Sigma Theory é um dos jogos que mais me impressionaram no momento com sua jogabilidade simples, mas desafiadora faz com que o jogo se torne único e crie uma barreira impressionante entre a dificuldade e o sucesso. De forma resumida, o jogo se assemelha muito a um jogo de tabuleiro clássico, como War, The Resistance e outros. O jogo possui uma premissa simples e a construção do enredo depende inteiramente ao jogador e a sua própria
experiência.

Sigma Theory: Global Cold War foi desenvolvido pelo estúdio francês Mi-Clos Studio, e foi lançado em sua versão final em Abril de 2019, em sua última atualização trouxe novos recursos e a inclusão de eventos na África para complementar o enredo.

O jogo se inicia quando cientistas ao redor do mundo desenvolveram uma tese, conhecida como A Teoria Sigma, que seria capaz de acelerar a tecnologia e criar resultados milagrosos, e ao mesmo tempo catastróficos, caso caia em mãos erradas. A ambientação Cyberpunk e a projeção de uma futura guerra fria nos faz refletir adiante de cada escolha, pois não há decisões corretas, apenas aquelas capazes de impedir um fim catastrófico.

Inicialmente, os jogadores são encarregados de escolher um pequeno grupo de espiões a serviço de um país, podendo escolher países na Europa, América do Norte, Ásia e África. Aonde ele decidirá a identidade de seu personagem e de seu cônjuge, o que permite também pessoas do mesmo sexo, algo agradável para diversos públicos. Após a criação do personagem, cabe ao jogador fazer a escolha de seus espiões.

Deverão ser escolhidos quatro espiões, que serão divididos entre suas fraquezas, suas forças e seus atributos. A decisão abre a oportunidade de um pequeno jogo. Você deverá escolher seus espiões baseado no enredo de cada personagem e convencê-lo a se juntar ao grupo. Sua escolha de palavras poderá ou não fazer com que o personagem se junte a seu grupo. Algo semelhante a um date-sim, porém de uma forma muito reduzida e de certa forma, interessante para o enredo, sem atrasar a ação do jogo.

Em seguida o jogador avançará para a parte principal do jogo, na qual o objetivo é fazer com que o projeto Sigma evolua ao máximo, evitando a exposição de uma guerra nuclear, e para isso, pensar em diversas formas para atingir o sucesso do projeto, mas ele depende do serviço de cientistas que estão trabalhando de forma individual em cada país e é responsabilidade do jogador escolher algum país vizinho ou mais evoluído tecnologicamente para espionar. Ao chegar em algum país e fazer o reconhecimento dos cientistas e dos diplomatas, o jogador deve decidir a melhor maneira de se manter em determinado país e buscar cientistas para o projeto. Cientistas poderão ser convencidos ideologicamente, poderão ser comprados, seduzidos ou até mesmo solicitados através de ações diplomáticas. Entretanto nem todos os casos poderão obter êxito, logo restando a opção de sequestro e apreensão de cada cientista.

Cada ação do jogador poderá acelerar ou diminuir a progressão do Relógio do Juízo Final, um recurso que calcula a progressão para a derrota do jogador (e de toda narrativa construída). Para evitar a progressão, o jogador deverá realizar diversas ações para promover a paz entre os países. Caso o relógio atinja a meia-noite, o jogador será derrotado.

A cada evolução do projeto Sigma, diversos grupos interessados podem surgir, entidades poderosas pedirão para estudar seus avanços e lhe trazer benefícios, isso inclui grandes corporações científicas e células terroristas. Caso o jogador decida trabalhar com terroristas, diversas opções surgirão quando tramar contra algum determinado país, gerando o caos, morte de civis e diversas eventualidades, algo que definitivamente acelera o Juízo Final.
O jogador poderá entregar seus estudos para as corporações e receber diversas recompensas, mas limitar o progresso da tecnologia aos mais ricos ou liberar ao público e garantir vantagens para os seus espiões.

Seu cônjuge também surgirá diversas horas lhe solicitando ajuda para algumas tarefas, o que poderá necessitar do auxílio de seus espiões, uma vez que ajudar o cônjuge irá atrapalhar o processo da operação, mas também irá trazer suas vantagens para o auxílio no jogo.

Quando um cientista for convencido, ele se tornará um agente duplo, estando apto a fornecer apoio indireto para o seu país, e caso queira recrutar de forma definitiva o cientista, deverá realizar uma exfiltração. Ao entrar nesse modo, o jogo mudará completamente a ambientação e mostrará seus primeiros gráficos 3D, desse modo, o jogador prestará auxílio para o Agente Secreto, e irá mover o cientista até o ponto de extração, evitando conflitos com
civis e a polícia. O jogador poderá usar Drones, Mísseis e contato com células terroristas para ajudar no resgate do cientista, caso queira. Nessa fase, tudo é possível acontecer, mas o objetivo principal é garantir a segurança de seu agente e do cientista, portanto recorrer a violência deverá ser usado em último caso. Diversas situações aleatórias ocorrerão com o grupo durante a fuga, como barragens, protestos, trânsito, perseguições com a polícia e
outros. Caso o jogador seja bem sucedido, será realizada a contagem dos danos, caso civis e policiais sejam feridos, isso diminuirá as ações diplomáticas e acelerará o Juízo Final.

O jogo parece extremamente complexo, mas cada player consegue se divertir a cada partida, em que os espiões tem sua própria maneira de trabalhar, o que faz com que as operações nunca saiam como o planejado. A dificuldade é progressiva, o que faz com que o início seja bem simples, mas conforme o relógio vá avançando e os países vão evoluindo, as tensões vão surgindo gradualmente, fazendo com que o jogador tenha que agir rápido, então eles irão invadir o seu país buscando por informações e cientistas e o cenário se tornará caótico, mostrando em um jogo enigmático e estratégico, para o desenvolvimento do jogo.

A trilha sonora é incrível e complementa a cada momento. Os gráficos são ímpares e a interface auxilia muito jogadores novatos a se identificarem pelo jogo. Os textos formam diálogos interessantes com cada espião, mostrando biografias vivas e personagens tridimensionais, com grande complexidade em cada um. O game faz com que cada vitória seja celebrada e cada derrota gere interesse em recomeçar com outras estratégias.

Recomendo o jogo para qualquer jogador fã de títulos rogue-like e que tenham interesse em jogos diplomáticos e militares. Esse tipo de tensão estratégica em jogos de turno eu havia sentido da última vez quando joguei X-COM, outro título interessante para quem admira esse gênero.

Sigma Theory está disponível para as plataformas Microsoft Windows, Linux, macOS, Mac OS Classic. Para mais informações acesse a página do Steam, informe sua data de nascimento, já que o jogo contém classificação para maiores de 18 anos, e descubra mais sobre The Sigma Theory.

 

Por Leonardo Rodrigues