[CANTINHO LITERÁRIO] Poetas Ambulantes espalham poesia pelos transportes públicos da cidade

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Os poetas acreditam que faz parte da natureza do artista ser um provocador.

Por volta das 19h do dia 11, uma sexta feira, um grupo de pessoas se reunia próximo às catracas da Estação Butantã, linha 4 – Amarela, carregando livros, poesia e vontade de difundir arte para quem estivesse por ali. São os Poetas Ambulantes iniciando mais uma intervenção urbana. O coletivo existe desde setembro de 2012, quando a primeira saída foi realizada. Ele surgiu a partir da iniciativa de duas amigas, Luz Ribeiro e Carol Peixoto, frequentadoras de saraus, que sentiram a necessidade de levar poesia para outros cantos da cidade.

Inspirados nos vendedores ambulantes, presentes diariamente nos transportes públicos, o coletivo percorre diferentes linhas de trens, ônibus e metrôs, declamando poesias e entregando livros aos passageiros que aceitam participar da intervenção.

Mas, antes de iniciar a ação, o coletivo se reúne em círculo para realizar uma espécie de oração e relembrar as principais instruções da intervenção. Ao final dessa reunião, os participantes entoam a frase lema do coletivo: “Uma vez Poetas Ambulantes e nada será como antes”. 

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Passageira ganha livro após declamar poesia.

O coletivo em si é composto por seis integrantes fixos, responsáveis por organizar as saídas, mas, como elas são abertas ao público, qualquer um pode participar. “Quanto mais gente puder vir e somar nesses dias, melhor”, explica a integrante Mel Duarte, 27.

Os encontros acontecem uma vez ao mês e as datas são divulgadas através das redes sociais do grupo. Embora alguns passageiros ironizem a ação, a maioria se agrada com a intervenção. “Por serem apresentações abertas, as pessoas se sentem muito à vontade”, diz o professor e também integrante do coletivo, Jefferson Santana, 27.

A respeito da crise política, social e econômica que o país enfrenta, eles reforçam a importância da poesia como forma de expressão. “Precisamos estar o tempo todo em debate e utilizar as palavras ao nosso favor, porque as pessoas têm muita dificuldade de encará-las. Elas sabem apontar, mas não sabem argumentar. A poesia tem um espaço muito positivo para ajudar nisso”, explica Mel.

Assuntos que estão em pauta no cotidiano, como redução da maioridade penal, foram temas de algumas saídas do coletivo para que os passageiros sejam provocados a refletir.  “A poesia é uma arma de combate”, finaliza Jefferson.

Acompanhe o coletivo pelas redes sociais:

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Texto e fotos por: Fernanda Pereira

3 comentários em “[CANTINHO LITERÁRIO] Poetas Ambulantes espalham poesia pelos transportes públicos da cidade

  1. Nas trilhas da via férrea, no Rio de Janeiro encantado,
    Brilha a história dos vendedores ambulantes, sempre animados.
    Com suas vozes vibrantes e sorrisos calorosos,
    Levam seus produtos aos passageiros, momentos preciosos.

    Ao longo dos trilhos, num ritmo acelerado,
    Caminham os vendedores, com passos firmes e dedicados.
    Com suas mercadorias, numa dança itinerante,
    Encantam os viajantes na rota do trem gigante.

    Tem o vendedor de quitutes, cheio de sabor,
    Com suas cocadas, biscoitos e doces de dar valor.
    Amendoim, bananada, paçoca, que delícia é provar,
    Sabores que nos levam a um tempo a recordar.

    Tem também o vendedor de sucos refrescantes,
    Com frutas selecionadas, frescor abundante.
    Laranjas, limões, maracujás e melancias,
    Nas garrafinhas geladas, uma fonte de alegria nas tardes ensolaradas.

    O vendedor de artesanato, com suas mãos habilidosas,
    Oferece lembranças da cidade, verdadeiras preciosidades.
    Bijuterias, quadros e esculturas feitas com amor,
    Expressões artísticas que enchem os olhos e o coração de fulgor.

    Há ainda o vendedor de livros, repleto de sabedoria,
    Leva conhecimento e histórias, uma verdadeira poesia.
    Romances, poesias, crônicas a encantar,
    Nas páginas da leitura, um mundo a desbravar.

    E assim, na via férrea do Rio, a vida pulsa intensa,
    Os vendedores ambulantes trazem a essência.
    Com seu jeito carioca e sorriso acolhedor,
    Fazem da estação um lugar de encontro e calor.

    São guardiões do movimento, trilhando seus destinos,
    Com esperança no olhar e sonhos nos caminhos.
    Enfrentando os desafios com coragem e garra,
    Com suas mercadorias, pintam de cores a paisagem tão rara.

    Por isso, óh vendedores da via férrea carioca,
    Recebam nosso respeito, admiração e entusiasmo que toca.
    Vocês são a alma da estação, a voz da cultura,
    Enchem de vida a rota do trem, com bravura.

    Que suas vendas sejam prósperas, em cada estação,
    E que encontrem nos passageiros a gratidão.
    Pois no cordel da vida, vocês são protagonistas,
    Vendedores ambulantes, poetas nas trilhas das conquistas!

    Literatura de cordel (Autor desconhecido)

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  2. Nas margens da via férrea, no Rio de Janeiro encantado,
    Seguem os vendedores ambulantes, com seu comércio animado.
    Entre trilhos e locomotivas, em ritmo acelerado,
    Levam suas mercadorias, no balanço do trem, lado a lado.

    Com suas caixas coloridas, na cabeça equilibradas,
    Os vendedores ambulantes trazem ofertas apetecidas.
    Churros quentinhos, pipoca estourada,
    Salgadinhos crocantes, uma delícia esperada.

    Lá vem o vendedor de mate, com seu isopor no ombro,
    Anunciando a bebida refrescante que o carioca adora.
    Com sabor de limão ou maracujá, a escolha é do freguês,
    É um gole de energia, que renova a cada vez.

    Tem também o vendedor de queijo coalho com mel,
    Chamando a atenção de todos com seu pregão tão fiel.
    Na brasa quente, o queijo derrete e se doura,
    Uma iguaria deliciosa, que enche a boca e conforta.

    E lá vai o vendedor de acarajé, com seu tabuleiro na mão,
    Oferecendo o sabor da Bahia, um verdadeiro tesouro em opção.
    Com vatapá e camarão, pimenta e azeite de dendê,
    O acarajé é uma explosão de sabores, difícil de esquecer.

    Não podemos esquecer do vendedor de bijuterias,
    Com suas pulseiras, colares e argolas em harmonia.
    Dourado, prateado, colorido como um arco-íris,
    Os acessórios encantam, realçando o brilho feminino e viril.

    E assim, entre os trilhos e vagões que passam acelerados,
    Os vendedores ambulantes seguem, perseverantes e dedicados.
    São a alma da via férrea, com seu comércio vibrante,
    Levando sorrisos e sabores, num cenário emocionante.

    Que o trem da vida os leve por muitos caminhos,
    Com suas mercadorias, trazendo encanto e carinho.
    E que nas estações da cidade, sejam sempre bem-vindos,
    Os vendedores ambulantes, heróis dos trilhos cariocas, destemidos!

    Assim termino meu cordel, com homenagem merecida,
    Aos vendedores ambulantes que enchem de vida essa avenida.
    Com seu trabalho incansável e força inspiradora,
    Fazem da via férrea do Rio de Janeiro uma história cativadora!

    Literatura de cordel (Autor desconhecido)

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  3. Na via ferroviária, um cenário a brilhar,
    Os vendedores ambulantes vêm com seu labor.
    Levam consigo o encanto, o dom de encantar,
    No Rio de Janeiro, escrevem seu louvor.

    No ritmo das linhas, eles seguem sorrindo,
    Com suas mercadorias, repletas de alegria.
    Oferecem seus produtos, sempre sorrindo,
    Enfeitam os vagões com sua poesia.

    Vendedores de quitutes, quitandas tão gostosas,
    O aroma invade o ar, desperta paladares.
    Seus sabores são doces, feitos com amor e prosa,
    Uma festa aos sentidos, prazeres singulares.

    Trazem também bijuterias, brilhos a cintilar,
    Colares, pulseiras, um toque de vaidade.
    Em cada peça, uma história a desvendar,
    Um adorno que realça a nossa individualidade.

    Os livros estão presentes, sábios e inspiradores,
    Nas páginas amareladas, conhecimento e emoção.
    Romances, aventuras, poesias sedutoras,
    Nas letras, o mundo se abre, é pura evocação.

    E assim, na via ferroviária, eles vão seguindo,
    Com seu trabalho árduo e dedicação sincera.
    De estação em estação, a vida construindo,
    Vendedores ambulantes, poetas da atmosfera.

    Seu sorriso brilha como a luz do sol poente,
    E suas vozes ecoam nas linhas e trilhos.
    Levam alegria e encanto, um presente,
    Tornam o percurso mágico, belos grilhos.

    Oh, vendedores da via ferroviária carioca,
    Nossa gratidão por sua arte e persistência.
    Encantam a todos com sua alma tão prolífica,
    E preenchem o trajeto com doçura e excelência.

    Que continuem a brilhar em cada jornada,
    Com suas vidas cheias de sonhos e esperança.
    Na via ferroviária, sua história é consagrada,
    Vendedores ambulantes, estrelas da lembrança.

    Poesia: Vendedores ambulantes

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