A adolescência é um dos períodos da vida em que mais temos dúvidas e nos indagamos sobre quem somos e o que queremos para nós, pois é nessa fase em que estamos construindo nosso caráter e descobrindo nossa principal identidade para que nos perdurará à essência substancial da nossa existência.
Baseado nessa âmago vital, o diretor Ismael Caneppele, juntou o drama ficção cinematográfica com íntimo da realidade, em Música Para Quando As Luzes Se Apagam, um documentário sutil e preciso que mostra uma autora (Júlia Lemmertz) que busca inspiração para suas novas obras e acaba encontrando em uma pequena vila no sul do Brasil Emelyn (Emelyn Fischer), uma garota que se sente tão vontade diante às provocações e confiabilidade da autora, que acaba se abrindo e mostrando um lado distinto e inerente, se tornando Bernardo, um garoto cheio de anseios e sonhos em relação a uma vida inteira de convívios e desejos.
Um filme delicado ao abordar um tema complexo e intenso, já que trata-se de uma história real, embasada numa ficção dramática e específica, sobre a vida e a vivência de uma pessoa que está se descobrindo e aceitando diferentes condições atribuídas a essa nova realidade que está por vir, por isso, o longa usa-se e metáforas e alegorias para retratar este determinado momento de transição, com debates relevantes sobre assuntos da atualidade, focado ao adolescente que está tentando se encontrar em uma imensidão inquieta, intolerante, conservadora e preconceituosa, mostrando de maneira tênue a decisão a seguir.
Música Para Quando As Luzes Se Apagam foi lançado em 2017, durante o 50º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, e por conta pandemia, o filme só chegou aos cinemas nacionais na última quinta-feira (22), com exibições exclusivas nas salas Espaço Itaú de Cinema – Frei Caneca e Reserva Cultural , ambos em São Paulo.



