Dizem que o tempo cura qualquer ferida, dissipando os traumas e acalentando com sutilezas adquiridas pela experiência ao longo da vida das pessoas, transformando dores em alívios exuberantes que transcedem a uma nova visão de mundo e de rotina a tomar.
Tal como da dinâmica senhora da história de Fabien Toulmé, Suzette, que depois dos 80 anos e ficar viúva ela encontrou um novo sentido para seguir, através de um relato inerente com sua neta Noémie. Duas mulheres de épocas distintas, mas com muito em comum, o amor. Enquanto um vive a experiência a dois pela primeira vez, a outra está de luto de um casamento infeliz e sexista, que fez ela permanecer obrigada numa relação tóxica e massiva, deixando para trás um grande amor da juventude.
Em uma trama sutil e até um pouco poética, Toulmé permeia nesta narrativa envolvente sobre elos e amores de uma relação complexa e de longa data, em que muitas mulheres vivem, deixando sua verdadeira essência de lado, apenas para apaziguar de alguém que ignora a existência daquela que viveu anos em função do outro, mas sem recompensas fundamentadas em meio a traições e conflitos comuns da vida de um casal.
Suzette – ou o grande amor traz em sua trama a efervescência de algo novo e vigoroso, independente da idade, os sonhos e os anseios precisam ser expressados e vividos, para que todos possam sentir a felicidade, depois de sofrer tanto tempo, em um relacionamento abusivo e arbitrário.
Essa, é uma obra para conquistar imensamente o leitor, pela delicadeza em expressar com veracidade o simplicismo em trazer a cena personalidades diferentes, em uma trama apaixonante, sensível e tênue pela busca incessante da própria felicidade e do amor verdadeiro – você mesmo.