Em 2024, a romance dramático Dom Casmurro, do escritor carioca Machado de Assis completou 125 anos, com sua trama eloquente e persuasiva, a obra traz como narrador-personagem o jovem Bento Santiago, que traz relatos eminentes desde sua mocidade até os dias de seu provecto, quando escreve o livro. Entre reminiscências da juventude, a vida no seminário, o caso perturbante com Capitu, do qual gerou ciúmes ao relacionamento tornando o ápice central do enredo.
Uma história ambientada no Rio de Janeiro do Segundo Império, aonde o Machado de Assis adentra o leitor a um âmbito de ironias e intertextualidade, com referências insignes a Schopenhauer, à Otelo e também ao autor inglês William Shakespeare, com sua trama remetente as distintas interpretações psicológicas e psicanalíticas à crítica literária ao longo dos anos, desde seu lançamento, acreditando-se ser um precursor do Modernismo, com suas ideias fugazes e divergentes, trazendo ao leitor a reflexão idônea em se envolver no dilema desvelado pelo narrador, com suas ambiguidades e reminiscências perspectivas de paixões, ciúmes e rupturas ao longo de sua vultosa vida.
A obra que já foi traduzida pelos diversos idiomas, é um dos livros mais célebres do escritor brasileiros, considerado uma das mais notórias e fundamentais da literatura nacional, que já ganhou diferentes adaptações para mídias distintas ao redor do mundo, tal como a nova performance teatral que chega aos palcos cariocas em abril, com o espetáculo teatral Primeira Pessoa, Dom Casmurro, dirigido e roteirizado por Aline Bourseau, em celebração a esse clássico icônico da literatura brasileira; “O espetáculo é um convite para revisitar uma das maiores obras da literatura brasileira, agora sob uma nova lente que evidencia as dinâmicas de controle, dúvida e obsessão”, comenta a diretora.
A peça é um retrato visceral da época descrita por Machado, em uma experiência que visa lotar o Teatro Vannucci, em uma adaptação autêntica e original, escrito por Aline, argumentando o foco singular na dívida deixada pela narrativa deixada no livro, com suas angústias e incertezas, complexidades e opressões, diante de um enredo reflexivo e perturbador, que vai explorar as sombriedades mais intensas das relações conflitantes que gera discusões até os dias de hoje, tal como a absonante traição de Capitu. Estrelado por Clara Werneck, Greg Soria, Lucas Rocha, Maria Bianchi, Sandra Durães, Sergio Eng e Tiago Grigor, Primeira Pessoa, Dom Casmurro, estreia dia 2 de abril, todas às quartas-feiras do mês, em curta temporada.
por Patrícia Visconti


