Chega aos cinemas o aguardado Quarteto Fantástico – Primeiros Passos, filme que marca a entrada da família de super-heróis mais famosa no MCU, após anos sob domínio da Fox.
Diferente das versões anteriores (de 2005 e 2015), a produção não perde tempo com uma história de origem – todos já sabem como o grupo adquiriu seus poderes. Aqui, encontramos um universo onde Reed Richards (Pedro Pascal), Sue Storm (Vanessa Kirby), Johnny Storm (Joseph Quinn) e Ben Grimm (Ebon Moss-Bachrach) já são figuras conhecidas e queridas pelo público, sendo, aparentemente, os únicos heróis da Terra 828.
Talvez o maior acerto do filme seja justamente a dinâmica entre os personagens. Desde as primeiras cenas, sentimos a união do grupo, sem apagar as individualidades: Sr. Fantástico é brilhante ao ponto de flertar com decisões antiéticas, o que abre espaço para possíveis conflitos morais no futuro; Tocha Humana não é apenas um rosto bonito e piadista, pois equilibra carisma com inteligência; Mulher Invisível é a alma do grupo, mas mostra também a força e variedade de seus poderes; O Coisa é a força bruta, mas com um coração sensível, e traz sensibilidade para o time.
Essa química faz diferença: você acredita no amor e na parceria que existe entre eles. Não à toa, o grupo foi responsável pela nova era de heróis da Marvel nos quadrinhos. Seu surgimento foi tão icônico e bem estabelecido, que levou ao surgimento de diversos outros personagens famosos da Casa das Ideias, sendo reconhecida pelo próprio Kevin Feige como a base de tudo o que veio depois nos gibis.
Outro destaque é a ameaça dupla: a Surfista Prateada, interpretada por Julia Garner, surge com sua presença magnética e enigmática. Ela é a arauta do grandioso Galactus – finalmente retratado como o gigante devorador de mundos, interpretado por Ralph Ineson, e não mais como uma nuvem cósmica genérica.
O filme é ambientado em uma realidade retrofuturista, semelhante ao que vemos em Os Incríveis, então quem amou a animação vai gostar aqui. A trilha sonora merece menção especial: o tema principal é, possivelmente, o mais emocionante desde o clássico tema dos Vingadores.
Os efeitos visuais, de modo geral, funcionam bem, embora algumas cenas envolvendo Franklin Richards apresentem quedas no CGI. Já os poderes da equipe são bem explorados, com criatividade e impacto visual.
Primeiros Passos surge em um momento delicado para a Marvel, em que o público está fatigado e sentindo que o estúdio não está sabendo para onde ir. Era a grande aposta do estúdio, especialmente depois do sucesso do novo Superman, que elevou a régua para os filmes de heróis. E a verdade é que o longa não cumpre todas as altas expectativas, pois não inova a fórmula, mas também está longe de ser um fracasso.

O resultado é um filme sólido, divertido e com emoção, que revela o carinho e capricho dos envolvidos. Pode não revolucionar, mas dá um respiro após obras recentes sem brilho.
O que fica é a pergunta: como o Quarteto Fantástico vai se conectar ao restante do MCU? Teremos que aguardar ansiosamente essa resposta.
por Matheus Araújo





