Luedji Luna tem ganhado notoriedade na cena musical, com sua voz grave e sutil, tem conquistado o público com suas referência que permeiam entre o blues, R n’ B e MPB, falanado de amor, relacionamentos e ancestralidade a cantora e compositora traz sua própria essência a música autoral brasileira.

Nascida no Cabula e criada em Brotas, bairros de Salvador, Luedji sempre teve uma referência dentro da música, já que seu pai além de historiador, é músico e tornou essa vocação ainda mais proeminente para a cantora, que desde criança ela era apaixonada por essa arte em expressar em forma de melodias e poesias, seus sentimentos mais inerentes. Apesar de ter entrado na faculdade de Direito, mas nunca exerceu tal ofício como advogada, fazendo com que ela entrasse em canto popular na Escola Baiana de Canto Popular.

Uma cantora que tem a noite como jornada de trabalho, cantando em barzinhos e casas noturnas, Luedji visa retratar de forma veemente sua ancestralidade em suas canções, além do empoderamento feminino, especialmente da mulher negra, expressando em sua maneira de vestir e em suas letras características e relevantes, que a torna singular e precisa trazer a cultura afro-brasileira em cada faixa apresentada, ou nos palcos da vida.

Seu primeiro EP autoral foi Dentro ali, em 2014, com conta com as faixas Asas, Eu rio (ou águas de Júnia) e Às Cegas, além da faixa-título, do projeto. No ano seguinte (2015), concluiu o álbum UnsZansoutros, em parceria com outros compositores baianos da nova geração, dando um passo além para que Luedji cambiasse os ares da Bahia, pela megalópole paulistana, após participar do evento realizado pelo site Jardim Elétrico “Tributo aos Novos Baianos”, que reuniu diferentes artistas desta nova geração da MPB, como Cícero, A Banda Mais Bonita da Cidade, Diogo Poças e Thamires Thanouss.

O seu primeiro álbum, lançado em 2017, Um Corpo no Mundo, conta com a produção de Sebastian Notini, em uma compacto político quão poético, envolto de seu timbre delicado, ela enobrece e exalta sua musicalidade neste projeto, que o abriu caminhos para seu reconhecimento internacional, como Europa e Ásia.

Em 2021, Luedji apresentou seu segundo disco, Bom Mesmo É Estar Debaixo D’água, do qual ganhou uma grande repercussão nacional e internacional, sendo indicado para ao Women’s Music Events Awards, com quatro indicações e conquitsado ao prêmio de “Melhor álbum do ano”.

Um projeto autoral e independente, que fala sobre amor e perspectiva das mulheres negras, que conta com distintas inspirações e ainda, traz grandes artistas que integram a construção da narrativa deste álbum, mostrando a força e vitalidade feminina presente em cada faixa presente, tornado uma referência inerente para compor esse trabalho, o que rendeu a cantora a indicação ao Grammy Latino de “Melhor Álbum de Música Popular Brasileira”.

“Quero visitar um lado meu da composição e do canto, pouco explorado por mim. É um disco que com certeza vai surpreender o público que acompanha meus trabalhos, mas ao mesmo tempo acho que vai dialogar com um outro universo. Fazer arte é se arriscar! Tem sido assim desde o meu primeiro disco”, pontua Luedji Luna.

Bom Mesmo É Estar Debaixo D’água é um álbum completamente internacional, não apenas produzido no exterior, mas esse é um projeto do qual Luedji visa interagir e conectar sua música com o mundo, e nessa perspectiva da internacionalização que a cantora optou por editar o álbum com profissionais de fora. A mixagem do álbum é do filipino radicado no U.S., Russell Elevado, que já trabalhou com artistas como Erykah Badu, Alicia Keys, Kamasi Washington D’angelo, Jay-Z, dentre outros nomes da música negra norte americana. A masterização é do americano Mike Bozzi, que já atuou com artistas como Kendrick Lamar, Childish Gambino, Post Malone.

“Minha música desde o primeiro disco nasce com o intuito de dialogar com mundo”, finaliza a cantora.

por Patrícia Visconti