, e uma vasta bagagem musical, marcando épocas e realizações na cena da música brasileiro e também, internacional, apesar do desconhecimento da organização do Grammy, quando ele que estava concorrendo na categoria “melhor álbum vocal de jazz“, junto com a violoncelista, baixista e cantora Esperanza Spalding, que ficou indignada e resolveu protestar seu descontentamento durante a cerimônia. Mas, isso é outro, para um outra abordagem, pois o que vamos reverenciar aqui é a parceria desse duo, no álbum Milton + esperanza, lançado em Agosto de 2024.

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O disco colaborativo conta com composições e vocais de ambos os artistas, e desde seu lançamento tem tido uma recepção positiva pela crítica especializada, mostrando quão a idade e a aposentadoria, da qual Milton havia anunciado meses antes, não o impediu em trazer efervescência e vigor a cada faixa, e junto com Esperanza conecta um encontro de gerações de forma concludente e prazerosa, fazendo com que eles sintam a mesma vibração, em uma harmonia significativa honrando um legado notável deliberado por uma continuidade visceral de sua essência e musicalidade próspera.

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Milton + esperanza surgiu da ideia do mentor de Esperanza, Wayne Shortermorto em 2023 -, o saxofonista tinha uma admiração mútua ao artista brasileiro, e isso acabou inspirando e influenciando a cantora a conhecer e se aprofundar nas obras de Nascimento, tanto que após Milton promover sua última turnê A Última Sessão de Música, e ter lançado projetos paralelos fora dos palcos, como o disco colaborativo com a dupla Chitãozinho & Xororó, seu empresário e filho, disse a musicista que era hora deles se juntarem e orquestrarem um projeto autoral.

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E então, o compacto ganhou cores e forma, trazendo as particularidades mais intrínsecas de cada artista, e uma conjunção harmoniosa e enfática, que reuniu participações de vários artistas, como Maria Gadú, Paul Simon, Tim Bernardes, Orquestra Ouro Preto, Carolina Shorter, Dianne Reeves, Lula Galvão e Guinga, além de uma homenagem a Shorter na faixa When You Dream, que traz sua viúva em uma colaboração especial. Contextualizando e arquitentando o âmago inerente nesta produção autêntica e original, em uma completude de ideias, música e qualidades, apresentadas por Esperanza e glorificados por Milton.

por Patrícia Visconti

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