O professor, quadrinista e ilustrador Gidalti Jr., vem ganhando notoriedade com suas publicações, desde seu trabalho Castanha do Pará, lançado em 2017 de forma independente, que ganhou o primeiro lugar na categoria “Histórias de Quadrinhos” do 59.º Prêmio Jabuti, a obra de estreia do autor, conta a história de um jovem da periferia de Belém chamado Castanha, que tem corpo de gente e rosto de urubu e vive entre as barracas do Mercado Ver-o-Peso.
Agora Gidalti voltou aos holofotes, desde a premiação na primeira edição do CCXP Awards, uma premiação organizada pelos idealizadores da CCXP, para premiar e fomentar ainda mais a cultura no país, em que seu novo trabalho, Brega Story, que foi o primeiro lançamento da Brasa Editora, marcando a estreia da editora, um selo voltado para quadrinhos nacionais que discutem o Brasil, repetindo a dobradinha com Lobo, responsável pela primeira edição de Castanha do Pará.
Depois do CCXP Awards, na qual Gidalti ganhou como “Melhor Álbum”, o artista é um dos finalistas do 64ª Prêmio Jabuti 2022, com sua obra Brega Story, assim como o Castanha do Pará, o livro é ambientado em Belém do Pará, terra natal do autor, e se passa nos bastidores do universo brega da capital paraense, reproduzindo nos quadrinhos a explosão de som, luzes, cores e formas de um dos gêneros musicais mais expressivos do Brasil.
Com um design gráfico colorido e musical, Gidalti culmina em uma narrativa que explora o contraste entre as manifestações culturais periféricas e o mainstream, entre o erudito e o popular, com personagens que vivem a vertigem do sucesso e do fracasso, marcados pelo abandono e precarização pela vida, em uma obra de 320 páginas todo colorido em aquarela.
A trama de Brega Story acompanha a trajetória de Wanderson Jr., um músico que embora carregue o título de Rei do Brega, ele tem se virar para manter sua coroa, afinal toda fama tem seu custo. O músico luta para se adaptar às mudanças trazidas pelo tempo, além de negociar com os políticos regionais, com DJs de aparelhagens e com outros músicos para levar adiante seu grande plano de ser uma grande estrela nacional e, quem sabe, internacional.
Uma história divertida, colorida e baseado na realidade cultural de Belém do Pará, em verdade, do Brasil, que o artista independente tem que virar nos trinta para se manter nos holofotes, para assim tentar se manter no cenário cultural para ter seu reconhecimento perante a indústria artística, mostrando a vida em torno do sucesso e do fracasso, contrastando entre as manifestações culturais periféricas e o mainstream do país.
No título da matéria está escrito “DO BELÉM DO PARA”. A maneira correta é “DE BELÉM DO PARÁ”.
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