A quadrinista Aimée de Jongh e a autora Ingrid Chabbert lançaram recentemente a graphic novel Sessenta Primaveras no Inverno, uma obra surpreendente de liberdade, que se atreve a lidar com o tabu da mudança de vida e da sexualidade. Uma leitura excelente, que consegue misturar sutilmente a luta pela emancipação da mulher com a
poesia e a suavidade dos desenhos.
A trama é sobre Josy, uma mulher que se recusa a completar as velas de aniversário de 60 anos, pois ela tem uma outra ideia, já de malas prontas, como havia tomado a decisão de queria deixar seu marido e a casa, para recuperar a sua liberdade, ganhando a estrada com a velha Kombi. Sua família, inicialmente chocada, não deixará de culpá-la por essa escolha, que todos consideram egoísta.
Nos primeiros dias, Josy irá se manter firme, conhecendo novas amigas, que vivenciam destinos semelhantes e enfrentam a mesma incompreensão social. Mas isso não será o suficiente para que ela assuma plenamente sua vontade de um recomeço, pois Josy vai buscar um novo amor em sua vida.
Sessenta Primaveras no Inverno é uma obra que Aimée de Jongh e Ingrid Chabbert criam um retrato sutil, comovente e moderno de uma crise de meia-idade em um road movie que é impossível parar de ler até o final.
Sessenta Primaveras no Inverno é uma HQ que remete em sintonia com os tempos atuais, e que Aimée soube colocar seu talento como contadora de histórias, marcando o início de uma nova vida, que não é tão fácil como se esperava, e rompendo voluntariamente com vidas passadas, para o melhor ou pior, em um quadrinho em uma descoberta muita agradável.
Além de mostrar que crise dos 60 anos, não é apenas masculina, tendo um final soberbo, surpreendente e preciso, apresentando a história original de Ingrid Chabbert, em uma inesperada e comovente trama, de que que não há idade para mudar a vida e a orientação sexual de uma pessoa. A livro da saiu pela Editora Nemo e está disponível no site do Grupo Autêntica.
por Priscila Visconti





