
Foi um dia histórico para os fãs do punk-rock brasileiro na última sexta dia 26, quando a banda Dead Fish recuperando a boa fase do rock nacional fez um show na casa de show Audio Club, localizada na Barra Funda, em São Paulo, comemorando os 25 anos de carreira, sendo este o terceiro DVD já lançado pelo grupo.
A formação mudou um pouco da original permanecendo na banda desde o início o vocalista Rodrigo Lima e o Alyand (baixo)que entrou em 1993, banda que foi criada em 1991, no Espírito Santo e esteve todos esses anos na ativa, com público cativo e casa sempre cheia.

Nessa formação atual ao qual permanecem Rodrigo e Alyand, e com o ingresso de Marcos – da banda Ação Direta – (bateria) e Ricardo Mastria – da banda Sugar Kane – (guitarra), o grupo tem mantido uma agenda e uma maratona de shows, sem perder a essência que os consagrou há 25 anos atrás.
Nesse último show histórico para os fãs brasileiros, a banda escolheu a Audio Club para realizar a gravação do DVD. A casa é bem localizada, bem equipada, espaçosa contando com a pista e camarotes, lanchonetes acessíveis, ampla parte externa para fumantes e descanso e já conta com inúmeros shows internacionais e nacionais realizado lá como Face to Face, Penywise, Nação Zumbi, Fresno (que também escolheu o local para a gravação do último DVD), Nx Zero entre outros.
Nesta noite histórica, além da Dead Fish subiram ao palco as bandas convidadas da noite Bullet Bane e a banda Zander, aonde realizaram um show bom porém rápido com horário para entregarem o palco, portanto quem chegou por volta da meia-noite perdeu o show das duas bandas e foi recepcionado pela discotecagem dos DJs da rádio 89 FM, Luka e Thiago DJ, colocando em suas pickups, som de bandas como Ramones, System Of A Down, Racionais, Bad Religion entre outros.

Mesmo com tanta organização ainda pude perceber uma certa movimentação na porta do evento de fãs apresentando ingressos falsos e sendo impedidos de entrarem no show (como ocorreu no show do Rolling Stones e outros shows onde se tem grande procura e atrás da possibilidade de assistir o show, algumas pessoas recorrem a cambistas no local sendo exposto a esse tipo de situação).
Com superlotação próximo do show já era possível perceber a energia e a euforia dos fãs no local em sua grande maioria homens de diversas localidades do Brasil, cheguei a contar fãs do interior de São Paulo, gaúchos entre outros fora os paulistas que eram numerosos, a pista virou um formigueiro humano em questão de tempo e a tendência era só chegar gente do início ao fim do show.
Começaram as manifestações de Fora Temer muito antes da banda entrar mesmo com o coro atípico que os fãs utilizam em todos os shows para chamarem a banda dessa vez foi dirigido ao presidente Michel Temer, que movimentou um pouco a espera ansiosa pelo começo do show.
Dead Fish entrou no palco perto da 1 hora da manhã e foi o caos humano,com muita civilização o público entrou em delírio com a primeira música que abriu o show Afasia muito conhecido,quase um hino da banda Dead Fish. Rodas, moshs, pulos, gritos, fãs cantando a uma só voz. Não tinha como ser diferente!

A única ocorrência que eu vi nesta música foi diante do empurra-empurra típico de um show de hardcore, uma moça caiu no chão e torceu o pé ao qual foi rapidamente retirada da pista pelos colegas, atendida pelos bombeiros e continuou a “pancadaria civilizada” dando continuidade ao show.
Como se tratava da gravação de um DVD, era proibido subir ao palco para dar os famosos “mosh”, mesmo com os desavisados e os teimosos, os seguranças continuaram rígidos as regras e não deixou ninguém subir ao palco. Que acabou sendo um show a parte.
Mas, este foi um dos shows mais civilizados que já assisti da banda Dead Fish, mesmo com muita gente, havia organização, sem qualquer ocorrências de brigas e furtos, era perceptível o sorriso da grande maioria que diante do calor humano, o empurra-empurra e os “mosh” dentro da galera não tirou a energia e o pique de ninguém. Parecia festa de amigos.
O diferente ficou por conta do setlist, muitos hits ficaram de fora. A banda surpreendeu com faixas que praticamente nunca aparecem nos shows, mais da metade das músicas tocadas em 2011 no último DVD não se repetiram dessa vez.
Durante “Proprietários Do Terceiro Mundo” já era possível notar cartazes e camisetas com os dizeres “Fora Temer”. O protesto presente em tantos eventos não poderia ficar de fora desse show.

Rodrigo neste momento do show, pegou o cartaz de um dos rapaz e ergueu no palco, incentivando a fala ‘Fora Temer’, “Nós estamos vivendo um golpe e são vocês que vão ter que lutar!”.
Em 9 de junho de 2014, o Dead Fish criou um projeto no site de financiamento coletivo Catarse para levantar fundos para a gravação do novo álbum. O álbum, intitulado “Vitória”, foi lançado em 2015, nos formatos de CD e LP, pelo selo Red Star Recordings. Esse foi o álbum que mais tocou nesse show, mais teve espaço a canções famosas que consagraram a banda como Sonho Médio, Mulheres Negras, Tão Iguais, Zero e Um, Queda Livre, Hoje, A Urgência, Bem Vindo ao Clube, entre outras.
A gravação ainda contou com convidados ilustres como a primeira participação especial da noite de Murilo Queiroz, que foi guitarrista da banda de 1998 a 2003, subiu ao palco para tocar “Ad Infinitum” e “Revolver”, ambas do disco Afasia, de 2001.
Para MST, a banda chamou Michelle, uma amiga do Rodrigo, para dividir os microfones com ele. A segunda participação a mais esperada da noite ficou por conta do Vitor Isensee.“Quando o conheci, ele era um molequinho”, disse Rodrigo ao receber Vitor Isensee, ex-Forfun e atual Braza. “Todo respeito a essa entidade que há 25 anos representa o hardcore brasileiro”, declarou o músico. Assim, “Tão Iguais” foi uma troca de energia,uma sonoridade tão alta,tão empolgante que chega a ser indescritível.
O vocalista chamou então depois de uma pausa, o próximo a participar com a banda. Phil Fargnoli, guitarrista do Dead Fish de 2003 a 2013 e atual CPM22, teve um recepção calorosa do público e dos integrantes. Com uma apresentação repleta de convidados ilustres, a última participação veio depois de “Vitória”, com o rapper Black Alien durante “Mulheres Negras”, também com novos versos. Dando andamento ao final do show.
Rodrigo ainda na empolgação teve um contratempo e como se distraiu com os fãs pedindo desesperadamente para subir no palco, e escutando xingos aos seguranças do local, não quis passar por cima de ordem até mesmo da direção e desceu para cantar no fosso, terminando de cantar por lá mesmo.
Rodrigo pediu pra repetir a música: “Eu não apareci e eu sou muito importante no vídeo”, brincou. Sem novos contratempos, Hoje foi executada mais uma vez, com direito a uma tentativa de pirâmide humana entre o público, e novas tentativas do público de subir no palco, foi assim até o término do show.
Infelizmente, o show entrava na sua reta final. Depois de Rodrigo declarar que “Neymar é uma piada, CBF é um lixo”, tivemos “Contra Todos”, a última faixa antes do bis.Depois veio com a sequência “A Urgência”, “Bem-Vindo Ao Clube”, e “Sonho Médio”.
Após cerca de duas horas de show, ficou a sensação de dever

cumprido, noite histórica e memorável e vontade de continuar lá ouvindo a banda incansavelmente.
Ao final do show a galera se dispersou as saídas ou as áreas externas que contava com o merchandising completo das bandas a venda, o bar funcionando a todo vapor e os food trucks com parcerias com comidas mexicanas e veganas, como a Veganza, todas com preços acessíveis.

Essa noite vai ficar na memória de todos que ali se fizeram presentes,a banda que consequentemente deve comemorar essa boa fase que vivemos do rock brasileiro,do hardcore num momento que falar sobre política nunca foi tão importante e primordial.Uma das poucas bandas brasileiras que lutam para continuar na ativa e não perderam sua essência.Agora resta aguardar o DVD dos 25 anos de histórias e luta chegarem as lojas.
Por Renata Porto
Da hora é ver meu vídeo na publicação.
CurtirCurtir
Aproveita e compartilha nosso artigo com seu vídeo. 😉
❤
CurtirCurtir