História roubada sobre o Quilombo de Campo Grande é lançada por autor mineiro

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Aproveitando a deixa da tragédia no Museu Nacional, que aconteceu no último domingo (2), em que grande parte, para não dizer quase todo o acervo do museu foi tomado pelo fogo que tomou todo prédio, e que infelizmente não havia cópias ou digitalizações dos arquivos e materiais expostos. Vamos relembrar um outro fato da historia do Brasil, que também não é tão veiculado e difundido nem nos livros, tampouco das mídias convencionais, trata-se sobre a História dos Quilombos do Campo Grande, que fora mesmo roubada do povo negro das Minas Gerais e do Brasil.

Capa_livro_Roubando_a_Hist_ria_Matando_a_Tradi_oO livro “Roubando a História, Matando a Tradição“, do historiador Tarcísio José Martins, foi lançado durante a 25ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo. Primeira publicação do ‘Selo Luís Gama de Publicação’, criado pela Comissão da Verdade da Escravidão Negra e de Combate ao Trabalho Escravo no Brasil (CEVENB), traz a a verdadeira história do Triângulo Mineiro e do Quilombo do Campo Grande, uma confederação quilombola três vezes maior do que a de Palmares.

A obra faz um estudo minucioso feito por Tarcísio José Martins, aonde ele traz fatos nunca divulgados antes sobre a comunidade quilombola da região, apresentados através de fontes fidedignas geográficas ou cartográficas, que essa história foi mesmo roubada do povo, da época dos anos 1700, como cartas que a Câmara de Tamanduá enviou à rainha Maria I em 1793, entre outras que levou ao errôneo de muitos historiadores, mas que Tarcísio aprofundou suas pesquisas e constatou documentos ímpares e inéditos deste período da história.

Em um livro que mais de 400 páginas, 52 ilustrações, 930 notas de rodapé com indicações de fontes primárias e bibliográficas, para que a história do Quilombo do Campo Grande não se perca, diante ao descaso que nossa cultura e educação vem sofrendo nos últimos anos, em que monumentos são tombados (literalmente), museus e centros culturais fecham as portas por falta de infraestrutura e a educação escolar, está de mal a pior, com professores que não engajam e incentivam seus alunos, e estudantes, que pouco importam com a história e a cultura do Brasil. Estamos vivendo numa época em que as falsas notícias viraram pauta e a história, irrelevante para a sociedade.

Por isso, Martins resolveu lançar essa publicação quanto antes, para que essa origem não se perca, a tanto descaso perante a fatos reais e únicos nacionais. Por isso, a livro recebeu tal Selo, para mostrar a veracidade diante a Comissão da Verdade da Escravidão Negra da OAB/MG.

38600123_921580618032745_6525719476422311936_nTarcísio José Martins é advogado, poeta, romancista e incansável historiador brasileiro. Nascido em Moema, nas Minas Gerais, o autor dedica-se mais de três década a pesquisa sobre o história do negro no Brasil.Publicou diversos livros e artigos sobre o tema, dentre esses lançamentos, o premiado documentário “Quilombo: do Campo Grande aos Martins“, de 2007, do cineasta Flávio Frederico. Além de receber diversas homenagens, como a Medalha de Santos do Dumont – Ouro 2013, concedida pelo Governo de Minas Gerais e também, é o criador o site novo.mgquilombo.com.br, que desde 1998 é fonte de referência sobre a história dos negros no país, entre professores, alunos, pesquisadores, autores, etc.

Todavia, este é um livro não apenas de histórias, mas de memórias reais, sobre uma origem que foi “roubada” pela história e estava quase sendo esquecida pela sociedade, que já tem memória curta, e se esquece rápido de suas essências e exórdios.

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Para saber mais sobre o livro ou o projeto de Tarcísio Martins, acesse: Site | Facebook | Twitter | Instagram

Por Patrícia Visconti

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